Qual a melhor raça de ovinos para criação?

Raças de ovinos no Brasil atendem diferentes objetivos produtivos, como carne, lã ou leite. Conheça as principais e escolha a ideal para o seu negócio.

A criação de ovinos no Brasil tem ganhado destaque nos últimos anos, seja pela demanda crescente de carne ovina, pela valorização da lã no mercado têxtil ou pela produção de leite voltada para produtos derivados de alto valor agregado. Entretanto, escolher a raça certa para sua criação depende de diversos fatores, como o objetivo produtivo, o clima da região e o sistema de manejo.

No Brasil, a presença de raças ovinas remonta ao período colonial, quando os animais foram introduzidos pelos europeus. Desde então, diversas raças se adaptaram ao território brasileiro, desenvolvendo características que as tornam aptas às condições locais. Neste artigo, vamos explorar as principais raças de ovinos encontradas no país, divididas por sua aptidão produtiva: carne, lã, leite ou dupla aptidão.

A produção de carne ovina é uma das principais atividades na ovinocultura brasileira. As raças mais indicadas para este objetivo incluem:

  • Santa Inês: Originária do Brasil, é a raça mais comum no país para produção de carne. Com excelente capacidade reprodutiva e habilidade materna, os animais desta raça conseguem desmamar cordeiros pesados. Adaptada ao clima tropical, a Santa Inês é amplamente utilizada em sistemas extensivos e tem carne de alta qualidade.
  • Suffolk: De origem inglesa, foi introduzida no Brasil na década de 1950. Apresenta corpo comprido e musculoso, com destaque para sua ótima conformação corporal e carne de qualidade superior. É ideal para sistemas intensivos.
  • Hampshire Down: Outra raça inglesa bem adaptada ao Brasil, é conhecida pela rápida engorda e excelente acabamento de carcaça, com cordeiros prontos para abate em até 90 dias. Pode ser criada tanto em pastagens extensivas quanto em confinamento.
  • Texel: Amplamente difundida no Brasil, é reconhecida pela boa qualidade de carcaça e alta taxa de crescimento.
  • Morada Nova: Popular no Nordeste, é uma das principais raças deslanadas. Adapta-se bem ao clima semiárido e destaca-se pelo alto número de crias por parto, embora tenha menor ganho de peso e qualidade de carcaça.

Para quem busca investir no mercado têxtil, as raças ovinas produtoras de lã fina são as mais indicadas. Entre elas:

  • Merino Australiano: Considerada uma das melhores produtoras de lã do mundo, sua lã é extremamente fina e valorizada.
  • Ideal: Também voltada para lã fina, é amplamente utilizada no Brasil.
  • Bergamácia: Originária da Itália, é reconhecida pela lã macia e com grande quantidade de mechas por centímetro. Embora a lã seja sua principal aptidão, a raça também pode ser utilizada para produção de carne.

O leite ovino tem conquistado espaço no mercado devido ao seu alto teor de gordura e proteínas, sendo ideal para a produção de queijos e outros derivados. As principais raças leiteiras no Brasil incluem:

  • Lacaune: De origem francesa, é a raça leiteira mais popular no Brasil.
  • East Friesian: Originária da Alemanha, destaca-se pela alta produção leiteira, além de produzir carne e lã.
  • Bergamácia: Além da lã, apresenta boa produção de leite e tem se adaptado bem às condições brasileiras.
  • Santa Inês: Embora mais voltada à produção de carne, também pode ser utilizada em sistemas leiteiros, muitas vezes em cruzamentos com raças como Lacaune e East Friesian.

Raças de dupla aptidão são ideais para criadores que buscam diversificar a produção, atendendo tanto o mercado de carne quanto o de lã. Entre elas, destacam-se:

  • Corriedale: Resultado do cruzamento de ovelhas Merinas com carneiros Lincoln, é altamente adaptável e produtiva.
  • Romney Marsh: Conhecida por sua resistência e versatilidade.
  • Border Leicester: Raça de grande porte, com boa produção de lã e carne.
  • Dohne Merino: Produz lã fina e cordeiros com boa conformação de carcaça.

Uma prática comum entre criadores é o cruzamento entre raças de carne e de lã fina para obter cordeiros com melhor ganho de peso e qualidade de carcaça. Isso permite combinar as características desejadas de cada raça, aumentando a eficiência produtiva.

Escolher a raça ideal para sua criação de ovinos no Brasil exige uma análise cuidadosa do objetivo produtivo, do clima da região e da infraestrutura disponível. Enquanto algumas raças, como a Santa Inês, destacam-se pela adaptação ao clima tropical e alta produtividade, outras, como o Merino Australiano, são mais indicadas para mercados especializados, como o de lã fina.

Ao investir em ovinocultura, é essencial conhecer as características de cada raça para tomar decisões assertivas que maximizem os resultados e atendam às demandas do mercado.

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