
Decisão dos EUA de manter o suco brasileiro fora da lista de retaliações comerciais garante fôlego ao setor, mas doenças como o Greening impõem desafios cada vez maiores à citricultura nacional.
O suco de laranja brasileiro, um dos produtos mais emblemáticos do nosso agronegócio, escapou da taxação de 50% que os Estados Unidos estudavam aplicar a uma série de importações. A medida, que fazia parte de uma retaliação a subsídios concedidos à indústria nacional, teria afetado diretamente a exportação do produto, que depende fortemente do mercado norte-americano.
Por enquanto, o alívio é real: o tarifaço não vai atingir o setor. No entanto, nem tudo são flores para quem vive da citricultura. Apesar de o Brasil ocupar o topo do ranking mundial como maior exportador de suco de laranja, a produção nacional também enfrenta uma ameaça silenciosa e difícil de controlar: o Greening.
A doença, que já causou um colapso nos pomares dos Estados Unidos, continua avançando pelas plantações brasileiras. Transmitida por um inseto chamado psilídeo, a doença compromete a saúde da planta, afeta o sabor e a coloração da fruta e, com o tempo, torna inviável a colheita. Nos EUA, especialmente na Flórida, os impactos foram devastadores: a produção local nunca mais voltou aos patamares anteriores à chegada da doença.
Um alerta que se tornou real
No Brasil, os sinais também preocupam. Só no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, mais de 44% das árvores já apresenta sintomas. A estimativa é do Fundecitrus, e o número não para de crescer.
Uma das únicas formas de controlar sua disseminação é agir no vetor da doença, ou seja, no inseto que a carrega de planta em planta. Nos últimos anos, práticas mais sustentáveis de manejo têm ganhado espaço entre os produtores, que buscam alternativas eficazes, mas com menor impacto ambiental.
Soluções naturais, resultados consistentes
É nesse cenário que os óleos essenciais vêm ganhando protagonismo. Desenvolvidos a partir de compostos vegetais, produtos como o Narã, Liin e o Mulach, da Hydroplan-EB, têm sido usados como aliados no controle do psilídeo. Sua ação não se limita à repelência: ajudam a tornar o ambiente menos propício à praga e, ao mesmo tempo, fortalecem a planta contra o estresse provocado pela infecção.
Segundo especialistas da empresa, a aplicação regular desses óleos contribui para manter o equilíbrio do pomar e pode reduzir significativamente a presença do inseto transmissor. Como se trata de produtos naturais, não há resíduos tóxicos na planta, o que atende às exigências dos mercados mais rigorosos — incluindo o próprio consumidor americano.
Liderança exige responsabilidade
O Brasil é hoje um fornecedor estratégico de suco de laranja para o mundo. Os EUA, que antes eram autossuficientes, passaram a depender das nossas exportações por não conseguirem conter o avanço de doenças. O episódio recente do tarifaço mostra como a relação comercial entre os dois países é delicada e, ao mesmo tempo, interdependente.
Para seguir competitivo e confiável, o país precisa ir além da defesa comercial. É fundamental investir na saúde dos pomares, adotar tecnologias seguras e manter o foco na prevenção. Porque quando se trata de Greening, esperar para agir pode custar muito caro.
Fonte: Hydroplan-EB
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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