
Apoiado pela Novus, trabalho técnico evidencia os impactos nutricionais dos inibidores de tripsina e a atuação benéfica da protease para mitigá-los
Estudo coordenado pela médica-veterinária Débora Reolon, gerente sênior de serviços técnicos da Novus, com as equipes da Mig Plus Agroindustrial, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Pampa (Unipampa), evidencia os impactos dos inibidores de tripsina (IT) na digestibilidade de aminoácidos em leitões e a ação benéfica da protease exógena para atenuar o problema.
Presentes principalmente no farelo de soja devido ao seu processamento térmico, os inibidores de tripsina são compostos antinutricionais que comprometem a digestibilidade de aminoácidos e, consequentemente, afetam o crescimento dos suínos. O estudo destaca que a cada 1 mg/g de IT na dieta há redução de digestibilidade de 3,7% da metionina, 3,4% da treonina e 2% da lisina. “A tripsina é uma enzima pancreática imprescindível para a digestão de proteínas e os inibidores atuam de forma nociva, causando desequilíbrios nutricionais, menor ganho de peso e redução da eficiência alimentar“, explica Débora.
Devido ao desafio imposto pelos IT, o estudo reforça a eficácia da suplementação de proteases exógenas para mitigar os efeitos negativos dos inibidores. Isso ocorre porque as proteases auxiliam a degradação dos IT, proporcionando maior aproveitamento dos aminoácidos, redução da fermentação proteica nociva, regulação da taxa de passagem intestinal e melhoria da conversão alimentar e do ganho de peso, já que complementam a atividade da tripsina endógena.
“Experimento feito em aves de corte com redução da digestibilidade de lisina, metionina e treonina e alimentadas com farelo de soja que apresentava 4,24 mg/g de IT, comprova que a protease melhora a digestibilidade dos aminoácidos. As enzimas mais eficientes podem degradar entre 50 e 65% da ação dos inibidores. Na formulação da dieta dos suínos é essencial a escolha da protease mais eficaz para obtenção dos seus benefícios, já que outras enzimas apresentaram degradação máxima de apenas 23%”, completa Débora.
O estudo apoiado pela Novus utilizou 96 leitões comerciais não castrados com idade e peso médio iniciais de 21 dias e 6,5 quilos. Divididos em grupos de três, os animais foram alojados em 32 baias e separados em quatro tratamentos com baixo e alto teor de inibidores de tripsina. Os níveis de IT na dieta com baixo teor foram de 0,82 (pré-inicial) e 0,96 (inicial). Já na dieta de alto teor foram de 1,71 (pré-inicial) e 1,83 (inicial). Os níveis de protease ficaram em 0 e 500 g/MT para cada grupo.
“Os indicadores de desempenho observados foram de ingestão média diária, ganho de peso médio diário e taxa de conversão alimentar. Os resultados mostraram impacto negativo dos inibidores nesses indicadores especialmente nos 14 primeiros dias da dieta. A protease foi importante, principalmente, no ganho de peso médio diário e na conversão alimentar na fase inicial. Com o estudo, tivemos a confirmação dos impactos negativos dos inibidores e da ação benéfica das proteases para atenuá-los”, completa a especialista da Novus.
O estudo foi tema de apresentação e debate da 35ª Reunião Anual do CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal), realizada em maio, no Centro de Eventos novo Anhembi, em São Paulo (SP).
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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