Setor leiteiro pede suspensão de importações do Mercosul

Reforçando o pleito que vem sendo feito pela ABRALEITE desde setembro de 2020 para suspender as importações predatórias de leite em pó do Mercosul.

A Câmara Setorial do Leite e Derivados, formada por 35 instituições do setor, pediu à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que o governo brasileiro suspenda as importações de lácteos do Uruguai e da Argentina imediatamente.

Classificadas como “predatórias”, as compras do Mercosul deveriam ser tributadas, na opinião do colegiado, para amenizar o momento econômico e social “delicado” pelo qual passa a cadeia produtiva nacional.

O tema foi debatido em reunião com a ministra na última sexta-feira. “A Câmara entendeu como imperativo estabelecer medida emergencial para frear o surto de importações predatórias de lácteos do Mercosul, que desde setembro de 2020 prejudicam a cadeia produtiva”, informou, em nota.

“Apresentamos à ministra pleito indicando suspensão imediata das importações de lácteos da Argentina e do Uruguai, até que os setores produtivos do Brasil e dos países vizinhos estabeleçam tratativas de convivência mútua. Como medida equitativa, sugerimos tributar os lácteos importados, da mesma forma que o açúcar brasileiro é tributado para entrar em países do Mercosul, especialmente na Argentina”, diz o texto assinado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e outras entidades.

As associações esperam que Tereza Cristina leve o tema ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro. Além das importações, o setor reclama do aumento das cotações dos insumos, como farelo de soja e milho, que elevou o custo da produção de toda a cadeia, a queda no preço pago aos produtores, influenciado pelas importações, segundo as entidades, e a retração no mercado dos principais derivados lácteos, como leite longa vida, queijo muçarela e leite em pó, devido ao descompasso entre oferta e a demanda.

“No caso da demanda, 2021 se inicia com um enfraquecimento devido à diminuição do poder de compra dos consumidores, especialmente após o fim do auxílio emergencial”, diz a nota. Procurado, o Ministério da Agricultura informou que ainda está analisando as propostas.

As informações são do Valor Econômico.

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