Boi: Queda só na oferta, arroba vai disparar novamente!

As indústrias voltaram a reduzir a sua capacidade de abate para tentar contornar os primeiros sinais de que a “safra do boi” está chegando ao fim!

A última semana foi marcada por grande estabilidade na maioria das praças pecuárias do país. Como de costume, o consumo no mercado interno é maior no início do mês e as exportações também seguem aceleradas. A pressão de baixa imposta pelas indústrias voltam a perder força nesta próxima semana, impactados pela “safra do boi” que está chegando ao fim.

O ligeiro aumento de oferta de boiadas gordas, que foi estimulada pela chegada do período seco nas principais regiões pecuárias e, consequentemente, pela maior dificuldade dos produtores em manter os animais nas fazendas manteve as indústrias em uma posição confortável, mas como anunciado, a oferta está chegando ao fim e o primeiro giro do confinamento trará lacuna na oferta!

Fechamento da semana

Segundo os dados levantados pela Scot Consultoria, o mercado abriu estável para todas as categorias destinadas ao abate. Diante disso, o boi, a vaca e novilha gordos estão apregoados, respectivamente, em R$306,00/@, R$284,00/@ e R$298,00/@, preços brutos e a prazo. 

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 305,25@, na sexta-feira (14/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 284,55/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 291,66/@.

O ágio para os animais que atendem o padrão exportação, o Boi China, chegam a R$ 10,00/@ em relação ao boi comum. Já o Indicador do Cepea voltou a ter grande desvalorização, na casa de -4,79%, fazendo com que os preços tivessem um salto de R$ 311,85/@ para o patamar de R$ 307,00/@.

Como apontado pelo app, na imagem abaixo, é possível observar que o mercado apresentou uma alta de R$ 5/@ na comparação da sexta-feira com a abertura da semana. Esse é o primeiro sinal de que as indústrias não estão tão confortáveis e voltam as compras!

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Queda na oferta começou e preço volta a subir

Na avaliação da IHS Markit, mesmo com o aumento dos negócios no mercado do boi gordo, a oferta atual de animais terminados continua muito aquém das médias históricas para esta época do ano.

“Os pecuaristas ainda seguem tentando driblar os altos custos de produção, e por isso resistem vender a boiada aos preços determinados pelas indústrias”. Segundo a IHS, a oferta de animais engordados no pasto parece já ter atingido o seu auge, como mostra o quadro atual de escassez de oferta observado no Centro-Oeste e Sudeste do País.

Com isso, muitas fazendas de pequeno e médio portes, continua a consultoria, estão sendo obrigadas a fechar parcerias com boiteis, que têm maior poder de barganha na compra de componentes para ração, viabilizando a terminação no cocho, mesmo depois da explosão no valor do milho, entre outros ingredientes.

Por sua vez, as plantas frigoríficas diminuíram consideravelmente os seus abates diários, buscando fôlego nas escalas e, ao mesmo tempo, tentam cada vez mais barganhar preços menores nos principais balcões de negócios do País.

Entressafra está próxima

Para o início da entressafra, a expectativa é que seja evidenciada a retomada do movimento de alta, em linha com a potencial redução do confinamento de primeiro giro. “Basicamente o mercado pecuário voltará a conviver com um ambiente pautado pela restrição de oferta”, disse o analista da Agência Safras.

Com o cenário que vem se firmando no mercado do boi gordo, as indústrias vão perdendo o seu poder de barganha diante da oferta que começa a ficar escassa. A abertura de uma nova lacuna será observada no curto prazo e deverá se intensificar com o primeiro giro do confinamento que terá baixo volume diante dos custos, insumos e reposição.

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