R$ 350: Arroba vai disparar? Escassez de oferta vai dizer!

O pecuarista e indústria continuam a travar as negociações, mas a chegada de um quadro de escassez de oferta de animais pode mudar o jogo!

O mercado do boi gordo viu, nesta primeira quinzena do mês, uma grande acomodação dos preços da arroba, mesmo com a tentativa de pressão negativa da indústria nas ofertas. Os compradores seguem avaliando o escoamento da carne no mercado interno e aproveitam as suas escalas de abate confortáveis. Mas, atenção, a chegada de um quadro de escassez de oferta de animais pode mudar o jogo!

O pecuarista, por outro lado, segue cadenciando as suas vendas quando possível. As adversidades climáticas acabaram pressionando um aumento no quadro de oferta de animais. Porém, segundo os analistas, esse cenário tende a mudar e pode trazer uma nova disparada nos preços da arroba.

“As indústrias brasileiras aproveitam as escalas de abate acumuladas ao longo da semana para evitar adquirir animais terminados e gerar novas altas de preços da arroba”, relata a IHS Markit.

Segundo a IHS, os relatos de escassez de ofertas de boiadas gordas crescem no mercado nacional conforme os primeiros lotes provenientes dos confinamentos são absorvidos pelos compradores.

Uma explicação para o atual momento vivido pela pecuária, o abate excessivo de fêmeas registrado no passado recente explica, em parte, o atual quadro de escassez de boiadas no País. Além disso, é preciso levar em conta, a alta nos preços dos insumos e reposição acabou desestimulando os pecuaristas a intensificar sua produção.

No segundo trimestre de 2021 (abr-jun), os abates de bovinos alcançaram 7,07 milhões de cabeças no País, com recuo de 4,5% frente ao resultado computado no mesmo período de 2020, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do primeiro semestre deste ano, as indústrias frigoríficas abateram 13,63 milhões de bovinos, uma  queda de 7,5% sobre o desempenho registrado em igual intervalo do ano passado – a menor quantidade desde 2009 para esse período do ano.

@agropecuáriaveneza

Diante desses fatores supracitados, é esperado um quadro de lacuna na oferta de animais para abate no período entre o primeiro e o segundo giro do confinamento no país. Esse movimento deve, segundo os analistas, trazer uma nova onda de valorização nos preços da arroba.

No mercado futuro, os preços ainda seguem patinando diante de tantas incertezas, principalmente pela questão da exportação e da nova variante Delta. Os preços devem se acomodar na casa de R$ 340,00/@, preveem os analistas. Confira abaixo o fechamento da última sexta-feira.

Possíveis Cenários para 2021

Fonte: Agrifatto

Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021.

Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.

Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.

Por fim, o cenário mais conservador considera preços vigorantes próximos ao range de R$ 320-330/@, limitados por uma produção maior no segundo semestre, causada por aumento do número de animais confinados, combinada ainda a exportações e demanda interna reduzidas, levando a maior estoque do produto internamente, apontou a Agrifatto.

Uma coisa é certa, independente do cenário que se instale na pecuária nacional, o pecuarista vai precisar de atentar aos custos de produção, já que não adianta vender por valores altos e trabalhar com custos elevados. As estratégias de se utilizar a trava no mercado futuro, intensificação e tecnologia de gestão, podem ser o diferencial!

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