Apenas neste mês de setembro, a valorização do preço da arroba do boi gordo ultrapassa os 17%. A indústria frigorífica ainda enfrenta desafios na aquisição de boiadas e escalas de abate reduzidas. Além desses fatores, a virada do mês impulsionam o consumo interno.
Setembro, o mês do pecuarista, foi marcado pela forte recuperação nas cotações da arroba dos animais para abate, tanto no mercado físico do boi gordo quanto no futuro, na B3, relataram as principais consultorias pecuárias do país. Apenas neste mês de setembro, a valorização do preço da arroba ultrapassa os 17%, garantindo melhores margens aos pecuaristas que vem sofrendo desde o início do ano.
O mercado físico do boi gordo registrou mais uma alta de preços nesta sexta-feira, sugerindo uma tendência de aumento contínuo. A indústria frigorífica ainda enfrenta desafios na aquisição de boiadas, resultando em escalas de abate reduzidas. Além desses fatores, a entrada da massa salarial e a virada do mês impulsionam o consumo interno, trazendo maior poder de compra à população. Esse conjunto de fatores, sugerem uma nova disparada nos preços nesta primeira quinzena de outubro.
Fechamento de setembro
O mercado brasileiro de boi gordo terminou setembro com um cenário de melhora nos preços em boa parte das praças de comercialização. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, essa recuperação levou em conta um cenário de oferta mais restrito, o que dificultou a composição de escalas de abate mais alongadas por parte dos frigoríficos.
As sextas-feiras costumam ser mais tranquilas no mercado. Contudo, na comparação feita dia a dia, com a menor oferta de bovinos e pressão altista, as cotações da arroba do boi destinado ao mercado interno e do “boi China” subiram R$10,00 e R$5,00, respectivamente. Para as cotações da vaca e da novilha, alta de R$5,00/@.
O boi comum está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca em R$200,00/@ e a novilha em R$220,00/@, preços brutos e a prazo. O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$235,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@.
Entretanto, as negociações acima deste valor de referência estão mais frequentes, conforme informado pelo app da Agrobrazil. Um exemplo foi a negociação informada pelo pecuarista de Ribeirão dos Índios, interior paulista, com o valor de R$ 240,00/@ com pagamento no prazo de 15 dias e abate programado para 06 de outubro. Veja imagem abaixo.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- São Paulo, Capital: R$ 230, alta de 17,5% frente aos R$ 200 praticados no fechamento de agosto.
- Dourados (MS): R$ 225 na modalidade a prazo, avanço de 15,38% frente aos R$ 195 praticados no final do mês passado.
- Cuiabá (MT): R$ 196, subiu 3,16% ao longo do mês, de R$ 190 para R$ 196.
- Uberaba (MG): R$ 220, subiu 8,37% ao longo do mês.
- Goiânia (GO): R$ 220, avanço de 15,79% frente aos R$ 190 registrados no final de agosto.
O Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 apontou a cotação de R$ 236,15/@ para a arroba de boi gordo em São Paulo nesta sexta-feira (29). Isso representa um aumento de 0,70% sobre a cotação média registrada um dia antes. É o maior valor registrado pelo levantamento desde o fim de agosto, conforme já havia sido anunciado aqui no Portal. O aumento no preço ultrapassa os 17% no mês de setembro, de acordo com o índice.
O indicador do boi gordo Cepea/B3 é uma média diária ponderada de preços por arroba à vista de boi gordo no estado de São Paulo, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em parceria com a B3.
Valorização da arroba vai continuar
A análise da consultoria é de que, mesmo com a alta dos preços, os frigoríficos estão enfrentando desafios na formação de suas escalas de abate. A expectativa é de que esse movimento de alta continue durante a primeira quinzena de outubro, devido à crescente demanda por carne bovina no período, afirma o analista Fernando Henrique Iglesias.
No mercado futuro, os preços da arroba negociados na B3 também registraram incrementos de 21% para os contratos de vencimento mais próximo, acrescenta a consultoria S&P Global. Tais movimentos altistas no mercado futuro, indicam que a oferta de animais terminados deverá ser apertada nos próximos meses.
Na avaliação da consultoria, no último trimestre do ano, a sazonalidade do período – marcado pelas festas de fim de ano – sugere um avanço no consumo de carne, e consequentemente, uma maior procura por boiadas terminadas.
Preocupação: poder de compra frente ao bezerro é o menor em dois anos
Os preços do boi gordo vêm apresentando forte reação neste mês, impulsionados pela baixa oferta de animais para abate – o Indicador CEPEA/B3 (mercado paulista) já opera acima dos R$ 220. No entanto, pesquisadores do Cepea ressaltam que a valorização da arroba não foi suficiente para melhorar o poder de compra de pecuaristas terminadores.
Esse cenário se deve às baixas mais intensas da arroba bovina frente às registradas para o animal de reposição ao longo de 2023.
Dados do Cepea mostram que, nesta parcial de setembro (até o dia 26), pecuaristas precisam de 9,58 arrobas de boi gordo paulista para a compra de um bezerro sul-mato-grossense (nelore, de 8 a 12 meses), contra 8,36 arrobas em setembro/22. Inclusive, o momento atual é o mais desfavorável ao pecuarista terminador desde outubro de 2021, quando foram necessárias 10,27 arrobas para fazer a mesma troca.
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