O Brasil abriga um rebanho de 2,08 bilhões de bois, vacas, galinhas e frangos, número que representa quase 10 vezes a população humana do país, consolidando sua posição como uma potência agropecuária e exportadora global.
O Brasil, com seus 203 milhões de habitantes, concentra a maior parte de sua população nos grandes centros urbanos e capitais. No entanto, esse número é pequeno quando comparado ao total de animais criados no país para atender à demanda interna e internacional por carne, leite e ovos. Segundo a mais recente Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil abriga um rebanho formado por bois, vacas, galinhas e frangos de 2,08 bilhões de cabeças. Isso equivale a quase 10 vezes o número de seres humanos, e maior do que a população de qualquer país do mundo. E há, ainda, animais como porcos, codornas, cabras e ovelhas.
Dentre os principais destaques, o rebanho bovino brasileiro, o maior do mundo, atingiu 238,6 milhões de cabeças, registrando um recorde histórico desde o início da série em 1974. O município de São Félix do Xingu, no Pará, lidera a criação de bovinos, consolidando-se como uma potência na pecuária nacional.
Além disso, o setor de avicultura também se sobressai. O país possui 1,6 bilhão de galináceos, uma leve alta de 0,6% em relação ao ano anterior. O município de Itaberaí, em Goiás, é o maior produtor, com 16,0 milhões de cabeças. Essa produção em larga escala não só abastece o mercado doméstico como também é fundamental para as exportações brasileiras de carne de frango, das quais o Brasil é o maior exportador mundial.
Soma-se a esse volume as 263.46 milhões de galinhas distribuídas pelo país. Esse volume representa a força do setor na economia brasileira. O destaque fica para os municípios de Santa Maria de Jetibá (ES) e Bastos (SP), que possuem cerca de 12,7 e 10,4 milhões de galinhas, respectivamente.
O levantamento ainda revela a diversidade da produção pecuária no Brasil, que inclui, além de bovinos e galináceos, animais como porcos, cabras, ovelhas e codornas. Esses números reforçam a importância do país como protagonista no cenário global de alimentos. A produção, além de sustentar a demanda nacional, é fundamental para garantir a segurança alimentar de outros países, sobretudo no mercado de exportação de carne e ovos.
A produção de leite foi recorde em 2023 ao atingir 35,4 bilhões de litros. Ao passo que a produção de leite subiu, o número de vacas ordenhadas decresceu. Foram contabilizadas 15,7 milhões de vacas ordenhadas, 0,1% a menos do que em 2022, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1979.
O efetivo de caprinos aumentou 4,0% no ano de 2023, chegando a 12,9 milhões de animais, enquanto o número de ovinos aumentou 1,3%, atingindo 21,8 milhões de animais. Os dois valores são recordes históricos da pesquisa. A região Nordeste foi a principal responsável por este aumento, já que possui 96,0% do total de caprinos e 71,2% dos ovinos.
Com recorde de abate e exportações, rebanho de suínos apresenta queda. Cerca de 43,0 milhões de suínos foram contabilizados nesta edição da pesquisa. No último dia de 2023 havia, no país, 3,1% de animais a menos se comparado ao ano anterior. Paralelo a isso, com uma variação negativa de 0,4%, o total de matrizes de suínos se mostrou praticamente estável, sendo 5,0 milhões de animais contabilizados. Também foi observado um aumento de 1,3% no abate de suínos, alcançando um recorde em 2023, porém demonstrando uma desaceleração do crescimento do setor. Houve recorde também nas exportações de carne suína in natura.
A estimativa da produção de peixes em 2023 mostrou um aumento de 5,8%, chegando a 655,3 mil toneladas, o que resultou em um valor de produção de 6,7 bilhões de reais, crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior.
Desafios e Sustentabilidade
Apesar dos números expressivos, o desafio de equilibrar produtividade e sustentabilidade é crescente. A pecuária é um setor que enfrenta pressões ambientais, e as novas políticas voltadas para a produção sustentável têm ganhado força. Grandes produtores, como os de São Félix do Xingu, têm investido em técnicas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que combinam diferentes formas de uso da terra, otimizando a produtividade com menor impacto ambiental.
Essas práticas também buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa, um tema cada vez mais relevante nas pautas globais. Além disso, há um foco crescente em tecnologias de rastreabilidade de rebanhos, garantindo que o produto final seja produzido de forma ética e sustentável, tanto para o consumidor brasileiro quanto para os mercados internacionais.
O potencial do Brasil no setor agropecuário, evidenciado por números tão impressionantes, é inegável. Porém, à medida que o país avança, a adaptação a normas ambientais rigorosas e o incentivo ao uso de práticas agrícolas e pecuárias mais sustentáveis se tornam cruciais para manter a competitividade e a confiança de seus parceiros comerciais.
Com esses dados, fica claro que a pecuária nacional, apesar dos desafios, continua sendo uma peça-chave para a economia brasileira e para o abastecimento de alimentos no mundo.
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