Setembro registra o melhor mês nas exportações de carne bovina brasileira

O resultado representa o melhor desempenho mensal da série histórica iniciada em 1997, consolidando setembro como o mês de maior volume já exportado pelo Brasil.

As exportações brasileiras de carne bovina alcançaram 352 mil toneladas em setembro deste ano, um aumento de 31,1% em relação ao mesmo mês de 2024 (268 mil t) e de 17,6% sobre agosto deste ano (299 mil t). A receita somou US$ 1,9 bilhão, alta de 18,4% na comparação anual, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

O resultado representa o melhor desempenho mensal da série histórica iniciada em 1997, consolidando setembro como o mês de maior volume já exportado pelo Brasil. O desempenho ocorreu mesmo sob o impacto das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos em agosto, que elevaram o custo das importações de carne bovina brasileira para aquele mercado. Apesar da redução nos embarques aos EUA, o país manteve a trajetória de crescimento e alcançou novo recorde histórico no total exportado.

Ovelhas são as novas aliadas dos vinhedos modernos; descubra o motivo

No mês, a China permaneceu como principal destino, com 190,5 mil toneladas (US$ 1,06 bilhão), o equivalente a mais da metade do total exportado. Em seguida, destacam-se a União Europeia (15,4 mil t; US$ 132,7 milhões), México (13,2 mil t; US$ 73,4 milhões), Estados Unidos (9,9 mil t; US$ 72,3 milhões) e Filipinas (12,7 mil t; US$ 58,7 milhões).

A maior parte dos embarques do mês foi composta por carne in natura, que representou 89,37% do total exportado (314 mil toneladas). Também foram embarcadas 20,8 mil toneladas de miúdos (5,9%), 9,2 mil toneladas de produtos industrializados (2,6%), 4,3 mil toneladas de gordura (1,2%), 3 mil toneladas de tripas (0,9%) e 67 toneladas de carnes salgadas.

Acumulado de 2025 confirma crescimento e liderança internacional

No período de janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 16% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,10 milhões t). A receita totalizou US$ 12,4 bilhões, alta de 35,4%, consolidando o país como líder mundial nas exportações de carne bovina.

Em todo o ano de 2024, o Brasil havia exportado 2,89 milhões de toneladas, com US$ 12,8 bilhões em faturamento. O resultado parcial de 2025 já se aproxima desse patamar e mantém projeções otimistas para o fechamento do ano.

A China segue como o principal destino também no acumulado do ano, com 1,15 milhão de toneladas embarcadas e US$ 6,06 bilhões em receita, o que representa 47% do volume e 49% do valor total exportado. Em seguida, aparecem Estados Unidos (218,9 mil t; US$ 1,3 bilhão), México (94,1 mil t; US$ 513,1 milhões), Chile (91,7 mil t; US$ 497,8 milhões) e Rússia (85 mil t; US$ 364,9 milhões).

Mesmo com retração nos embarques aos Estados Unidos nos dois meses em razão do tarifaço (9,9 mil toneladas em setembro e 9,3 mil toneladas em agosto), o país segue como um mercado fundamental para a carne bovina brasileira. Apesar da medida, o Brasil mantém as exportações aos norte-americanos, apoiado na competitividade do produto. No acumulado do ano, as vendas aos EUA aumentaram 64,6% em volume e 53,8% em valor em relação a 2024, alcançando 95% do total exportado em todo o ano passado (229 mil t e US$ 1,35 bilhão).

Além da China e dos Estados Unidos, mercados como México (+213%), União Europeia (+109%), Rússia (+50%) e Chile (+25%) registraram expansão expressiva nas compras, refletindo a diversificação de destinos e a competitividade da carne bovina brasileira.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados refletem a solidez do setor e a capacidade do Brasil em manter um fluxo constante de exportações de carne bovina, sustentado por produtividade, sanidade e regularidade no fornecimento.

“O Brasil segue ampliando sua presença internacional de forma consistente, resultado da diversificação dos embarques e do trabalho conjunto com o governo na busca por novas habilitações e oportunidades comerciais”, afirmou Roberto Perosa, presidente da Abiec.

Perosa destacou que, mesmo com o crescimento das exportações, o Brasil continua sendo o principal destino da carne que produz, com cerca de 70% do volume voltado ao consumo interno. “Esse dado mostra a força do nosso mercado doméstico e o equilíbrio entre atender à demanda interna e fortalecer nossa presença nos principais destinos internacionais. Mesmo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, seguimos em parceria com o governo para restabelecer esse mercado estratégico e avançar na abertura de novas frentes de exportação. A Abiec parabeniza seus associados pela dedicação e pela qualidade que sustentam a confiança da carne bovina brasileira no mundo”, completou.

A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação da presença internacional do produto brasileiro.

Fonte: Abiec

VEJA TAMBÉM:

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM