
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), os cavalos analisados ingeriram feno contaminado e testaram positivo para a toxina Clostridium botulinum, que causa botulismo.
Um surto de botulismo foi identificado como a causa da morte de pelo menos 22 cavalos em Manaus e no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas. A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) confirmou que os animais ingeriram feno contaminado pela toxina da bactéria Clostridium botulinum, conhecida por causar paralisia e morte em equinos.
Os casos começaram a ser registrados nos primeiros dias de janeiro de 2025 e geraram comoção entre os proprietários, que relataram sintomas como fraqueza, tremores musculares, salivação excessiva e paralisia progressiva nos animais.
Localização e impacto do surto
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), os casos foram distribuídos da seguinte forma:
- 12 mortes no Haras Nilton Lins, no bairro Flores, em Manaus;
- 8 mortes em uma chácara no bairro Tarumã, também em Manaus;
- 2 mortes em Presidente Figueiredo, a 117 km da capital.
A investigação revelou que o feno contaminado foi fornecido aos cavalos sem autorização dos proprietários, que haviam contratado alimentação à base de capim moído. Uma falha operacional levou à troca do alimento, pois uma máquina de processamento havia quebrado.
Depoimentos e investigações
Uma das proprietárias afetadas relatou que notou um forte odor no feno e ordenou que fosse retirado da baia de seus cavalos. No entanto, o alimento já havia sido servido anteriormente, resultando na contaminação dos animais. A mulher perdeu uma égua que trouxe de Belo Horizonte para a filha.
“Eu estava lá no dia 30 de dezembro e vi que o feno tinha um odor forte. Retirei da baia dos meus dois cavalos, mas eles já haviam ingerido pela manhã”, declarou uma das vítimas.
“Eu estava lá no dia que passaram o Feno no dia 30.12.2024 por volta das 18:40h.Vimos que estava com um forte odor, retirei da baia dos meus 2 cavalos.E informei que não era para servi e paguei para tirarem cesta de capim. Mas, eles já haviam passado pela manhã”, disse a mulher. Ainda de acordo com a proprietária do animal, a fábrica do feno contaminado pertence ao proprietário do haras.

O laudo apresentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a presença de mofo e sinais de deterioração no feno, reforçando as suspeitas sobre a contaminação.
A Adaf conduziu exames laboratoriais em amostras biológicas dos cavalos, analisando cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal, o que comprovou a presença da toxina do botulismo.
Medidas e investigações em andamento
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) abriu um inquérito para investigar a origem e responsabilidade pelo fornecimento do feno contaminado. Até o momento, os resultados dos exames realizados por proprietários particulares não foram totalmente divulgados, mas a principal hipótese segue sendo a intoxicação alimentar por botulismo.
Enquanto as investigações continuam, proprietários e criadores de cavalos na região estão sendo alertados para evitar a compra e uso de feno de fornecedores não certificados, buscando garantir a segurança dos animais.