
Especialistas apontam que o tipo de silo ideal depende do tamanho do rebanho, da estrutura disponível e do volume de silagem a ser armazenado; veja as vantagens e desvantagens de cada modelo.
A silagem é um dos pilares da alimentação animal no Brasil, especialmente durante o período seco, quando o pasto perde qualidade e produtividade. Mas além de colher e compactar o material corretamente, a forma de armazenamento é decisiva para garantir a conservação, o valor nutricional e o aproveitamento total do alimento. Entre as opções mais usadas estão o silo-ensaque (silagem ensacada), o silo vertical (de superfície ou trincheira alta), o silo horizontal (trincheira convencional) e o silo-bolsa, cada um com suas características, custos e exigências de manejo.
Silagem ensacada: praticidade em pequenas propriedades
A silagem ensacada tem se popularizado entre produtores de pequeno e médio porte. O método consiste em compactar a forragem em sacos plásticos individuais, geralmente de 30 a 50 kg, que são vedados logo após o enchimento. O processo é simples, requer baixo investimento inicial e permite uso gradual, evitando grandes perdas.
Segundo técnicos da Embrapa, o modelo é ideal para propriedades com rebanhos pequenos, áreas limitadas e produção fracionada de silagem. As principais vantagens são a facilidade de transporte e manejo, além de permitir armazenamento em locais diversos, sem necessidade de estruturas fixas.
Por outro lado, o método exige mais mão de obra e atenção redobrada na vedação. Qualquer furo no saco pode causar entrada de ar e comprometer a fermentação, gerando mofo e perdas nutricionais.
Silo vertical: alta compactação e durabilidade
O silo vertical é tradicional e amplamente utilizado em fazendas de médio e grande porte no exterior. Pode ser feito em alvenaria, concreto ou estruturas metálicas, e apresenta como principal vantagem a alta compactação do material, o que reduz a entrada de oxigênio e favorece uma fermentação mais estável.
Além disso, o silo vertical ocupa pouca área no solo e tem longa durabilidade, sendo um investimento de longo prazo. No entanto, o custo de construção é elevado, e a retirada da silagem pode ser mais complexa, exigindo equipamentos específicos, como desensiladeiras.
O modelo é ideal para produtores que desejam armazenar grandes volumes por longos períodos, mantendo qualidade uniforme e baixo risco de contaminação.
Silo horizontal ou trincheira: o mais comum no Brasil
O silo trincheira, também chamado de silo horizontal, é o tipo mais comum nas fazendas brasileiras. Construído em valas escavadas ou estruturas de concreto, ele oferece excelente relação custo-benefício e pode atender tanto pequenos quanto grandes produtores.
A grande vantagem está na facilidade de enchimento e retirada, especialmente com o uso de tratores e carregadeiras. No entanto, exige cuidado redobrado com a compactação e vedação, já que sua área de exposição ao ar é maior.

Quando bem manejado — com compactação em camadas finas e lona de alta qualidade —, o silo horizontal garante ótima conservação e rendimento, tornando-se o formato mais indicado para quem busca produtividade e eficiência.
Silo-bolsa: tecnologia e flexibilidade no campo
O silo-bolsa é uma tecnologia mais recente e vem ganhando espaço no agronegócio. Trata-se de tubos plásticos de alta resistência, com até 100 metros de comprimento, que permitem armazenar grandes volumes de silagem, grãos úmidos ou até milho grão seco.
Sua principal vantagem é a flexibilidade: o produtor pode instalar o sistema em qualquer área plana e ampliar a capacidade conforme a necessidade. A vedação é excelente e a fermentação é homogênea, com baixo índice de perdas, desde que o manejo seja correto.

Por outro lado, o investimento inicial em máquinas específicas para enchimento e retirada pode ser um desafio para pequenas propriedades. Além disso, roedores e perfurações acidentais representam risco, exigindo inspeções regulares.
Comparativo prático: qual melhor forma de armazenar a silagem?
Tipo de silo | Vantagens principais | Desvantagens | Indicação |
---|---|---|---|
Silagem ensacada | Baixo custo, fácil manejo, ideal para pequenas áreas | Alta demanda de mão de obra, risco de furos | Pequenos produtores |
Silo vertical | Alta compactação, longa durabilidade, conservação uniforme | Alto custo e retirada mais difícil | Médias e grandes fazendas |
Silo horizontal (trincheira) | Bom custo-benefício, fácil acesso, alta capacidade | Requer boa vedação e compactação | Produtores de médio e grande porte |
Silo-bolsa | Flexível, ótima vedação, menor perda | Custo com maquinário e risco de danos | Médios e grandes produtores |
Conclusão
A escolha do tipo de silo ou melhor forma de armazenar a silagem deve considerar o tamanho do rebanho, o volume de silagem produzido e os recursos disponíveis. Enquanto o silo ensacado é ideal para quem busca praticidade e baixo investimento, o silo horizontal segue como o mais versátil e amplamente utilizado no Brasil. Já o silo-bolsa representa a modernização do armazenamento, especialmente em grandes propriedades que valorizam flexibilidade e eficiência.
Independentemente do modelo escolhido, o segredo está no manejo correto, na compactação eficiente e na vedação perfeita — fatores que garantem uma silagem de qualidade, com máximo aproveitamento nutricional e mínimo desperdício.
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