A qualidade do café está intrinsicamente ligada ao manejo adequado em cada fase do desenvolvimento do fruto
O café continua sendo a bebida predileta dos brasileiros para iniciar o dia, com seu aroma inconfundível e sabor marcante. Em 2025, o Brasil mantém sua posição de destaque como um dos maiores produtores e consumidores de café do mundo. No entanto, garantir a qualidade da bebida requer atenção desde o cultivo até a xícara, especialmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
A produção brasileira de café em 2025 está estimada em 51,8 milhões de sacas de 60 kg, representando uma redução de 4,4% em relação à safra anterior. Essa queda é atribuída principalmente ao ciclo de baixa bienalidade e às condições climáticas adversas, como restrição hídrica e altas temperaturas durante a floração.
A produtividade média nacional caiu para 28 sacas por hectare, 3% abaixo do rendimento de 2024. A área total destinada ao cultivo do café aumentou 0,5%, alcançando 2,25 milhões de hectares, sendo 1,85 milhão de hectares em produção e 391,46 mil hectares em formação.
Desempenho por Variedade e Região
O café arábica, conhecido por sua qualidade superior, teve uma produção estimada de 34,7 milhões de sacas, uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior. Essa redução reflete o ciclo de baixa bienalidade e as adversidades climáticas, especialmente em Minas Gerais, maior produtor do país, onde a produção caiu 12,1%.
Por outro lado, o café conilon (robusta) apresentou crescimento expressivo de 17,2%, alcançando 17,1 milhões de sacas. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos bons resultados no Espírito Santo, que responde por 69% da produção nacional dessa espécie.
Fases do Desenvolvimento do Café e Importância do Manejo Adequado
A qualidade do café está intrinsicamente ligada ao manejo adequado em cada fase do desenvolvimento do fruto:
Chumbinho e crescimento Inicial
Após a floração, os frutos permanecem em dormência por cerca de seis semanas. Em seguida, ocorre o crescimento rápido até que o fruto verde atinja seu tamanho final. Fatores como déficit hídrico, deficiência nutricional e incidência de doenças podem causar a queda prematura dos frutos.
Formação do Endosperma (Granação):
Nesta fase, o endosperma, inicialmente leitoso, começa a endurecer. Estresses como estiagens prolongadas, altas temperaturas e deficiências nutricionais podem resultar em frutos chochos e mal granados.
Maturação
O fruto muda de cor, passando do verde intenso para o vermelho ou amarelo, conforme a variedade. Há um aumento na síntese de açúcares e alterações nos compostos fenólicos, conferindo características sensoriais ao café.
Senescência e Pós-Colheita
Após a maturação, inicia-se a senescência do fruto e a seca gradativa da mucilagem. Durante esse período, podem ocorrer infecções microbianas, influenciadas principalmente pela umidade relativa do ar, afetando a qualidade final do grão.
Mercado e Exportações
Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico na exportação de café, com o envio de 50,5 milhões de sacas de 60 kg ao mercado internacional, um crescimento de 28,8% em relação ao ano anterior. Esse desempenho gerou uma receita de US$ 12,3 bilhões, marcando um aumento de 52,6% na comparação com 2023.
Além disso, o país consolidou sua posição como maior produtor e exportador de café solúvel no mundo, exportando 4,093 milhões de sacas em 2024, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Garantir a qualidade do café em 2025 exige atenção redobrada ao manejo das lavouras, considerando os desafios climáticos e as exigências do mercado. Desde a escolha da variedade até as práticas de colheita e pós-colheita, cada etapa é crucial para assegurar um produto final que atenda às expectativas dos consumidores e mantenha o Brasil na liderança global da cafeicultura.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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