Tecnologia que faz pulverização com drones reduz perdas, amplia a produtividade e domina áreas antes inacessíveis, mas exige preparo cuidadoso da calda, controle das variáveis de voo e escolha correta dos adjuvantes para entregas realmente consistentes no campo
A adoção de drones na agricultura brasileira avança em ritmo acelerado e já redesenha a forma como produtores aplicam defensivos nas principais culturas do país. De acordo com dados apresentados na Droneshow 2025, o número de drones agrícolas passou de pouco mais de 3 mil unidades em 2021 para 35 mil em 2025, um crescimento expressivo que revela não apenas o interesse pela tecnologia, mas a percepção clara de que essa ferramenta pode solucionar gargalos históricos da pulverização, especialmente em áreas de difícil acesso, declives acentuados e talhões onde pulverizadores terrestres simplesmente não conseguem operar.
O impacto no bolso do produtor também explica parte desse avanço. O uso de drones elimina totalmente o amassamento da lavoura — problema que pode representar entre 2% e 5% de perda de produtividade em culturas como soja, milho e trigo.
Como destaca André Pazinato, gerente de Tecnologia de Aplicação e Adjuvantes da Fortgreen, esse simples fator já garante um ganho direto e imediato. Em muitas propriedades, a adoção da tecnologia ocorre justamente no milho alto, quando máquinas menores já não conseguem entrar na lavoura para as aplicações de fungicidas, tornando o drone a única alternativa viável.
Mas, apesar do entusiasmo, especialistas reforçam que levantar voo não basta. A pulverização com drones é eficiente, desde que conduzida com rigor técnico. Pazinato explica que, ao trabalhar com baixa taxa de aplicação — condição típica desses equipamentos —, o risco de deriva aumenta, assim como a chance de incompatibilidade da calda, o que pode comprometer a eficiência dos defensivos.
Fatores como altura de voo, largura da faixa de aplicação, tamanho das gotas e condições climáticas deixam de ser detalhes e passam a ser elementos centrais na qualidade da operação. “O preparo correto da calda é determinante para o desempenho, principalmente quando se trabalha com volumes reduzidos”, afirma.
Nesse cenário, os adjuvantes ganham protagonismo. Eles não combatem pragas diretamente, mas são responsáveis por estabilizar a mistura, padronizar as gotas, reduzir perdas por deriva e garantir que o produto realmente chegue à superfície da planta.
Como explica Pazinato, não existe um “adjuvante para drones”. A escolha deve levar em conta o comportamento da calda e as características desejadas na aplicação. Em operações aéreas com gotas mais finas, por exemplo, adjuvantes com ação antideriva e alto poder emulsificante tornam-se essenciais para evitar incompatibilidades e garantir uma deposição uniforme.
Os adjuvantes também ajudam a prolongar a vida útil da gota e a melhorar sua aderência, fatores decisivos em aplicações feitas em janelas curtas ou sob condições climáticas desafiadoras. “A função desses produtos é permitir que a calda permaneça estável, homogênea e funcional durante todo o processo de aplicação. Eles evitam perdas e asseguram que o ingrediente ativo seja aproveitado ao máximo”, reforça.
Para acompanhar esse avanço no campo, a Fortgreen desenvolveu iniciativas que buscam elevar o padrão técnico das operações realizadas com drones. Um exemplo é o programa Faixa Ideal, criado para avaliar e aprimorar a qualidade das aplicações feitas tanto por drones quanto por aviões agrícolas. A iniciativa realiza diagnósticos de cobertura, testes de faixa e orientações em tempo real, garantindo precisão e eficiência — algo crucial em um cenário onde a agricultura digital e a pulverização de precisão ganham cada vez mais espaço.
O desenvolvimento de adjuvantes voltados a esse novo momento da agricultura também acompanha a evolução da empresa. Produtos como o Drive, que padroniza gotas e aumenta a cobertura nas folhas, o LI700, que reduz incompatibilidades e melhora a penetração dos agroquímicos, e o RsolveDuo, projetado para evitar reações indesejadas na calda, têm se destacado entre os produtores justamente por oferecerem segurança operacional em um ambiente onde cada detalhe conta.
Para Pazinato, a popularização dos drones é irreversível. No entanto, ele reforça que a tecnologia só entrega seu verdadeiro potencial quando acompanhada de conhecimento técnico, planejamento e produtos adequados. “A pulverização com drones é uma ferramenta que veio para ficar. Mas, como toda inovação no campo, precisa ser bem compreendida e corretamente aplicada para transformar eficiência em resultado”, conclui.
Com mais de duas décadas de atuação, a Fortgreen se posiciona como referência no desenvolvimento de soluções em nutrição vegetal e tecnologia de aplicação. Presente em sete países e integrante do Origin Enterprises PLC desde 2018, a empresa mantém infraestrutura robusta e centros de distribuição espalhados pelo Brasil, garantindo proximidade com o produtor e suporte técnico especializado. Sua atuação combina inovação, pesquisa aplicada e foco em práticas que aumentam eficiência e segurança no manejo agrícola — incluindo as novas fronteiras abertas pela pulverização com drones.
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