R$ 2.785/cab: Custo alto faz pecuarista correr da reposição

O mercado da reposição, de forma generalizada, acabou sendo pautado por mais uma semana de queda no número de negociações concretizadas. Veja a explicação!

O mercado do boi segue com preços ainda sustentados em patamares elevados para algumas praças e atual cenário. De modo geral, o volume de negócios no mercado brasileiro de gado para reposição acabou sendo pouco impactado por esses valores e esfriou, apesar de algumas particularidades regionais. Custo alto faz pecuarista dispensar a reposição!

Isso porque, dizem os analistas, os recriadores e invernistas sentem no bolso o peso das valorizações do milho e do farelo de soja. As noticias de quebras de safras, aumento das dificuldades na colheita e preços no mercado físico alcançando patamares de R$ 100,00/sc para o milho e de R$ 205,00/sc para a soja, deixam as margens e planejamentos cada vez mais complicados para os pecuaristas da recria/terminação.

O mercado da reposição vive um momento de “tensão” diante das quedas nas cotações de todas as categorias, principalmente para os bezerros e bezerras.

Conforme informado pela Agrobrazil, nesta semana, os preços desta categoria saltaram de uma média de R$ 3212,86/cab em janeiro para cotação de R$ 2951,25/cab na média parcial de fevereiro, valor esse que representa um recuo de R$ 261,61/cab. Cabe aqui ressaltar que, essa praça, foi a que apresentou maior desvalorização.

Já o Indicador do Cepea, para os bezerros paulistas, apontaram para um valor de R$ 2.922,06/cab no fechamento do dia 18 de fevereiro. Esse valor representa uma variação mensal negativa na ordem de 0,03%. Já os animais do Mato Grosso do Sul, fecharam na mesma data cotados no valor de R$ 2.785,46/cab, também com uma variação mensal negativa de 4,59%.

“As quedas nos preços da arroba do boi gordo nos Estados da região Norte afastou boa parte dos recriadores/invernistas”, justificam os analistas da IHS.

“Embora a arroba do boi gordo continue valorizada, permitindo uma certa vantagem na relação de troca entre animais terminados e as diversas categorias de gado magro, a atuação dos compradores continua pautada pela cautela”, ressalta a IHS.

Giro da reposição pelo Brasil

Segundo os analistas, o mercado de reposição se mostrou mais lento nas praças da região Norte do Brasil, sobretudo no Tocantins. As fortes chuvas em Tocantins refletiram nos preços dos bovinos para reposição. No comparativo semanal, considerando a média de todas as categorias monitoradas no estado, entre machos e fêmeas anelorados, as cotações recuaram 3,6%.

O destaque vai para os bezerros de desmama e de ano, com quedas mais expressivas frente à semana anterior, de R$250,00/cabeça e R$200,00/cabeça, respectivamente. 

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No Centro-Oeste, a semana também foi de variações majoritariamente baixistas. No Mato Grosso do Sul, o clima adverso reduziu a procura de gado magro e trouxe queda aos preços, informa a IHS.

Nas praças do Mato Grosso e de Goiás, a procura mais fraca também trouxe fragilidade aos preços, sobretudo para categorias mais jovens. Por outro lado, a demanda por novilhas surpreendeu em algumas regiões e garantiu suporte aos preços da categoria, acrescenta a IHS.

Em São Paulo, há relatos de oferta enxuta e dificuldade de compra de garrotes e novilhas para engorda. Foram registrados ajustes negativos no mercado reposição do Rio Grande do Sul e do Paraná, devido à inconsistência na procura por animais de reposição.

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