Quem são os agricultores brasileiros campeões em produtividade na soja

O produtor de soja João Lincoln Reis Veiga, que é proprietário da fazenda Congonhal, localizada em Nepomuceno (MG), obteve o título de campeão de produtividade de soja no torneio de 2023 promovido pelo CESB.

Veiga alcançou essa conquista na categoria de cultivo em sequeiro, ou seja, sem irrigação, obtendo uma impressionante produtividade de 134,46 sacas por hectare. O ranking dos vencedores, chamado de Desafio de Máxima Produtividade, foi anunciado durante o 15º Fórum Nacional de Máxima Produtividade do CESB, realizado em Indaiatuba (SP) em 29 de março de 2023. Esse evento contou com um recorde de participação, com cerca de 6.500 inscritos e aproximadamente 950 auditorias realizadas.

Marcelo Habe, presidente do CESB, enfatiza que o desafio reforça o objetivo central da entidade, que é contribuir para o aumento da produtividade da cultura da soja e de seu sistema produtivo, mantendo princípios de sustentabilidade e rentabilidade. Cabe destaca que esse objetivo é concretizado quando os produtores selecionam tecnologias impactantes e financeiramente viáveis aplicadas na área do desafio, e as aplicam em suas áreas comerciais, resultando no aumento da produtividade.

Como ponto de referência, no mais recente levantamento de safra realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produtividade média da soja na safra 2022/23 foi de 3.532 kg por hectare, o que equivale a 58,8 sacas de 60 kg.

O campeonato é dividido em duas categorias: sequeiro e irrigado. Os campeões são anunciados por categorias e divididos por regiões (Centro-Oeste, Sul, Nordeste, Norte e Sudeste).

Quem são os destaques na produção de soja no Brasil?

João Antonio Gorgen alcançou a vitória em duas regiões. Na categoria de cultivo em sequeiro na região Nordeste, conquistou o primeiro lugar com a fazenda Barcelona, localizada em Riachão das Neves (BA), atingindo uma produtividade de 119,71 sacas por hectare. Na categoria de cultivo em sequeiro na região Norte, ele triunfou com a fazenda São Gabriel, situada em Mateiros (TO), com um desempenho de 108,63 sacas por hectare.

Moacir Griss se destacou como o vencedor na categoria de cultivo em sequeiro na região Sul, obtendo o prêmio com a fazenda Santa Cruz, localizada em Clevelândia (PR), onde alcançou uma impressionante produtividade de 132,83 sacas por hectare.

soja
Foto: Divulgação

Caetano Polato, proprietário da fazenda Gravataí, localizada em Itiquira, no Mato Grosso, foi o campeão na categoria de cultivo em sequeiro na região Centro-Oeste, registrando uma produtividade de 106,01 sacas por hectare.

Por fim, Norio Fujisawa conquistou o primeiro lugar na categoria de cultivo irrigado a nível nacional. Este produtor, que é dono da fazenda Campos Verdes, localizada em Itapeva, São Paulo, alcançou uma notável produtividade de 111,75 sacas por hectare.

Compreenda o funcionamento do Desafio da Máxima Produtividade:

O projeto teve início em 2008, quando um grupo de profissionais e especialistas dedicados ao aumento da produtividade da soja no Brasil se uniu para criar esse desafio. A ideia por trás do projeto era estabelecer um ambiente que incentivasse os produtores de soja e consultores técnicos a desafiarem seus conhecimentos e a promover o desenvolvimento de práticas de cultivo inovadoras, visando extrair o potencial máximo da cultura, mantendo simultaneamente os princípios de sustentabilidade e rentabilidade.

De acordo com Lorena Moura, coordenadora técnica do CESB, a confiabilidade do campeonato é garantida pelo rigor do processo de auditoria. “Todo o processo segue um protocolo que foi elaborado e patenteado, garantindo sua uniformidade em todas as regiões do Brasil, onde é conduzido por auditores. O processo é meticuloso e supervisionado de perto por um auditor, e todas as etapas são documentadas com fotografias que incluem data, horário e coordenadas geográficas”, explica.

Lorena esclarece que a carga de grãos colhidos é devidamente acondicionada em lonas, selada e escoltada pelo auditor até a balança. Além disso, o auditor acompanha o processo de classificação dos grãos, incluindo medições de impurezas, umidade e peso de mil grãos, realizado no armazém. Ao final, os produtores e consultores recebem um laudo completo da auditoria que inclui todas as informações referentes ao manejo da lavoura colhida e os resultados da produtividade da área.

Luiz Antonio da Silva, diretor executivo do CESB, relembra os desafios enfrentados no início do projeto. “Na década de 2000, a média de produtividade da soja, de acordo com dados da Conab, estava estagnada em cerca de 43 sacas por hectare. No entanto, tanto a academia quanto observações em campo indicavam que ainda estávamos distantes do potencial máximo de produtividade da cultura”, afirma Silva.

De acordo com Nilson Caldas, vice-presidente do CESB, o campeonato testemunhou momentos significativos desde o seu início. “O primeiro marco foi a quebra da barreira das 100 sacas na safra 2009/10, quando o campeão atingiu 108,40 sacas por hectare. Posteriormente, na safra 2012/13, tivemos o vencedor superando 110,5 sacas por hectare e ultrapassando a marca de 110 sacas, que era então significativa”, observa Caldas.

Para ele, o terceiro marco mais notável ocorreu na safra 2014/15, quando o campeão superou as 140 sacas por hectare, registrando 141,8 sacas por hectare. Esse número foi ultrapassado na safra 2016/17, quando estabeleceu-se o recorde, que permanece inigualado até hoje, de 149,10 sacas por hectare.

Outro dado relevante é a média de produtividade dos participantes. “Na safra 2008/09, os 10 principais produtores registraram uma média de 77,8 sacas por hectare, com apenas dois deles ultrapassando 90 sacas por hectare. Já na safra 2020/2021, essa média saltou para 119,75 sacas por hectare, com 381 produtores superando a marca de 90 sacas por hectare”, destaca Caldas.

O CESB é composto por 19 especialistas e conta com o patrocínio de 26 organizações, incluindo AgroGalaxy, BASF, Bayer, Syngenta, Jacto, ATTO Sementes, Brasmax, Corteva, EuroChem FTO, Ferticel, ICL, Koppert, Massey Ferguson, Mosaic, Stara, Stoller, Sumitomo Chemical, TIMAC Agro, TMF, Ubyfol, UPL, Yara, Yoorin, Elevagro, IBRA e Somar Serviços Agro.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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