Santa Gertrudis tem desempenho na “pecuária da vida real”

Em entrevista ao Giro do Boi, pioneiro na criação do Santa Gertrudis no Sergipe afirma que raça tem bom desempenho na “pecuária da vida real”.

O Giro do Boi contou a história do primeiro criatório da raça Santa Gertrudis no estado do Sergipe, a Fazenda Mangabeira, localizada em Japaratuba, cidade próxima à capital do estado, Aracaju. Quem falou ao programa foi o titular da propriedade, o pecuarista Gustavo Barreto.

Ele lembrou do trabalho de seu pai quando trouxe os primeiros animais dos Estados Unidos há 40 anos. “A gente foi fazendo melhoramento genético dentro do Brasil e importação de material genético da Austrália, da África do Sul, trabalhando o boi Santa Gertrudis no ponto certo para a pecuária brasileira. Hoje eu digo que o Santa Gertrudis está pronto para atender o pecuarista brasileiro que quer fazer o cruzamento industrial. Ele tem uma precocidade muito boa, acabamento de carcaça, rusticidade, qualidade de carne, marmoreio”, afirmou Barreto.

O produtor enalteceu ainda a rusticidade da raça. Em sua propriedade, os animais são terminados em sistema tradicional com bom desempenho na produção de carne. “Nossos animais são 100% a pasto. A única coisa que tem é sal mineral e proteinado como em qualquer outra fazenda que cria qualquer outra raça. Lá a gente sempre criou o Santa Gertrudis, fazia cruzamento industrial com Nelore e Tabapuã, e da mesma forma que a gente cria o Santa Gertrudis a gente criava o Tabapuã e o Nelore.[…] Eu digo que é a pecuária da vida real, não tem luxo”, frisou.

Para atestar o bom desempenho do Santa Gertrudis, Gustavo contou a experiência de um abate técnico realizado por um cliente de Nova Andradina-MS, comprador dos tourinhos produzidos no criatório. “A gente fez agora um abate técnico em Nova Andradina e foi um sucesso. Esse cliente nosso a gente acompanha desde o resultado da IATF, que deu quase 75% de prenhez, depois foram desmamados sem creep feeding com 277 kg de média nos machos, eles passaram depois a pasto com proteinado 1 a 2%, entraram no confinamento com 320 kg e, no abate, foram 20@ de média, animais de 15,5 meses e 58% de rendimento”, informou Barreto. “O cliente ficou muito feliz porque com 15 meses e meio ele já abateu animal com todo esse resultado”, acrescentou.

“Ele (Gustavo) vem trabalhando na inclusão de tecnologias aliadas à reprodução, ao melhoramento genético, cruzamento industrial. É um um produtor que fomenta muito o desenvolvimento técnico na região, se envolve bastante”, atestou o médico veterinário Danyllo Pereira, responsável pelo protocolo sanitário da Fazenda Mangabeira. Entre as novas tecnologias utilizadas na propriedade está a Bovela, vacina desenvolvida para prevenir a BDV, diarreia viral bovina, doença de poucos sintomas que prejudica produção e reprodução dos animais do rebanho.

“Porque não é só você ter genética, tem que ter ambiente e sanidade. Para conseguir melhor taxa de prenhez, melhor índice de desmama, você tem que melhorar em todos os sentidos. Eu digo que a gente tem que tratar a fazenda como uma empresa. Fazenda muitas vezes você não sabe tudo que você gasta, na empresa sabe. Então é a mesma coisa no manejo, então a gente tem que medir problemas que estão acontecendo e ver toda parte reprodutiva, de sanidade, esse ano mesmo em todo o rebanho a gente aplicou a vacina Bovela. Eu acredito nisso, a gente tem que usar essa tecnologia que está chegando para a cada dia melhorar os resultados e atingir o resultado financeiro, que é o mais importante”, afirmou.

Confira entrevista completa neste link.

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