Ratinho obtém cidadania paraguaia seguindo tendência de empresários

Ratinho obtém cidadania paraguaia e simboliza nova onda de migração de empresários brasileiros; movimento crescente de empresários e investidores acende debate sobre impostos, segurança e ideologia

O apresentador e empresário Carlos Massa, o Ratinho, surpreendeu o público brasileiro ao anunciar, nas redes sociais, que agora é também “cidadão paraguaio”, após obter residência permanente no país vizinho.

O apresentador revelou ter se tornado um residente permanente do Paraguai. A novidade foi compartilhada nas redes sociais. “Ó, gente, graças à doutora Joelma, eu a partir de agora sou cidadão paraguaio também. Sou cidadão brasileiro, mas também sou paraguaio”, disse. “Residente permanente do país”, completou a advogada.

A notícia ganhou destaque em todo o continente e reacendeu o debate sobre o êxodo de empresários brasileiros para o Paraguai, movimento que vem ganhando força nos últimos anos.

Ratinho, uma das personalidades mais conhecidas da televisão brasileira e dono de um império que vai da comunicação ao agronegócio, passou a integrar um grupo crescente de investidores, produtores rurais e empresários que enxergam no Paraguai uma alternativa mais estável e rentável para seus negócios.

Segundo reportagem do La Nación Paraguay, o fenômeno é motivado principalmente por três fatores: a carga tributária mais leve, o ambiente de negócios mais previsível e a percepção de maior segurança jurídica e pessoal.

Além das razões econômicas, há também um pano de fundo político. Em meio à forte polarização no Brasil e às críticas recorrentes ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, parte do empresariado conservador vem buscando refúgio ideológico em países considerados mais liberais na condução econômica.

“O Paraguai oferece algo que o Brasil deixou de oferecer: estabilidade, liberdade e incentivos reais ao empreendedor”, afirmou um empresário brasileiro radicado em Assunção, ouvido pela reportagem de La Nación.

Paraguai: o novo “refúgio de capital” da América do Sul

Com uma tributação empresarial entre as mais baixas do continente, o Paraguai vem atraindo capital estrangeiro de diferentes setores — da agropecuária à indústria e aos serviços.
O país também se destaca pela facilidade de obtenção de residência permanente, permitindo que estrangeiros legalizem rapidamente seus investimentos e patrimônios.

Analistas econômicos destacam que Uruguai e Paraguai vêm se consolidando como refúgios de capital e qualidade de vida na América do Sul. Ambos combinam custo de vida mais acessível, estabilidade macroeconômica e governos com agendas mais previsíveis — características cada vez mais valorizadas por quem busca segurança financeira e pessoal.

Apresentador Ratinho Massa
Foto: Divulgação

Críticas ao governo Lula e simbolismo político

Ratinho, que já foi deputado federal e mantém laços próximos com o setor produtivo e ruralista, tem se mostrado crítico à condução econômica do governo Lula.

Sua decisão de buscar cidadania no Paraguai foi interpretada por parte da imprensa como um gesto político, refletindo o desencanto de parte da elite empresarial brasileira com o atual governo.

Ratinho é uma figura simbólica. Sua mudança representa mais do que uma decisão pessoal: é um sinal de que empresários influentes estão cansados da instabilidade política e tributária do Brasil”, avalia um consultor ouvido pelo Mais Goiás.

Quem tem direito à cidadania paraguaia?

A cidadania paraguaia pode ser obtida por estrangeiros que atendam a requisitos legais de naturalização, entre os quais figura a residência legal permanente no país por um período mínimo — atualmente de três anos segundo dispositivos constitucionais. Também há facilidades para quem está sob regimes do Mercosul: estrangeiros de países como o Brasil podem obter residência permanente pelo acordo de residência do Mercosul e depois, cumpridos os requisitos de tempo, pleitear a nacionalidade.

Além disso, a Constituição paraguaya admite a nacionalidade múltipla e permite naturalização, desde que cumpridos os requisitos de boa conduta, idade adulta e comprovação de atividade lícita, entre outros trâmites formais previstos em lei.

Fontes indicam que o apresentador possui propriedades rurais no Paraguai, voltadas a investimento agrícola, o que teria contribuído para sua conexão com o país e facilitado a obtenção de residência fixa.

Tendência deve continuar

Especialistas em imigração e negócios apontam que a migração empresarial brasileira para o Paraguai tende a se intensificar.
Com processos burocráticos mais simples, isenções fiscais e custo operacional reduzido, o país tornou-se uma opção estratégica para quem busca reorganizar patrimônios e operações fora do Brasil.

A decisão de Ratinho, portanto, vai além da curiosidade pública: reflete um movimento real, silencioso e crescente, que pode redesenhar parte do mapa empresarial da região nos próximos anos.

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