
A fase da recria ganha protagonismo em tempos de margens apertadas. Entenda como a intensificação pode salvar a rentabilidade da pecuária.
A pecuária de corte brasileira vive sob pressão: custos elevados, mercado instável e exigência crescente por eficiência. Nesse cenário, a recria intensiva surge como a fase mais estratégica do ciclo produtivo, sendo considerada por especialistas como o verdadeiro “pulo do gato” para quem deseja se manter competitivo.
De acordo com o consultor Maurício Palma Nogueira, é na recria que o pecuarista tem maior margem para agregar arrobas com custo mais baixo. Enquanto o confinamento depende de grãos e insumos mais caros, a recria pode ser baseada em pastagens de alta qualidade e suplementação estratégica, garantindo maior retorno por real investido.
O processo de intensificação envolve adubação de pastagens, manejo rotacionado e suplementação mineral/proteica. Isso permite que o animal dobre sua taxa de ganho em comparação ao sistema extensivo. Em média, um bezerro pode ganhar de 400 a 600 gramas por dia em recria intensiva, contra menos de 200 g/dia em pastos degradados.
Benefícios da recria intensiva
- Maior ganho de peso diário
- Redução do tempo até a terminação
- Melhor aproveitamento das áreas de pastagem
- Maior uniformidade do lote
- Redução do custo por arroba produzida
O professor Carlos Sérgio de Carvalho (UFV) explica que a recria bem-feita reduz o tempo de confinamento, diminuindo a dependência de grãos e aumentando a rentabilidade final. “Um boi que chega mais pesado ao confinamento exige menos tempo e menos ração para atingir o peso de abate”, ressalta.
Além disso, a recria intensiva se conecta à sustentabilidade, já que permite maior produção de carne por hectare, reduzindo a pressão por abertura de novas áreas. Esse fator é decisivo para a imagem da pecuária brasileira diante do mercado externo.
Portanto, investir em recria intensiva não é apenas uma opção, mas uma necessidade estratégica para quem deseja permanecer competitivo no setor.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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