Brasil não é apenas uma potência no agronegócio por suas produtividades recordes, mas por ser também uma promissora super potência na produção dos fertilizantes!
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira (7), que a segurança alimentar é uma questão de segurança nacional e isso passa pelos fertilizantes, problema que ganhou mais destaque com a guerra na Ucrânia, pois a Rússia e a Bielorussia, países que estão envolvidos no conflito, são os principais fornecedores de Potássio e de hidrogenados para o Brasil.
Os produtos são dois dos principais fertilizantes importados pelo Brasil e o país tem uma grande dependência externa de fertilizantes. Governo prepara o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes, além de outras ações que visam permitir a extração de reservas existentes no país. Esse poderá ser o primeiro passo para que o pais se torne uma super potência dos fertilizantes!
“Quando cheguei ao ministério, vi esse problema e comecei a trabalhar em um plano para resolver esse problema. EUA tem 80% de produção própria e 20% de importados, a China está mais ou menos nesse patamar e o Brasil, com essa potência do agro que é, tem que chegar nesses patamares de mais autossuficiência”, disse a ministra durante entrevista ao programa Sem Censura da TV Brasil, se referindo ao Plano Nacional de Fertilizantes, que será lançado este mês.
“[Com] esse plano nós podemos alcançar a autossuficiência [de fertilizantes] em 30 anos. Agora, é claro, que não depende só do governo. O governo está fazendo um plano que fez junto com nove ministérios, mas também junto com a iniciativa privada. Nós precisamos de investidores que venham investir na exploração desse potássio, ou na ureia”, disse a ministra.
Segundo os dados divulgados pelas instituições competentes, como a Embrapa, as principais carências do fertilizantes no Brasil são de nitrogênio, de fósforo e de potássio.
Segurança alimentar é questão de segurança nacional, diz ministra
No caso do potássio, há minas em atividade em Sergipe e uma grande jazida na região de Altazes (AM), que, segundo a ministra, poderia trazer tranquilidade ao país quando começasse a ser explorada. “Hoje existe já um direito minerário que uma empresa para explorar, ela está em fase de licenciamento ambiental, é uma série de licenciamentos porque nós temos um código ambiental e mineral muito rígido faz com que isso demore muito mais para acontecer”.
A ministra também criticou essa rigidez da legislação brasileira. “Nós temos que ter celeridade na aprovação dessas licenças e saber aquilo que realmente importa e a parte da compensação. O potássio é importante para o Brasil, é, então ele está em uma região que tem alguns problemas de meio ambiente, nós temos que ver a mitigação desses riscos, qual a compensação que pode ser feita e saber que isso é um problema de segurança nacional. Então a gente tem que, em alguns casos, ter essa excepcionalidade, e essa celeridade para que as coisas aconteçam de maneira mais célere”, disse Tereza Cristina.
Viagem em busca de fornecedores
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, viaja no fim de semana para Ottawa, no Canadá, onde terá reuniões com autoridade homóloga e com exportadores de fertilizantes. A viagem da ministra vai ocorrer no período de 12 a 15 de março, como informa o Diário Oficial da União (DOU).
Dois terços das minas de potássio estão fora da Amazônia Legal
Levantamento de dois professores da Universidade Federal de Minas Gerais, Raoni Rajão e Bruno Manzolli, divulgados pela Valor, com as minas de potássio do país mostrou que é possível garantir todo o potássio a ser consumido no país para além de 2100 com reservas nacionais.
Ainda segundo a Valor, mesmo entre aquelas minas que ficam na Amazônia não há nenhuma em terras indígenas homologadas. E apenas 11% das minas de potássio ficam em terras indígenas a serem homologadas.
Importações de fertilizantes somam 2,94 mi de toneladas em fevereiro
As importações de fertilizantes do Brasil envolveram US$ 1,62 bilhão em fevereiro (19 dias úteis), com média diária de US$ 85,44 milhões. A quantidade total de fertilizantes importada pelo país ficou em 2,94 milhões de toneladas, com média de 154,5 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 553,00.
Em relação a fevereiro de 2021, houve alta de 112,6% no valor médio diário da importação, perda de 7,1% na quantidade média diária importada e valorização de 128,9% no preço médio. Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
- Apelo à razão: a agropecuária brasileira não pode perder essa oportunidade
- Sorocaba mostra nova casa de Chico Whiz, a “Lenda do Quarto de Milha”
- Gigante chilena fará maior investimento da história no Brasil
- Capital paulista recebe Nacional do Cavalo Mangalarga
- Farm To Table: A Conexão entre Moda, Queijos Artesanais e o Retorno ao Simples
Embrapa quer aumentar a eficiência no uso de fertilizantes
A Embrapa e instituições parceiras também tem outras ações em sua programação de pesquisa para ajudar diminuir a dependência brasileira de fertilizantes importados. “Nossa meta é reduzir em 25% a demanda por fertilizantes importados até 2030. O Brasil não tem uma vara de condão para mudar isso do dia para a noite”, afirmou o presidente da Embrapa.
Por isso, segundo ele, a empresa priorizou cinco frentes de pesquisa: biofertilizantes, organominerais, fertilizantes nanoestruturados, agricultura de precisão e condicionadores de solo com pó de rocha.