
Federação apresenta números ao governo e reforça urgência na renegociação das dívidas dos produtores rurais gaúchos, diante da proximidade da safra 2025/2026
Os produtores rurais do Rio Grande do Sul enfrentam uma situação financeira delicada. Um levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) revelou que as dívidas junto às principais instituições financeiras somam R$ 27,4 bilhões, envolvendo cerca de 65 mil produtores em todo o estado.
O estudo, conduzido pela Assessoria Econômica da Farsul, considerou dados do Banco do Brasil, Sicredi e Banrisul, incluindo as CPRs (Cédulas de Produto Rural). Os números foram apresentados ao governo federal em reunião virtual, intermediada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) e com participação do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
Segundo o relatório, o endividamento se divide em duas faixas principais:
- R$ 18,4 bilhões correspondem a dívidas enquadradas nos tetos estabelecidos pelo governo, que variam entre R$ 250 mil, R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões, de acordo com o porte do produtor.
- Outros R$ 8,9 bilhões estão acima desses limites, ficando fora do escopo inicial das propostas de renegociação.
A posição da Farsul
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, defendeu que a renegociação precisa incluir todos os produtores rurais, independentemente do valor devido, abrangendo também cerealistas, distribuidoras e revendas. Para ele, a situação exige rapidez diante do calendário agrícola:
“Daqui um mês botaremos as máquinas no campo e o produtor está descapitalizado. Temos que ter velocidade. Precisamos de uma solução”, destacou.
O problema não é novo. Desde 2020, o Rio Grande do Sul enfrenta uma sequência de estiagens severas, que comprometeram a produtividade agrícola e aumentaram o nível de endividamento no campo. Essa realidade levou entidades como a Farsul, Fetag-RS, Ocergs e movimentos como S.O.S Agro e Aper a intensificar o diálogo com o governo para buscar alternativas de alívio financeiro.
Próximos passos
A expectativa agora é que o governo federal apresente medidas concretas de renegociação que contemplem tanto os pequenos quanto os grandes produtores. A proximidade da safra 2025/2026 aumenta a pressão por uma resposta rápida, já que muitos agricultores estão descapitalizados e sem condições de investir no plantio.
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