Produtores de cana repudiam acusações sobre incêndios em São Paulo

Incêndio atinge matas e canaviais de Poloni, no interior de São Paulo. Foto: Ayrton Vignola

Governo do estado monta gabinete de crise; 36 municípios estão em estado de alerta máximo contra incêndios; Diante dos fatos, produtores de cana repudiam acusações

A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) se manifestou contra os incêndios que vêm atingindo o interior de São Paulo, especialmente propriedades rurais na região de Ribeirão Preto. Em nota, a organização esclarece que “os produtores de cana-de-açúcar e as usinas não são os responsáveis pelos incêndios e, sim, que atuam para afastar o fogo de suas produções”.

A Orplana também garante que segue as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais verde, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana-de-açúcar. “As queimadas prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e também a rentabilidade dos produtores rurais”, conclui.

A Orplana reúne 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, diz que está em contato com o governo do estado para ajudar nas medidas de combate aos incêndios e apoio aos produtores.

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“Não pode ser uma coincidência todas elas [queimadas] iniciarem em um mesmo momento e uma mesma ocasião e terminarem dessa forma tão drástica que é a nossa produção, meio ambiente, fauna e flora”, pontua Meirelles.

Segundo ele, muitos produtores já haviam feito o corte da cana, que já estava brotando. “É muito difícil, nós produtores rurais, perdermos todo um processo produtivo, que estamos há mais de dez anos sem queima de cana. […] Além das perdas históricas de florestas importantes é um desastre terrível”, comenta.

Incêndios causam duas mortes no interior de São Paulo
O interior de São Paulo vem sofrendo com incêndios florestais que se intensificaram nesta sexta-feira, 23. Ao menos 36 municípios estão em alerta máximo contra queimadas. Em Urupês, na região de São José do Rio Preto, duas pessoas morreram tentando combater as chamas em uma usina.

Imagem de satélite da noite desta sexta, 23, mostra focos de calor. Foto: Reprodução CPTEC/Inpe

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de SP instaurasse um gabinete de crise emergencial.

“Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente. As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares”, diz o comunicado do governo.

O governo informou que está monitorando a situação com técnicos da Defesa Civil e das Secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento (SAA) e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

A recomendação das autoridades, ao se avistar um foco de incêndio ou fumaça de grande intensidade, é deixar o local imediatamente e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Confira os 30 municípios em alerta máximo para incêndios:

Alumínio
Bananal
Bebedouro
Bernardino de Campos
Boa Esperança do Sul
Coronel Macedo
Dourado
Iacanga
Ibitinga
Itápolis
Itirapina
Jaú
Lucélia
Monte Alegre do Sul
Monte Azul Paulista
Nova Granada
Piracicaba
Pirapora do Bom Jesus
Pitangueiras
Poloni
Pompeia
Pontal
Presidente Epitácio
Sabino
Salmourão
Santo Antônio da Alegria
Santo Antônio do Arancanguá
São Bernardo do Campo
São Luís do Paraitinga
São Simão
Sertãozinho
Tabatinga
Taquarituba
Torrinha
Ubarana
Urupês

Incêndio avança sobre pista em Sertãozinho, no interior paulista Foto: Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Metsul alerta para dia crítico para fogo neste sábado
A MetSul Meteorologia alerta que este sábado ainda será um dia crítico para fogo no estado de São Paulo e também em Goiás e na região do Triângulo Mineiro, no Oeste de Minas Gerais. As regiões seguem com tempo seco e quente, além de muito vento. Na capital, as áreas de maior risco são de Ribeirão Preto, Franca e São José do Rio Preto.

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