A suspensão das exportações de carne bovina de fêmeas do Brasil para a União Europeia e Reino Unido pode trazer um impacto mensal de mais de US$ 20 milhões, caso não seja resolvido no curto prazo, apontou a Agrifatto
Em uma decisão recente, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram a suspensão das exportações de carne bovina proveniente de fêmeas do Brasil, alegando o uso de estradiol na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A medida, efetiva a partir de 6 de outubro de 2024, permitirá apenas a exportação de carne de machos para o bloco europeu até que o Brasil implemente um protocolo que comprove a não utilização do hormônio.
Embora a notícia seja relevante, o impacto imediato nas exportações de carne bovina provavelmente será limitado, uma vez que a proporção de vacas no total de animais abatidos tende a reduzir-se no segundo semestre. Contudo, a decisão pode afetar produtores com contratos específicos com frigoríficos, particularmente aqueles que fornecem carne para a Cota Hilton, destinada a cortes nobres e de alta qualidade.
Essa medida será mantida até que o Brasil estabeleça um protocolo comprovando a não utilização de tal hormônio durante a vida das fêmeas de corte, destacou o relatório especial da Agrifatto, nesta quarta-feira, 11. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) comunicou a decisão por meio do Ofício Circular Nº 24/2024, informando que, a partir de 06/10/24, apenas a carne de machos poderá ser exportada para o bloco europeu, até que a nova medida seja implementada.
Contexto e Implicações com uso do estradiol
A proibição do estradiol na União Europeia é baseada no princípio de reciprocidade, conforme estipulado na Recomendação nº 2 do relatório DG 2024-8087. Em 2024, o Brasil exportou 42,96 mil toneladas de carne bovina (in natura e industrializada) para a União Europeia e 63,26 mil toneladas para o Reino Unido. Esses volumes representam 4,79% do total exportado pelo país.
Historicamente, a participação da União Europeia nas exportações brasileiras de carne não superou 4,10% nos últimos cinco anos, com o Reino Unido alcançando uma participação de mais de 2% apenas em 2024, após oito anos de crescimento.
Embora a participação relativa das exportações para esses mercados seja pequena, o impacto financeiro pode ser significativo. Em 2024, as exportações para a União Europeia geraram US$ 325,38 milhões, o que corresponde a 3,40% do total exportado. O Reino Unido, por sua vez, atingiu um faturamento de US$ 325,38 milhões, representando 2,59% do total, com um crescimento anual de 55,72% em relação a 2023.
Impactos Esperados Suspensão das exportações de carne bovina de fêmeas do Brasil para a UE e Reino Unido
Apesar de a participação das vacas no total abatido diminuir no segundo semestre, o impacto imediato nas exportações não deve ser significativo. No entanto, a medida pode afetar produtores com contratos específicos, especialmente aqueles que fornecem carne para a Cota Hilton, destinada a cortes nobres de alta qualidade.
Cronograma de Adaptação
A União Europeia estabeleceu um cronograma de 12 meses para que pecuaristas e indústrias brasileiras se adaptem à nova regulamentação. O plano está dividido em quatro fases:
- Fase 1: Adaptação do sistema (0 a 2 meses)
- Fase 2: Treinamento das certificadoras (2 a 4 meses)
- Fase 3: Ciclo de certificação (4 a 8 meses)
- Fase 4: Formação de lotes de animais nas propriedades certificadas (8 a 12 meses)
Este cronograma visa garantir que todas as partes envolvidas estejam alinhadas com as novas exigências e possam atender aos padrões estabelecidos pela União Europeia e Reino Unido.
Este relatório especial da Agrifatto oferece uma visão detalhada das implicações da suspensão das exportações e do processo de adaptação necessário para o Brasil manter seu acesso a esses mercados importantes.
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