Senadores dos EUA querem cancelar tarifas contra Brasil

Fim das tarifas contra Brasil pode aliviar custos para agro brasileiro e reduzir impacto em commodities como café, soja e carne

O agronegócio brasileiro acompanha de perto a movimentação de um grupo de senadores dos Estados Unidos que apresentou um projeto de lei para cancelar o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos do Brasil. A iniciativa busca encerrar um impasse que tem provocado efeitos diretos nas exportações e na formação de preços de commodities agrícolas.

Caso aprovada, a medida pode redesenhar os fluxos comerciais e aliviar pressões sobre produtores rurais brasileiros.

O pacote tarifário foi dividido em duas etapas: 10% em abril e 40% em agosto, totalizando 50%. O efeito foi sentido de forma mais intensa no café, que responde por mais de 30% do consumo norte-americano. O aumento dos custos de importação pressionou preços nos EUA, mas também trouxe incertezas para exportadores brasileiros que dependem do mercado americano. Além do café, soja, milho, carne bovina e etanol também foram impactados pela medida.

O que dizem os senadores

Para os parlamentares norte-americanos, não há justificativa econômica para a medida. Eles alegam que a balança comercial é superavitária para os EUA e que as tarifas resultam em inflação interna e aumento do custo de vida dos consumidores. Segundo estimativas citadas por eles, o comércio bilateral representa mais de US$ 40 bilhões anuais e está diretamente ligado a cerca de 130 mil empregos nos EUA.

Produtos mais afetados

  • Café: item mais sensível, com aumento histórico nos preços do varejo norte-americano.
  • Soja e derivados: tarifas dificultam competitividade frente à Argentina e, principalmente, à China.
  • Carne bovina: exportações brasileiras perdem espaço em nichos de mercado premium nos EUA.
  • Etanol: medida desestimula importações, em um momento em que o Brasil busca consolidar-se como fornecedor estratégico.

Posicionamento político

O senador Chuck Schumer acusou Trump de declarar uma “emergência econômica falsa” apenas para proteger Jair Bolsonaro. Já o republicano Rand Paul classificou o tarifaço como inconstitucional, afirmando que “a política comercial pertence ao Congresso, não à Casa Branca”. Outros senadores reforçaram que se trata de um “imposto sobre o bolso do americano comum”.

Se aprovado, o projeto trará fôlego imediato ao setor agroexportador, especialmente para cadeias que dependem do mercado norte-americano. Para especialistas, o gesto pode ainda reduzir a pressão por redirecionamento das exportações ao mercado chinês, mantendo equilíbrio nas relações comerciais e evitando concentração excessiva em um único parceiro.

A expectativa é que o texto seja votado em até 15 dias, mas a data dependerá de negociações políticas no Congresso americano. Produtores e tradings brasileiras já se mobilizam para acompanhar o desfecho, que pode significar o fim de uma das medidas mais polêmicas da gestão Trump e um alívio estratégico para o agronegócio nacional.

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