Gigante do agro brasileiro rebate acusações criminosas de ONG européia

As maiores marcas de moda do mundo, H&M e Zara, usam algodão ligado à grilagem de terras, desmatamento ilegal, violência, violações de direitos humanos e corrupção no Brasil, aponta investigação da ONG Earthsight

Análises independentes denunciam conexões perturbadoras entre marcas de moda amplamente reconhecidas na Europa e danos socioambientais no Brasil, em particular no bioma Cerrado através das . Um relatório recém-divulgado pela ONG britânia Earthsight, intitulado ‘Fashion Crimes’, revela um elo entre a produção de algodão por marcas como Zara e H&M e ações prejudiciais que incluem desmatamento, grilagem de terras e violação de direitos humanos.

“O algodão é cultivado por duas das maiores agroindústrias do Brasil – a SLC Agrícola (uma das maiores produtoras de grãos e fibras do mundo) e o Grupo Horita – no oeste do estado da Bahia, uma parte do precioso bioma Cerrado, que foi fortemente desmatado nas últimas décadas para dar lugar à agricultura em escala industrial” – publicou a ONG eu seu site oficial.

Durante a investigação, a Earthsight seguiu a rota de  816 mil toneladas de exportações de algodão que saíram da SLC Agrícola e Grupo Horita entre 2014 e 2023 para os principais destinos: China, Vietnã, Indonésia, Turquia, Bangladesh e Paquistão. Com base em dados que permitem rastreio – o que não ocorre no caso chinês –, as pistas levaram a oito fabricantes de roupas na Ásia.

A ONG Earthsight sublinha que tais práticas ocorrem a despeito de esforços ostensivos de sustentabilidade, apontados nos selos de produção ostentados pelos produtos finais. A origem das matérias-primas é o oeste da Bahia, uma área que sofre com o desmatamento ilegal e onde o aumento do agronegócio tem dobrado a perda da vegetação em cinco anos conforme dados do Inpe.

A SLC, uma das maiores produtoras de algodão do Brasil, emitiu um comunicado rebatendo as acusações da ONG, citando que o Brasil tem uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo, com a definição de áreas para reserva legal, ou seja, áreas que serão preservadas permanentemente e cuja responsabilidade é do proprietário da terra.

A gigante agrícola ainda citou que possui cerca de 113 mil hectares de reserva legal, com objetivo de preservação da fauna e flora nativas.

Sobre as áreas de desmatamento do bioma Cerrado no Oeste da Bahia, região de Capão Modesto, relacionada ao caso de conflito de posse, a empresa diz que opera como arrendatário e está situada a 40km de distância das operações desenvolvidas pela Companhia. As áreas de reserva legal e preservação permanente não fazem parte do escopo do contrato de arrendamento, sendo de responsabilidade do proprietário sua manutenção e preservação.

A SLC Agrícola destaca que, em 2021, implementou sua Política de Desmatamento Zero, que está sendo rigorosamente cumprida. As acusações de desmatamento em uma área da Fazenda Palmares, na Bahia, são equivocadas. A empresa demonstrou por meio de mapas, enviados à Earthsight, que a área foi afetada por incêndio em 2022″ – ressalta o comunicado.

SLC
Foto: Divulgação

Confira o comunicado da SLC Agrícola

A SLC Agrícola vem, por meio deste comunicado, esclarecer ao mercado as informações contidas em um relatório produzido pela ONG Earthsight, intitulado “Fashion Crimes” (Crimes na Moda), divulgado em 11 de abril e repercutido pela imprensa nacional e internacional.

Nas últimas décadas, o Brasil tem se destacado na produção de alimentos e fibras naturais, sendo responsável pela produção global de 39% de soja, 13% de algodão e 10% de milhos, entre outros destaques, exercendo papel estratégico no suprimento alimentar mundial.

O Brasil tem uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo, com a definição de áreas para reserva legal, ou seja, áreas que serão preservadas permanentemente e cuja responsabilidade é do proprietário da terra. No caso da SLC Agrícola, possuímos 113 mil hectares de reserva legal, com objetivo de preservação da fauna e flora nativas.

Dessa forma, a SLC Agrícola reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável em seu negócio e na sociedade em geral. Como uma das maiores produtoras de grãos e fibras do mundo e a maior empresa das Américas com área certificada nas práticas de agricultura regenerativa (Regenagri), preza pelas gerações futuras, por meio do seu respeito ao planeta.

Com relação ao relatório mencionado, a SLC Agrícola esclarece:

1 – A área no Estado da Bahia, região de Capão Modesto, relacionada ao caso de conflito de posse, refere-se à reserva legal de uma área que operamos como arrendatários e está situada a 40km de distância das operações desenvolvidas pela Companhia. As áreas de reserva legal e preservação permanente não fazem parte do escopo do contrato de arrendamento, sendo de responsabilidade do proprietário sua manutenção e preservação. Quando arrendamos a área, avaliamos que a documentação do imóvel estava adequada junto ao cartório de registro de imóveis, bem como a regularidade para o fim que a área se propõe como compensação de reserva legal (condição que se mantem até o presente). Se existe um conflito no que se refere à posse ou propriedade do imóvel de reserva legal, pois esta é de responsabilidade do proprietário, cabe à Justiça brasileira julgar o teor dessa matéria.

2 – A SLC Agrícola destaca que, em 2021, implementou sua Política de Desmatamento Zero, que está sendo rigorosamente cumprida. As acusações de desmatamento em uma área da Fazenda Palmares, na Bahia, são equivocadas. A empresa demonstrou por meio de mapas, enviados à Earthsight, que a área foi afetada por incêndio em 2022. Além disso, a empresa evidenciou, com esses mapas, que a área está em plena recomposição de sua mata nativa e biodiversidade, pois a legislação brasileira não permite o plantio em área de reserva legal.

A SLC Agrícola reforça que todas as conversões de áreas com vegetação nativa foram realizadas dentro dos limites legais e que segue as determinações dos órgãos ambientais Estaduais e Federais.

3 – Com relação às multas que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) teria aplicado à companhia por possíveis desmatamentos, a SLC Agrícola informa que recorreu de todas as autuações administrativamente, com fortes argumentos e documentos contestando os motivos alegados. As multas estão em tramitação, sem julgamento definitivo até o momento. O detalhamento de cada uma delas está disponível para consulta pública no Formulário de Referência de cada ano.

4 – A SLC Agrícola também se destaca nacional e internacionalmente pela produção de algodão, com base em rigorosos padrões de qualidade. A empresa possui diversas certificações, incluindo a etiqueta SAI (Sistema de Identificação da Abrapa), o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e a certificação internacional da Better Cotton Initiative (BCI). Atualmente, 99% da produção de algodão da SLC Agrícola é destinada à exportação, principalmente para as indústrias asiáticas. A empresa busca fornecer para seus clientes produtos de alta qualidade, produzidos de forma sustentável, consolidando sua reputação global.

Por fim, a SLC Agrícola reafirma seu compromisso com a transparência e o respeito ao meio ambiente e às comunidades locais, mantendo conformidade com as regulamentações e boas práticas socioambientais.

A empresa segue valores e princípios claros, cumpridos por toda a equipe, da direção aos colaboradores mais recentes. Por isso, mais uma vez, condenamos afirmações infundadas que buscam prejudicar a reputação e o histórico de sucesso da agricultura brasileira e da SLC Agrícola.

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