Setor agrícola é o mais impactado pelas chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul

Um relatório divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) indica que os prejuízos no setor agrícola já atingiram a marca de R$ 423,8 milhões.

Um relatório da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que o setor agropecuário no Rio Grande do Sul foi o mais prejudicado pelas recentes chuvas e inundações, registrando perdas de aproximadamente R$ 423,8 milhões. Esse valor faz parte de um prejuízo total estimado em R$ 559,8 milhões em todo o estado, que inclui danos a outros setores e ao setor público. Essas cifras foram compiladas com base em informações fornecidas por 19 municípios até o último domingo.

De acordo com a CNM, muitos dos municípios ainda não conseguiram enviar seus dados completos, indicando que o valor dos prejuízos pode ser significativamente maior. Até o momento, 170 municípios do estado declararam estado de calamidade junto à Defesa Civil nacional, enquanto a Defesa Civil do estado contabiliza mais de 330 municípios atingidos.

A situação descrita pela CNM é grave: muitas áreas continuam em condições críticas, concentrando esforços no resgate e assistência às vítimas. “Os estragos finais serão consideravelmente maiores do que os já reportados. Centenas de pessoas permanecem isoladas, esperando por socorro em cima de telhados e árvores, com muitos outros desabrigados”, comunicou a entidade.

Além disso, a CNM expressou descontentamento com o governo federal pela falta de repasses financeiros adequados para lidar com as consequências de um ciclone extratropical que havia atingido a região no ano anterior, exacerbando a vulnerabilidade do estado frente a novas catástrofes naturais.

Setor agrícola é o mais impactado pelas chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul
Enchentes no Rio Grande do Sul têm causado prejuízo as cidades e a zona agrícola — Foto: Getty Images

O ciclone que atingiu o país no último ano teve consequências devastadoras, resultando na morte de 51 pessoas e em danos financeiros superiores a R$ 3 bilhões. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), apesar de o governo federal ter anunciado uma ajuda de R$ 741 milhões para lidar com as repercussões do desastre, apenas R$ 81 milhões foram efetivamente liberados, o que corresponde a apenas 11% do prometido. Parte desses recursos ainda consistia em repasses indiretos, como destacado em comunicado da CNM.

O texto da confederação ressalta a necessidade de um apoio federal ágil e adequado às necessidades locais, tanto para ações imediatas de resposta aos desastres quanto para os esforços de recuperação subsequente. “As iniciativas de resposta e recuperação pós-desastre de um município exigem um suporte federal imediato que realmente atenda às demandas da população afetada”, enfatizou a nota.

No contexto específico do município de Muçum, no Vale do Taquari, o valor repassado pelo governo federal é visto como insuficiente para restaurar os danos causados pelo desastre de 2023.

De acordo com dados da CNM, os eventos climáticos adversos de 2023 afetaram aproximadamente 37,3 milhões de brasileiros, deixando 258 mortos, 126.345 desabrigados e 717.934 desalojados em todo o Brasil. O prejuízo financeiro total estimado foi de R$ 105,4 bilhões, afetando diversos setores, com a agropecuária sendo a mais impactada. Especificamente, a agricultura sofreu perdas de R$ 53,6 bilhões, enquanto a pecuária registrou danos no valor de R$ 15,3 bilhões.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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