
Cerca de 20% das lavouras de feijão podem ser perdidas, com grãos sendo utilizados para consumo animal.
A aparência e a qualidade de parte da produção de feijão de São Paulo foi comprometida pelo excesso de chuva das últimas semanas. Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), cerca de 70% das lavouras no estado estavam no ponto de maturação — fase final do ciclo, quando os grãos começam a secar —, portanto, a umidade foi prejudicial.
“Deste 70%, existe um percentual, talvez de 20%, que são realmente [lavouras] perdidas. Se vierem a ser colhidas, são feijões que acabam sendo destinados para consumo animal porque estão com excesso de manchas”, afirmou Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Ibrafe, ao Agro Estadão.
Embora bem-vindas em algumas situações, as chuvas ocorreram em um momento impróprio para as áreas de feijão. Com isso, os grãos que estão em processo de colheita podem apresentar manchas. Além disso, a umidade faz com que alguns feijões comecem a germinar, dificultando o empacotamento para venda ao consumidor final.
“Esse é um grão que não vai ser utilizado para as primeiras marcas. Vai para a segunda marca, para a terceira. Vai para feijões com um valor mais baixo, porque o consumidor exige aquele feijão cor parelhinha, sem manchas”, explicou Lüders. Ele ressalta que, apesar disso, o valor nutricional do feijão permanece inalterado, mas a estética do produto é decisiva para o mercado consumidor.
Ao contrário de São Paulo, as lavouras de feijão do Paraná receberam de forma positiva o excesso de umidade. “Como não foram chuvas torrenciais, foram chuvas bem-vindas. E as lavouras estão se desenvolvendo bem”, disse Lüders.
Espera-se o início da colheita do feijão preto paranaense no final de dezembro, com intensificação dos trabalhos durante janeiro, mesmo mês em que se iniciará a colheita do tipo carioca no estado.
Efeito nos preços
Embora as perdas no interior paulista sejam significativas, ainda não há impacto imediato em relação aos preços do feijão carioca. Conforme o Ibrafe, neste momento, observa-se um movimento de estocagem por parte de alguns comerciantes, inclusive do feijão que está sendo colhido agora.
De acordo com o Instituto, essa estratégia se baseia na percepção de que a primeira safra 2024/25 de feijão carioca será, no máximo, do mesmo tamanho que a safra do início de 2024 — 3,4 milhões de toneladas. “Assim, muitos acreditam que feijões extremamente danificados, adquiridos por valores entre R$ 110 e R$ 150/160, poderão se valorizar no futuro”, diz em boletim.
A perspectiva altista foi detalhada ao Agro Estadão por Lüders. “Para o feijão carioca, é bem provável que em algum momento, mais para o final do ano, início do próximo ano, vamos ter os efeitos dessas chuvas nos preços do feijão. Não acontece um impacto imediatamente agora, mas sim, em algum momento, esse impacto vai aparecer”, destaca.
Fonte: Agro Estadão
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
No Pará, Mapa debate o papel estratégico do cooperativismo na produção sustentável
As cooperativas têm um papel estratégico na geração de renda, na preservação ambiental e no desenvolvimento regional.
Continue Reading No Pará, Mapa debate o papel estratégico do cooperativismo na produção sustentável
5 meses após recuperar mercado chinês, exportação de frango argentina pode cair
O país asiático – principal comprador do produto argentino – voltou a autorizar as compras da carne argentina em março deste ano.
Continue Reading 5 meses após recuperar mercado chinês, exportação de frango argentina pode cair
Trabalho prisional leva novas cores ao Parque de Exposições Assis Brasil
Curso de pintura predial com aulas práticas possibilita qualificação para apenados do Instituto Penal de Novo Hamburgo.
Continue Reading Trabalho prisional leva novas cores ao Parque de Exposições Assis Brasil
Brasil e Angola avançam em pautas agropecuárias durante encontros com autoridades angolanas
O ministro Fávaro se encontrou com o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola e com o ministro de Coordenação Econômica.
Alckmin indica que Motta dará prioridade a plano para aliviar impacto de tarifaço
Quanto mais rápido o Congresso aprovar a Medida Provisória e o projeto de lei complementar que o governo encaminhou na esteira do tarifaço melhor.
Continue Reading Alckmin indica que Motta dará prioridade a plano para aliviar impacto de tarifaço
Produtor de soja dos EUA pede que Trump garanta compras da China
Em carta enviada à Casa Branca, a entidade afirmou que os agricultores dos Estados Unidos estão em um “precipício comercial e financeiro” diante da ausência de compras chinesas para a safra 2025/26.
Continue Reading Produtor de soja dos EUA pede que Trump garanta compras da China