A JBS é alvo da Proteção Animal Mundial em campanha “Vilões do Clima” 

Alvo inicial é a JBS, que admitiu que não tem intenção de cumprir suas metas climáticas e, ainda assim, recebeu sinal verde para operar na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

Um caminhão envelopado com imagens impactantes e mensagens que expõem a JBS como uma das vilãs do clima – campanha da Proteção Animal Mundial para expor empresas e entidades que colocam o planeta em risco por meio de suas atividades – passou por pontos estratégicos de São Paulo nos dias 28 e 29 de abril. A data foi escolhida para coincidir com a Assembleia Geral da JBS, realizada nesta terça-feira, na capital paulista.   

O caminhão circulou pelo centro histórico de São Paulo e por polos comerciais selecionados, alertando o cidadão comum e investidores sobre os impactos que a empresa tem gerado no meio ambiente. 

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Proteção Animal Mundial lança campanha “Vilões do Clima” 
Foto: Divulgação

A ONG também passou com o veículo em frente ao BNDES, que via BNDESPar, é o maior acionista individual da JBS, com 20,81% das ações da companhia.  

“Boa parte dos recursos de um banco público vem dos impostos pagos pelos cidadãos. As pessoas têm o direito de se manifestar sobre o que o BNDES está chamando de desenvolvimento para o nosso país, ao escolher onde investir. Não queremos — e não podemos — financiar o desastre ambiental que é a pecuária industrial, nem apoiar sua maior representante, a JBS: uma empresa sem o controle total de sua cadeia produtiva, sem responsabilidade socioambiental e sem compromisso com o futuro”, explica Marina Lacôrte, gerente de sistemas alimentares da Proteção Animal Mundial.  

Marina relembra que, recentemente, um alto executivo declarou que as metas de reduzir emissões e zerar o desmatamento ilegal da empresa não passam de meras aspirações. “A Procuradora-Geral do Estado de Nova York chegou a processar a JBS por greenwashing. Além disso, a Science Based Targets initiative (SBTi), iniciativa global que valida metas climáticas empresariais, rebaixou o status da empresa para ‘compromisso removido’, por falta de evidências concretas. Esses fatos deixam claro que a JBS não demonstra sequer a intenção de se comprometer seriamente com a redução de suas emissões, muito menos de cumprir metas climáticas. Dar sinal verde para que a JBS opere na bolsa de Nova York é o oposto do que o mundo e a sociedade precisam. Sua expansão agravará ainda mais a crise climática, cujas consequências já estamos enfrentando”, avalia. 

Durante o protesto, a ONG colou cinco cartazes nos muros da empresa chamando a atenção sobre os efeitos nocivos da atividade da JBS no planeta. Em poucos minutos, funcionários retiraram o material. 

Proteção Animal Mundial lança campanha “Vilões do Clima” 
Foto: Divulgação

“Quero ver tirar o desmatamento de toda a sua cadeia de produção. Se fossem tão ágeis para resolver os problemas reais quanto foram para remover os cartazes, não precisariam apelar para greenwashing para tentar salvar a própria imagem”, afirma Marina.  

O veículo transitou também em frente às residências do Joesley Batista e seu pai. A ação foi finalizada com o caminhão circulando em frente à sede da JBS. 

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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