São Paulo conquista sua 10ª indicação geográfica: mel do Vale do Paraíba

A produção na região tem mais de cem anos e até contribuição de melhoramento genético de abelhas rainhas para todo o Brasil.

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) publicou nesta terça-feira (26) o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) do Vale do Paraíba. O selo favorece 39 municípios da região e é a 10ª IG do Estado de São Paulo. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fomenta esse diferencial de mercado para produtos com origem reconhecida e apoia o processo desde o início, há cerca de três anos.

De acordo com Francisco José Mitidieri, auditor fiscal da Superintendência de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo (SFA-SP), o trabalho de estruturação e fomento desta IG, na modalidade indicação de procedência, começou por meio de um convênio envolvendo Sebrae-SP e Instituto Federal de São Paulo, com apoio da superintendência.

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Segundo ele, a produção de mel no Vale do Paraíba se estabeleceu há mais de 100 anos. “Um aspecto importante foi a criação do Instituto de Zootecnia em Pindamonhangaba, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA-SP), onde foram conduzidos trabalhos de melhoramento genético de abelhas rainhas para aumento da produtividade das colmeias na região e para o Brasil todo”, afirmou.

A agrônoma Juliana Antunes, também da SFA-SP, acompanhou as primeiras reuniões do grupo. “Para mim foi muito interessante ter participado, ainda que apenas em parte deste processo, ouvindo as ideias e sentimentos que os produtores tinham sobre a certeza que ia dar certo a IG. Como eles defendiam a notoriedade da IG. Isso foi muito legal”, afirmou.

A responsável por conduzir o processo é a Associação Socioeducativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra e Região (Nutrir). A vice-presidente, Neide Bandeira de Oliveira, disse que ao menos um produtor de cada um dos 39 municípios comprovou a produção nos moldes do “caderno de especificações” da IG.

“Não basta ser um apicultor na região do Vale. Será preciso um acompanhamento técnico e comprovar a rastreabilidade do produto. Ninguém poderá envasar sem seguir as regras. Essa conquista traz um valor agregado muito grande”, disse Neide. A Nutrir reúne 40 associados e a sede fica em Redenção da Serra, cidade do Vale do Paraíba que mais produz mel, segundo ela.

O produtor Deivison Daniel Gonçalves, que acompanhou o processo recentemente como associado, disse que o grande desafio começa agora. “Vai ser criado o conselho regulador da IG e teremos muito trabalho pela frente”, afirmou. Ele falou que o reconhecimento representa um salto de qualidade para um produto diferenciado. “Mostra a importância e a qualidade do nosso produto”.

Fonte: MAPA

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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