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Soja + Milho + Pasto: Realidade promissora

Essa realidade cada vez mais empregada no campo brasileiro de soja, milho e pasto (ILP) no mesmo espaço e ano é promissor e “quem entra não sai”.

Amélio Dall’Agnol e Pedro Moreira

O Sistema Plantio Direto na Palha (SPD) foi uma revolução na atividade agrícola brasileira. Esta tecnologia, não apenas reduziu drasticamente a erosão da camada superficial do solo – a mais fértil – como, também, viabilizou o cultivo do milho 2ª época (safrinha), por facilitar o seu estabelecimento logo após a colheita da soja. Isso ocorre em função de que o sistema dispensa a necessidade de revolver o terreno com arado e grade, permitindo, assim, uma antecipação da curta janela de plantio para o milho.

O milho safrinha surgiu no final dos anos 1980 e cresceu rapidamente nas décadas seguintes (0,8 milhões de hectares – Mha em 1990 e 12,1 Mha em 2018) dada a possibilidade de semeá-lo sobre a palhada da soja. Hoje o milho safrinha constitui a safra principal do grão. Nesse período, o milho safra teve sua área reduzida de 12,7 Mha para cerca de 5,5 Mha, cedendo espaço para a soja. Se milho depois da soja está prevalecendo sobre milho no lugar da soja no verão, é porque esta opção dá mais lucro, que é o que o produtor busca acima de tudo.

Mais recentemente, o campo está passando por uma segunda revolução agronômica: a integração da lavoura com a pecuária (ILP), onde ambas atividades convivem ocupando as mesmas terras, mas em épocas diferentes do ano. É um modelo tipo ganha-ganha, onde uma atividade favorece a outra e a produção de ambas é maior do que a soma das partes. O sistema é altamente vantajoso na recuperação de pastagens degradadas. A lavoura melhora a pastagem, a qual descompacta o solo com seu abundante sistema radicular que, por sua vez, melhora a lavoura que vem na sequência.

Acrescente-se às melhorias promovidas pela ILP, a possibilidade de integrar o cultivo da braquiária com a do milho safrinha, tomando-se o cuidado para que a pastagem não interfira no desenvolvimento do milho. Com a maturação do milho, a pastagem se expande, permitindo o engorde de bovinos como uma terceira safra do ano. Outra possibilidade de ILP é substituir o pousio por pastagens no período invernal, quando podem faltar opções economicamente rentáveis para cultivo. A pastagem que surge após uma lavoura de grãos é tão abundante que permite o engorde de bovinos semelhante ao que ocorre no confinamento. Pesquisas apontam aumento da produtividade da soja – de 5 a 15% – quando cultivada em sucessão a pastagens bem manejadas, sobretudo em função da melhoria da qualidade física, química e biológica do solo.

SPD e ILP são sistemas de produção modernos que muito contribuíram para revolucionar a produção agrícola brasileira, incrementando significativamente a produção de grãos, fibras e carnes. Se bem o Brasil é um território privilegiado para a produção agrícola, dadas as imensas áreas aptas e disponíveis para tal finalidade, a utilização das mesmas áreas para produzir duas e até três safras anuais é um privilégio que ajuda a preservar áreas nativas.

ILPF é modelo ideal para intensificação na pecuária

Amélio Dall’Agnol e Pedro Moreira
Pesquisadores da Embrapa Soja
Blog da Embrapa Soja

Embrapa: Ganho de peso em ILPF é o maior da Pecuária

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