Revoluções econômicas tornam Rio Verde um expoente do agro brasileiro

Conheça as revoluções econômicas que fazem de Rio Verde um hub de transformação de commodities em bens de maior valor econômico e ambiental

Por Lucas Lopes de Castro* – O município de Rio Verde, localizado no Sudoeste Goiano, é um caso emblemático de como o desenvolvimento regional sustentável pode ser alavancado por ciclos sucessivos de transformação produtiva. Sua trajetória demonstra a capacidade de articulação entre vocação territorial, modernização tecnológica, infraestrutura logística, capital social e políticas públicas estratégicas, compondo um modelo virtuoso de evolução econômica e integração regional.

Desde a década de 1970, Rio Verde passou por um intenso processo de reconfiguração socioeconômica, caracterizado pela expansão da fronteira agrícola sobre o Cerrado e pela chegada de agricultores oriundos do Sul e Sudeste do país.

Esses agentes trouxeram consigo capital produtivo, tecnologia de ponta e uma nova cultura de gestão, acelerando a transição do município de uma base agrária tradicional para um centro de agricultura tecnificada e de alta produtividade.

A Primeira grande inflexão ocorreu com a adoção do Plantio Direto na Palha [plantio direto], prática que simboliza a Primeira Revolução Verde local. Esse salto tecnológico não apenas elevou os índices de produtividade de grãos como soja, milho e sorgo, mas também incorporou fundamentos de agricultura conservacionista, reforçando a sustentabilidade ambiental como eixo da competitividade.

Posteriormente, o município vivenciou uma Segunda Revolução, marcada pela integração vertical das cadeias produtivas agroindustriais. Cooperativas agropecuárias, como a Comigo, e grandes conglomerados alimentares, como a BRF, desempenharam papel fundamental na consolidação de um ecossistema produtivo integrado, promovendo sinergia entre lavoura, pecuária, indústria e serviços. Essa estrutura complexa fomentou a geração de valor adicionado local, a diversificação da base econômica e o adensamento de redes de inovação com instituições de pesquisa, agentes financeiros, empresas de biotecnologia e fornecedores de insumos.

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Foto: Prefeitura de Rio Verde

A Terceira Revolução pode ser atribuída à consolidação da infraestrutura logística estratégica. A duplicação da BR-060 e a implantação da Plataforma Multimodal de Rio Verde ampliaram substancialmente a capacidade de escoamento da produção, integrando o município aos principais corredores de exportação do país. A melhoria da conectividade reduziu o custo logístico marginal, ampliando a competitividade dos produtos locais e atraindo novos investimentos industriais e comerciais.

Atualmente, Rio Verde se insere no contexto de uma Quarta Revolução, centrada na agroindustrialização avançada e na Bioeconomia. O anúncio recentemente da implantação de Usina de Esmagamento de Milho para produção de Biodiesel marca um novo estágio de diversificação produtiva e de inovação tecnológica voltada à agregação de valor.

A verticalização da produção agrícola para a geração de energia renovável consolida o município como um hub de transformação de commodities em bens de maior valor econômico e ambiental, posicionando Rio Verde como referência nacional na transição energética e na nova matriz produtiva do agro.

A evolução de Rio Verde reflete não apenas sua capacidade adaptativa, mas também sua competência em construir uma governança territorial eficaz, articulando interesses públicos e privados em torno de um projeto de desenvolvimento de longo prazo.

O município ultrapassou a condição de mero polo produtor e consolidou-se como um nó logístico, tecnológico e institucional da nova economia agroindustrial brasileira.

Lucas Lopes de Castro é Engenheiro Agrônomo formado pelo IFGoiano- Campus Rio Verde, atua no mercado do agronegócio a 06 anos, com foco no Desenvolvimento de Mercado, atualmente atua junto a uma multinacional de defensivos agrícolas.

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