Com investimento de R$ 2 bilhões na fábrica argentina e uma estratégia voltada para conquistar produtores rurais, a Ram Dakota chega para disputar de forma direta um dos segmentos mais competitivos do mercado brasileiro
A Stellantis apresentou oficialmente ao público brasileiro a Ram Dakota, nova picape média que será produzida em Córdoba, na Argentina, e desembarcará no Brasil no início de 2026. O lançamento marca o retorno do nome Dakota, que fez parte da linha Dodge no passado e agora volta como aposta estratégica para disputar espaço com modelos consolidados como Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10.
O primeiro contato com o modelo veio na forma do conceito Nightfall, revelado em um evento no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 13 de agosto. Embora preços e versões não tenham sido divulgados, a fabricante adiantou que a proposta é unir três atributos valorizados pelo público rural: robustez para o trabalho, conforto de alto nível e recursos que aumentem a produtividade no campo.
Segundo Juliano Machado, vice-presidente da Ram na América do Sul, a Stellantis já possui uma base sólida no agronegócio com modelos de grande porte, como a Ram 2500 e 3500, e também em faixas menores, com a Fiat Strada. A Dakota, explica, vem para preencher o espaço intermediário, atendendo a uma demanda crescente por picapes médias que combinem desempenho e versatilidade.
O Brasil, que já é o maior mercado da Ram fora da América do Norte, terá papel central nessa nova fase. Em seis anos, a rede de concessionárias da marca saltou de 40 para mais de 140 unidades, e o volume de vendas cresceu de 600 unidades anuais para uma expectativa de mais de 30 mil em 2025. Ainda assim, a Stellantis vê no segmento de médias, responsável por 35% das vendas de picapes no país, uma oportunidade muito maior do que no nicho full size, que hoje representa apenas 2% do mercado.
O presidente da Stellantis América do Sul e líder global de veículos comerciais, Emanuele Cappellano, reforçou que o desenvolvimento da Dakota foi pensado “da América do Sul para a América do Sul”, priorizando características exigidas pelo consumidor local. A produção em território argentino, somada às plantas brasileiras, também reduz riscos logísticos e ameniza impactos de oscilações comerciais internacionais, como as tensões tarifárias entre EUA e outros países.
Embora ainda haja mistério sobre detalhes técnicos, especula-se que a picape utilize o motor 2.2 turbodiesel de 200 cv e 45 kgfm de torque, o mesmo que equipa a Fiat Titano, acoplado a câmbio automático de 8 ou 9 marchas. O projeto, identificado internamente como KP2, teria como base a picape chinesa Changan Hunter, adaptada e reforçada para atender às condições e necessidades da América do Sul.
Com investimento de R$ 2 bilhões na fábrica argentina e uma estratégia voltada para conquistar produtores rurais, a Ram Dakota chega para disputar de forma direta um dos segmentos mais competitivos do mercado brasileiro, prometendo ser uma aliada tanto no trabalho pesado quanto no lazer.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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