Secagem de grãos: entenda o processo, os tipos mais comuns e custos envolvidos

A eficiente secagem de grãos desempenha um papel fundamental na preservação da qualidade e no sucesso da produção agrícola; entenda

Para o agricultor, é imperativo compreender os métodos e as tecnologias acessíveis para a secagem de grãos, visando otimizar os procedimentos pós-colheita. Esse entendimento é vital não apenas para assegurar a qualidade do produto final, mas também para maximizar os retornos financeiros.

Nesta abordagem, vamos explorar diversas práticas de desidratação, abrangendo desde métodos convencionais até inovações tecnológicas. Vamos analisar minuciosamente os aspectos positivos e negativos de cada enfoque. Aproveite a leitura!

O que envolve o processo de desidratação de grãos e qual sua relevância?

A desidratação de grãos constitui um procedimento essencial na agricultura, focado na eliminação da umidade dos grãos colhidos para garantir seu armazenamento e preservação adequados. A umidade presente nos grãos pode propiciar o crescimento de fungos, mofo e deterioração, causando prejuízos à qualidade dos alimentos e resultando em perdas substanciais para os agricultores.

O procedimento de desidratação auxilia na redução da umidade dos grãos para patamares seguros, favorecendo o armazenamento a longo prazo e prevenindo a proliferação de microrganismos indesejados.

Foto: Divulgação

Diversas técnicas de desidratação de grãos estão disponíveis, e a escolha da abordagem apropriada depende de diversos fatores, como o tipo de grão, as condições climáticas locais e a disponibilidade de equipamentos e recursos financeiros.

Diversas abordagens comuns para a desidratação de grãos incluem a utilização de secadores de ar quente, secadores de leito fixo, secadores de leito fluidizado, secadores por radiação solar, entre outras alternativas.

Cada método apresenta suas próprias vantagens e restrições, sendo crucial a seleção adequada para preservar a qualidade dos grãos e assegurar sua viabilidade a longo prazo.

A desidratação de grãos desempenha um papel de extrema relevância para o produtor rural, sendo vital por diversos motivos, visando garantir a qualidade, armazenamento seguro e a preservação do valor comercial dos grãos. Algumas razões destacam a importância desse processo:

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Prevenção de deterioração

A umidade excessiva nos grãos colhidos é comum e pode resultar em problemas durante o armazenamento prolongado. A desidratação reduz essa umidade, prevenindo o desenvolvimento de fungos, mofo e microrganismos que deterioram os grãos.

Qualidade do produto

A desidratação adequada contribui para a preservação da qualidade dos grãos, reduzindo a propensão a problemas como aflatoxinas (toxinas produzidas por certos fungos) e outros contaminantes que afetam a qualidade alimentar.

Armazenamento eficiente

Grãos desidratados são mais propícios para o armazenamento a longo prazo, permitindo que o produtor rural mantenha seus produtos em condições adequadas, reduzindo perdas e garantindo um fornecimento estável ao longo do tempo.

Valor comercial

Grãos de alta qualidade e bem desidratados possuem um valor comercial mais elevado. Compradores e mercados frequentemente preferem produtos que atendam a padrões de qualidade, o que pode resultar em preços mais altos para o produtor.

Manejo do tempo de colheita

A capacidade de desidratar os grãos oferece ao produtor mais flexibilidade no momento da colheita, sendo especialmente crucial em regiões onde as condições climáticas podem ser imprevisíveis. Isso permite que o agricultor colha os grãos mesmo em períodos chuvosos, sabendo que poderá desidratá-los posteriormente.

Redução de perdas

A desidratação adequada reduz a probabilidade de perdas durante o armazenamento devido a problemas como mofo, insetos ou deterioração, contribuindo para a rentabilidade geral da produção.

secagem de grãos
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Quais são os tipos de desidratação de grãos?

Existem diversos métodos de desidratação de grãos, e a escolha entre eles depende de vários fatores, incluindo o tipo de grão, a quantidade a ser processada, os recursos disponíveis e as condições locais. Diversos métodos usuais para a desidratação de grãos incluem:

Método de secagem natural de grãos

Este é um procedimento tradicional em que os grãos são dispostos em camadas finas ao ar livre, secando-se naturalmente sob a influência da radiação solar. Dependendo das condições climáticas, essa abordagem pode demandar mais tempo e ser mais suscetível às variações do clima. No contexto brasileiro, essa prática é mais comum entre pequenos agricultores para a secagem de milho e feijão, enquanto o café é seco em terreiros e o cacau em barcaças.

Prós e contras da secagem natural

A secagem natural, também chamada de secagem ao ar livre, oferece vantagens em situações específicas. Normalmente, exige menos investimento em equipamentos se comparada a métodos mais avançados, como secadores de ar quente. Isso pode ser benéfico para produtores com recursos limitados.

A secagem natural dispensa o uso de fontes adicionais de energia, tornando-a uma escolha mais sustentável e econômica em termos de consumo de energia. Em alguns casos, a secagem natural pode preservar melhor os nutrientes nos grãos, visto que o processo é mais suave e menos agressivo do que métodos que envolvem altas temperaturas.

Apesar de apresentar certas vantagens, a secagem natural também possui desvantagens que demandam a atenção dos produtores. A eficácia da secagem natural está intimamente ligada às condições climáticas. Em regiões propensas a chuvas frequentes, umidade elevada ou temperaturas baixas, a secagem natural pode tornar-se um processo demorado e inconsistente.

A exposição dos grãos ao ambiente durante esse procedimento aumenta consideravelmente o risco de contaminação por microrganismos, insetos, pássaros e poeira, impactando diretamente na qualidade dos grãos.

A secagem natural geralmente é mais lenta quando comparada aos métodos mecânicos, o que pode resultar em um prolongamento do processo de colheita e armazenamento.

Custos associados à secagem natural

Os custos envolvidos na secagem natural podem variar de acordo com diversos fatores, incluindo o tipo de cultura, as condições climáticas locais e a escala da operação. A secagem natural muitas vezes requer uma área considerável para dispor os grãos em camadas finas.

Os custos associados incluem a infraestrutura necessária para criar essa área de secagem, como preparação do solo, construção de pátios ou estrados, e outras estruturas.

Esse método de desidratação de grãos pode demandar mão de obra para realizar atividades como a distribuição dos grãos, monitoramento das condições meteorológicas, viragem dos grãos para assegurar uma secagem uniforme e recolhimento dos grãos ao término do processo.

secagem de grãos
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Sistema de desidratação artificial

A desidratação artificial de grãos é um método que envolve o uso de dispositivos mecânicos para acelerar a remoção da umidade dos grãos colhidos.

Diferentemente da desidratação natural, que depende principalmente das condições climáticas, a desidratação artificial oferece um controle mais preciso do ambiente de desidratação, resultando em tempos mais rápidos e menor dependência de fatores externos.

Desidratação por ar natural forçado e desidratação por ar quente forçado

A desidratação por ar natural forçado e a desidratação por ar quente forçado são métodos que fazem uso de ventilação e circulação de ar para remover a umidade de grãos ou outros produtos agrícolas. Ambas as técnicas visam acelerar o processo de desidratação em comparação com a desidratação natural ao ar livre. Vamos explorar o funcionamento de cada método:

  • Na desidratação por ar natural forçado, os grãos são distribuídos em camadas finas em um local específico, como um celeiro ou silo com aberturas para permitir a circulação de ar.
  • Ventiladores ou sistemas de ventilação forçada são empregados para promover o movimento do ar ao redor dos grãos. A circulação de ar é crucial para eliminar a umidade dos grãos.
  • Controle preciso da umidade relativa do ar é essencial para otimizar o processo, proporcionando uma evaporação eficaz da água presente nos grãos.
  • Durante o procedimento, é crucial monitorar a umidade dos grãos e ajustar as condições de ventilação conforme necessário, assegurando uma secagem uniforme.
  • Na secagem por ar quente forçado, o ar é aquecido antes de ser impulsionado pelos grãos. O aquecimento do ar aumenta sua capacidade de reter umidade, acelerando o processo de evaporação.
  • Semelhante à secagem por ar natural forçado, a circulação de ar é facilitada por ventiladores ou outros sistemas de ventilação, com a distinção de que o ar agora está aquecido.
  • O controle da temperatura do ar é de suma importância. Temperaturas excessivamente altas podem comprometer a qualidade dos grãos, enquanto temperaturas muito baixas podem prolongar o processo de secagem.
  • Sistemas contemporâneos de secagem por ar quente frequentemente incorporam sensores e controles automáticos para monitorar a umidade dos grãos, ajustando automaticamente as condições de secagem.

Secagem estacionária, contínua e intermitente

Referem-se a distintas abordagens no processo de remoção de umidade de produtos agrícolas, como grãos. No método de secagem estacionária, os grãos permanecem imóveis, enquanto apenas o ar aquecido é direcionado para a massa de grãos.

Os grãos são organizados em uma câmara de secagem, por meio da qual o ar flui utilizando dutos ou um fundo perfurado. Secadores que adotam essa abordagem compreendem modelos como os de fundo falso perfurado, tubo central perfurado, bandejas e sacos.

Essa técnica é versátil, podendo ser aplicada a diversos tipos de grãos, incluindo milho, soja, feijão, trigo, arroz e sorgo. No processo de secagem contínua, há um movimento constante dos grãos impulsionado pelo ar durante todo o procedimento de secagem.

Isso implica que os grãos atravessam a câmara de secagem e deixam o secador com a umidade desejada. Por outro lado, na secagem intermitente, os grãos são submetidos à ação do ar aquecido na câmara de secagem em intervalos de tempos proporcionais e intercalados. Essa técnica é amplamente empregada para secar grãos de arroz, milho, trigo, feijão e soja.

Vantagens e desvantagens da utilização de secagem artificial para grãos

A prática de secagem artificial de grãos envolve uma série de prós e contras, cujos impactos variam de acordo com as condições específicas da produção agrícola e os recursos disponíveis. A velocidade é uma característica notável da secagem artificial em comparação aos métodos naturais, resultando na redução do tempo de exposição dos grãos ao ambiente e, consequentemente, na minimização das chances de deterioração.

Diferentemente da secagem natural, a secagem artificial não está sujeita às condições climáticas, proporcionando maior previsibilidade e evitando possíveis atrasos causados pelo clima. Além disso, essa abordagem oferece flexibilidade na escolha do momento da colheita, viabilizando a colheita em períodos úmidos e eliminando a necessidade de aguardar condições climáticas ideais.

Por outro lado, o investimento em equipamentos para secagem, como secadores de ar quente, pode ser oneroso, especialmente para pequenos agricultores. Caso não seja devidamente controlada, a secagem artificial pode resultar no superaquecimento dos grãos, comprometendo a qualidade dos mesmos.

secagem de grãos
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Custos da secagem artificial

Despesas associadas ao processo de desidratação artificial de grãos podem variar consideravelmente, influenciadas por diversos fatores como o tipo de maquinário empregado, a escala da operação, a fonte de energia utilizada, as condições locais e a infraestrutura disponível.

Um dos custos mais impactantes é o investimento inicial em equipamentos, abrangendo a aquisição de secadores de ar quente, secadores por leito fluidizado, secadores a vácuo ou outros dispositivos especializados.

A consideração primordial recai sobre o consumo de energia, abrangendo custos de eletricidade, gás natural, diesel ou outros combustíveis empregados para gerar calor, exercendo influência direta sobre os custos operacionais.

Adicionalmente, os equipamentos de desidratação demandam manutenção periódica para assegurar eficiência operacional. Isso engloba a substituição de peças desgastadas, procedimentos de limpeza, lubrificação e outras atividades de manutenção preventiva.

Quais são os custos da secagem de grãos?

É crucial adquirir uma compreensão abrangente de todas as despesas inerentes ao procedimento de desidratação de grãos para efetuar uma gestão eficaz da propriedade rural. A eficiência e a utilização perspicaz dos recursos podem resultar em economia significativa, proporcionando ganhos adicionais ao agricultor.

Os encargos associados a esse processo abarcam a aquisição de equipamentos, o consumo de energia, a manutenção de máquinas, a remuneração da mão-de-obra e a criação de uma infraestrutura adequada.

Como calcular o custo da secagem de grãos?

Para estimar o custo associado à desidratação de grãos, é possível empregar a seguinte fórmula:

CT(custo total de secagem)=Cf(custos fixos)+Cv(custos variáveis)CT(custo total de secagem)=Cf(custos fixos)+Cv(custos variáveis)

Onde:

  • Os custos fixos podem abranger a depreciação das máquinas, os impostos e os juros.
  • Os custos variáveis podem incluir o gasto com combustível, energia e manutenções.

Essa abordagem permite realizar análises mais precisas, capacitando a tomada de decisões mais assertivas para a gestão da fazenda.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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