Queda de braço entre frigoríficos e produtores impacta cotações do boi gordo

É provável que os frigoríficos brasileiros retomem a pressão sobre os preços do animal terminado, especialmente durante a transição da safra para a entressafra, o que poderia resultar em desvalorização da arroba no médio prazo, ressaltam os analistas; confira as perspectivas e cotações

No dia de ontem, quinta-feira (11), o mercado do boi gordo permaneceu estável, sem grandes variações nos preços, conforme análise do consultor da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Os pecuaristas mantiveram-se cautelosos diante das condições favoráveis das pastagens, impulsionadas pelas previsões positivas de índices pluviométricos para este mês.

Iglesias ressaltou que esse cenário pode se alterar nos próximos meses, à medida que se espera uma redução na intensidade das chuvas e uma consequente perda na capacidade de retenção, o que poderia impactar o mercado.

Apesar da estabilidade, os frigoríficos demonstram cautela em relação aos preços de compra do gado, o que pode indicar uma possível pressão baixista no futuro, especialmente durante a transição da safra para a entressafra, confirmam os analistas da Agrifatto.

As negociações entre frigoríficos e pecuaristas mantiveram um ritmo moderado, com cautela nas compras, visando volumes suficientes para manter o atendimento das programações em nove dias, na média nacional”, relata a Agrifatto.

Segundo a consultoria, é importante destacar que, enquanto esse modelo operacional persistir, há o risco de encurtamento das escalas em um ou dois dias, o que as tornaria desconfortáveis para grande parte dos frigoríficos brasileiros. Para evitar esse cenário, alguns frigoríficos paulistas que atuam com foco no mercado doméstico ofereceram até R$ 230/@ pelo boi “comum”, embora esse preço ainda seja considerado como referência.

“É razoável concluir que os aumentos pontuais da arroba em algumas regiões produtoras são resultado do excelente desempenho das exportações na primeira semana de abril e da gradual melhoria das vendas no varejo doméstico, especialmente dos cortes dianteiros desde a semana passada”, observa a Agrifatto.

No entanto, continua a consultoria, é provável que os frigoríficos brasileiros retomem a pressão sobre os preços do animal terminado, especialmente durante a transição da safra para a entressafra, o que poderia resultar em desvalorização da arroba no médio prazo, ressaltam os analistas.

Preços do boi gordo

São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de nove dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de treze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de treze dias;

Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.

No dia 11 de abril de 2024, o indicador do boi gordo CEPEA/B3 registrou o valor de R$230,40, com uma variação negativa de 1,20% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, a variação foi de -0,82%, com o valor em dólar alcançando US$45,27. Esses números refletem a dinâmica do mercado pecuário, influenciado por diversos fatores econômicos e climáticos, destacando a importância de uma análise precisa para os agentes do setor.

Mercado atacadista

No mercado atacadista, os preços da carne se mantiveram estáveis ao longo do dia, com o quarto traseiro cotado a R$18,00 por quilo, o quarto dianteiro permanecendo em R$14,00 por quilo e a ponta de agulha seguindo cotada a R$13,00 por quilo. Essa estabilidade reflete o equilíbrio momentâneo entre oferta e demanda, porém, a situação da carne de frango, que apresenta sinais de sobreoferta, pode influenciar negativamente na formação de preços de proteínas concorrentes, exigindo cautela por parte dos agentes do mercado.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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