
Os búfalos, pertencentes à família dos bovídeos e originários do continente euroasiático, são animais de dupla aptidão, utilizados para produção de carne e leite
Em um cenário onde a busca por alternativas rentáveis à pecuária tradicional se intensifica, os búfalos emergem como uma opção estratégica para produtores brasileiros. Com aptidão para carne e leite, rusticidade e fácil manejo, esses animais têm conquistado espaço em diversas regiões do país. Mas quais são as raças mais indicadas para quem deseja investir nesse mercado promissor?
Por que investir na criação de búfalos?
Os búfalos, pertencentes à família dos bovídeos e originários do continente euroasiático, são animais de dupla aptidão, utilizados para produção de carne e leite. No Brasil, a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) reconhece quatro raças principais: Carabao, Murrah, Mediterrâneo e Jafarabadi.
Independentemente da raça, os bubalinos são conhecidos por sua docilidade, o que facilita o manejo e a criação. No entanto, eles não suportam bem o calor excessivo, preferindo regiões com açudes ou lagos, onde podem se submergir para regular a temperatura corporal.
Apesar dessa sensibilidade ao calor, a criação de búfalos pode ser altamente lucrativa, especialmente para pecuaristas que buscam diversificar suas atividades e atender a nichos de mercado em expansão.
Carabao: o búfalo do pântano

Originário do sudeste asiático, especialmente das Filipinas e da Indochina, o Carabao — também chamado de “búfalo do pântano” — é símbolo de força e resistência. Conhecido como o “trator do Oriente”, ele se destaca por sua impressionante rusticidade e capacidade de adaptação a ambientes alagados, como a Ilha de Marajó, no Pará.
Sua pelagem é cinza-escura, geralmente com manchas claras, e os chifres longos se curvam para trás. Com cabeça triangular e olhos arredondados, é um animal de dupla aptidão, sendo utilizado tanto para carne como para leite. Embora sua produção leiteira seja mais modesta (entre 4 e 6 litros por dia), sua grande vantagem está na capacidade de tração e resistência em terrenos difíceis.
Murrah: campeã da produção leiteira

A raça Murrah, vinda da Índia, é especializada na produção de leite e se consagrou no Brasil como uma das mais eficientes nesse quesito. Com pelagem, pele, chifres e cascos pretos, o Murrah tem chifres curtos e espiralados, cabeça retilínea e orelhas pequenas e pendulosas.
Sua produção leiteira é impressionante: vacas bem manejadas chegam a produzir de 7 a 11 litros de leite por dia, e são comuns fêmeas que atravessam até 10 períodos de lactação. No entanto, o Murrah exige algumas condições básicas para expressar todo seu potencial produtivo — principalmente a disponibilidade de água para banho, já que o búfalo tem poucas glândulas sudoríparas e precisa se refrescar para manter o bem-estar.
Mediterrâneo: força europeia adaptada ao Brasil

Apesar da origem indiana, o Mediterrâneo foi desenvolvido na Itália com foco na produção leiteira, especialmente do leite utilizado para fazer a tradicional mozzarella di búfala. No Brasil, é conhecido como “búfalo preto” ou “italiano” e apresenta características híbridas das raças Murrah e Jafarabadi.
Sua pelagem é negra, os chifres são longos e curvados para cima em forma de semicírculo, e a cabeça é convexa com orelhas medianas e horizontais. Com peso médio entre 600 e 800 kg, é uma raça de dupla aptidão, mas com maior vocação para o leite, com produtividade entre 6 e 10 litros por dia. É bem aceita em diversas regiões do país e se adapta a diferentes sistemas produtivos.
Jafarabadi: o gigante da bubalinocultura

Natural da região de Gir, no estado de Gujarat (Índia), o Jafarabadi é o verdadeiro gigante entre os búfalos criados no Brasil. Com pelagem, cascos e chifres negros, sua cabeça ultraconvexa chama atenção, assim como seus chifres grossos e longos, que se curvam para baixo, depois para cima e para dentro.
É uma raça de dupla aptidão, mas com foco maior na produção de carne. O macho pode pesar entre 700 e 1500 kg, enquanto a fêmea varia de 650 a 900 kg. Também apresenta bom desempenho leiteiro, com médias entre 6 e 8 litros por dia. No Brasil, há duas variedades reconhecidas: a Gir búfalo, mais leve, e a Palitana, com estrutura óssea mais pesada e carapaça craniana pronunciada.
Qual raça escolher?
A escolha entre Carabao, Murrah, Mediterrâneo ou Jafarabadi vai depender do objetivo da criação, das condições ambientais da propriedade e da infraestrutura disponível. Para produção de leite em alta escala, o Murrah é imbatível. Já para sistemas mistos e com maior versatilidade, o Mediterrâneo é uma excelente opção. Se a região for pantanosa ou alagada, o Carabao demonstra desempenho superior. Para carne e rusticidade, especialmente em grandes pastagens com bom manejo nutricional, o Jafarabadi se destaca.
Independentemente da raça, o investimento em búfalos pode trazer retorno consistente ao produtor, com animais mais rústicos, leite com maior teor de sólidos e carne de qualidade superior. O Brasil, que possui o maior rebanho bubalino das Américas, segue firme na valorização dessas raças que, aos poucos, conquistam seu espaço nas fazendas e nas prateleiras.
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