Região do Cerrado Mineiro bate recorde e projeta café premiado para o mundo

Juliano Tarabal detalha, com exclusividade ao Compre Rural, as novidades da 13ª edição do Prêmio Região do Cerrado Mineiro durante a SIC 2025

A Região do Cerrado Mineiro vive um momento histórico em sua trajetória de excelência cafeeira. Em sua 13ª edição, o tradicional Prêmio Região do Cerrado Mineiro bateu o recorde de inscrições com 714 amostras de café, superando as 547 registradas no ano anterior. O feito consolida o prêmio como uma das principais iniciativas de valorização da cafeicultura brasileira e mundial.

Segundo Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, esse recorde é reflexo direto da força coletiva da região: “Este marco celebra a excelência dos produtores e reafirma a importância de iniciativas que estimulam responsabilidade e rastreabilidade no cultivo de café. Mesmo em um cenário desafiador, a Região do Cerrado Mineiro mais uma vez demonstra sua força e atitude. O resultado traduz a confiança, o empenho e a dedicação das cooperativas, associações e, principalmente, dos produtores”, destaca Tarabal.

Organização e apoio institucional

O prêmio é promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com apoio do Sebrae Minas, e conta com a realização das cooperativas Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e MonteCCer, além do suporte das associações ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé, Assogotardo e GRE Café – Região de Araxá.

Novas categorias e valorização da origem

A grande novidade desta edição é a categoria Doce Cerrado Mineiro, que estreia com 130 inscrições e é dedicada a cafés processados pelo método natural, com características sensoriais marcantes da região, como notas de chocolate, caramelo, amêndoas e acidez cítrica.

Outra mudança importante foi a modernização da categoria “Fermentação Induzida”, que passa a se chamar Categoria Fermentado, atualizando a nomenclatura sem perder o rigor técnico.

“Temos entre os finalistas produtores já renomados, mas também revelações que estão entre os iniciantes. É uma edição equilibrada, com nomes consolidados e novos talentos”, ressalta Tarabal.

Etapas e premiação: do Cerrado para o mundo

Os cafés finalistas passaram por conferência e serão premiados tanto no âmbito das cooperativas quanto na etapa regional. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 19 de novembro, em Uberlândia (MG).

Modelo de negócios: leilões, reservas e impacto social

Os cafés premiados terão oportunidades exclusivas de comercialização por meio de dois leilões:

  • Leilão Solidário (19 de novembro): realizado presencialmente durante a cerimônia, ofertará os 9 melhores lotes(3 naturais, 3 cereja descascado e 3 fermentados), com 1 saca por lote. 40% da arrecadação será destinada ao projeto Troféu Escola de Atitude.
  • Leilão On-line (5 de dezembro): permitirá que compradores do mundo inteiro adquiram os mesmos lotes via plataforma digital, também em formato de 1 saca por lote.

Além disso, os 9 lotes premiados poderão ser oferecidos no mercado interno sob reserva, e os 6 cafés mais doces da região — eleitos como os melhores de cada cooperativa — estarão disponíveis em lotes exclusivos de 20 sacas.

Reconhecimento além da qualidade da bebida

O Prêmio também prestigia iniciativas transformadoras, por meio de dois troféus:

  • Troféu Escola de Atitude: valoriza projetos educacionais inovadores que impactam positivamente as comunidades locais. As inscrições, realizadas por meio das cooperativas, ocorreram entre 1º de agosto e 15 de outubro, com avaliação entre 16 e 31 de outubro.
  • Troféu Atitude Sustentável: premia as melhores práticas agrícolas e socioambientais entre os 60 finalistas. Os projetos puderam ser inscritos de 1º de outubro a 7 de novembro.

“O Cerrado Mineiro foi a primeira região brasileira com Indicação Geográfica para café. Esse pioneirismo nos dá a responsabilidade de sempre inovar, melhorar processos e levar a origem até o consumidor”, reforça Tarabal.

Mesmo com safra menor, mercado mantém otimismo

Tarabal também comentou sobre os desafios da produção. Segundo ele, a seca prolongada e as altas temperaturas reduziram a oferta pelo segundo ano consecutivo, o que impacta a produção esperada para 2026, estimada abaixo do potencial de 7 milhões de sacas.

Apesar disso, a menor oferta tem sustentado os preços e evitado o desânimo do produtor rural:

“A demanda segue firme, mesmo com a alta nos preços nas gôndolas. O consumo se mantém, o que mostra como o café é um hábito consolidado e inelástico”.

Sobre a Região do Cerrado Mineiro

A região é formada por 55 municípios e possui 250 mil hectares cultivados, sendo 100 mil irrigados e 115 mil certificados. Produz anualmente cerca de 6 milhões de sacas, o que representa 25,4% da produção de Minas Gerais e 12,7% da produção nacional.

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