Quase 20 mil autos de infração sobre tabela de frete em 2019

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) lavrou 19.842 autos de infração relativos ao descumprimento da tabela de fretes em 2019.

Neste ano, a expectativa é de que a fiscalização seja intensificada. Cerca de 1.000 autos de infração já foram contabilizados em 2020 em operações de fiscalização em todo o país.

Na semana passada, a ANTT prorrogou a entrada em vigência da obrigatoriedade de emissão do Código Identificador de Operações de Transportes (CIOT) para todas as empresas que contratam fretes no Brasil. A medida era vista com preocupação por grande parte do setor de transportes, principalmente empresas transportadoras e segmentos que dependem de fluxo alto de fretes, como laticínios.

A exigência valeria a partir do início de fevereiro, mas foi adiada para 16 de março. A multa pela não emissão de cada documento é de R$ 5 mil. O CIOT atende a uma exigência dos caminhoneiros desde a greve de 2018. Obrigatório desde 2011 para caminhoneiros autônomos, o documento será exigido para todas as cargas transportadas.

O tema repercutiu no Congresso Nacional. O senador Vanderlan Cardoso (PP/GO) afirmou que, com a prorrogação, pretende debater as dificuldades que transportadoras e segmentos do setor produtivo relatam para implementar a medida com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. “Queremos envolver todos. Empresas, caminhoneiros autônomos, setor produtivo e envolvidos com o transporte de cargas no país. Não podemos errar em um setor tão prioritário para o desenvolvimento econômico do país”, disse.

A prorrogação da entrada em vigência da obrigatoriedade de emissão do CIOT para todos foi uma demanda de entidades como a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (AdialLog) e o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat). O sindicato alega que a coleta de leite envolve mais que mil caminhões diariamente e não haveria tempo hábil para as empresas se adequarem ao preenchimento de dezenas de informações para a emissão do CIOT.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, criticou a obrigatoriedade do CIOT, o que classificou como medida burocrática e que tira competitividade do setor produtivo. “É um contrassenso com a própria política do governo federal, que é desburocratizar os processos”, completou.

“É um ônus que não é nosso. O papel da empresa não é arrecadar. Isso nos expõe com o nosso prestador”, reclama o presidente da Adial, Otávio Lage de Siqueira Filho. A associação ainda pretende pressionar a ANTT e o governo para desobrigar a emissão do CIOT.

As informações são do Valor Econômico.

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