Tabapuã alia raça e números para trazer rentabilidade ao pecuarista

“Da porteira para dentro a gente precisa de animais eficientes”; confira a entrevista exclusiva com o Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT), João Trivelato

O Tabapuã é uma raça oficializada sendo a primeira genuinamente brasileira. Originária da Fazenda Água Milagrosa no município de Tabapuã, interior paulista, foi formada na década de 1940 tendo. Sendo totalmente mocha, desde a sua concepção, tem como principal característica o biótipo para produção de carne. Segundo dados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o peso médio dos machos a desmama é de 195 kg e o das fêmeas de 180 kg, e aos soberanos os machos atingem 326 kg e as fêmeas 276 kg.

Em entrevista exclusiva ao fundador e editor do portal Compre Rural, Marcio Peruchi, o Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT), João Trivelato Neto falou um pouco sobre a raça.

ExpoZebu - Grandes Campeões da raça Tabapuã - Parque Fernando Costa
Foto: Zezinho Peres

Segundo Neto, a raça Tabapuã é uma raça nova que traz várias características importantes para dentro da pecuária nacional, tais como a docilidade, mocho a habilidade materna fantástica.

“Então são características importantes que traz essa rentabilidade, e é isso que fez a raça crescer, é a segunda raça que mais registra aqui dentro da raça zebuína e ela vem se tornando importante ano a ano pelo benefício de trazer essa carcaça, volume de carne que é o que a vacada comercial precisa, e mantém um padrão muito interessante dentro do confinamento, dentro do leite. E é isso que é importante para nós que a gente precisa dentro do campo, da porteira para dentro a gente precisa de animais eficientes, pesados, que dá rendimento porque no final tudo é carne e é isso que a gente precisa, maior rentabilidade, sempre buscando equilíbrio, animal dócil, mocho.

Questionado sobre a importância de eventos técnicos voltados à raça, Neto aponta como sendo outra vantagem do Tabapuã a igualdade entre o animal de pista com o que está no pasto.

Eu dentro da minha própria fazenda faço isso, dentro dos melhores animais que eu fui para a pista, porque são animais que se destacaram. O que é bacana nisso daqui que é a Copa do Mundo do Zebu é realmente mostrar e compararmos as genealogias, as fazendas para ver aonde a gente pode chegar, o melhoramento genético, porque sem a gente comparar, sem ter critério não existe melhoramento genético. Eu faço dentro da minha fazenda o meu colega faz, e a gente precisa ter uma comparação e é isso que é bacana a gente vê o caminho, o planejamento, onde a pode chegar, animais feitos e submetidos a critérios para ver até onde ele pode chegar. E essa pista a gente faz com muito carinho, é uma brincadeira saudável, acaba sendo uma concorrência que se torna uma família em prol da pecuária e levar essa estrutura genética para todo o Brasil, é uma vitrine”, comentou sobre a ExpoZebu que aconteceu neste mês de maio no Parque Fernando Costa, sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba (MG), sede da ABCT.

gado tabapua
Foto: Jadir Bison

Genotipagem e melhoramento genético

Segundo Neto o Tabapuã é uma raça que foi estudada desde o primeiro animal e vem sendo ainda nos programas de melhoramento como no Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PGMZ) da ABCZ.

E, além do melhoramento genético e as provas de peso, está atualmente sendo realizada a genotipagem. Esse é o processo para determinar diferenças na composição genética do animal, examinando a sequência de DNA, resumidamente revela os alelos que um indivíduo herdou.

“Isso tem sido um negócio bacana, nós temos um grande número de animais genotipados e isso dá uma couraça nos números, no qual a gente sabe realmente o que tem naquele indivíduo. Essa genotipagem é importante tanto do pai quanto da mãe e do animal que nasce, dos bisavôs, quanto mais números que a gente tiver para que tenha certeza do que aquele animal vai produzir, o que aquilo vai levar para frente. Então o Tabapuã está bem firme nos números, na parte de provas a gente vem fazendo na Embrapa, na Bela Vista, logicamente todos certificados pela ABCZ e o programa de melhoramento genético que é a principal ferramenta que nos traz o caminho e o planejamento a ser seguido”, destacou.

gado tabapua
Foto: Jadir Bison

Padronização racial

Outro ponto de destaque da raça segundo Neto é a padronização racial. Mas, segundo ele, 99% dos pecuaristas criadores de Tabapuã trabalham tanto com o lado racial quanto os números.

“É muito importante porque a gente não pode deixar o número de lado, lógico que se tem duas linhas a serem seguidas, se quiser só trabalhar com número você trabalha, mas não podemos deixar racial e as qualidades fora, são ferramentas que tem que ser trabalhadas juntas não pode deixar nada de lado, lógico que às vezes erra num lugar, arruma em outro, mas sempre tentando melhorar em todos os aspectos sem deixar nenhum desses critérios fora pois é primordial para que tenha uniformidade”, contou.

Para Neto, as raças são como se fossem as ‘marcas’, se comparadas com veículos, ou seja, cada uma tem suas características específicas. O Tabapuã é uma raça que leva ao campo rusticidade e rentabilidade, utilizada principalmente na pecuária de corte.

“O Tabapuã dentro desses quesitos econômicos tem várias características muito importantes que beneficia toda a cadeia da pecuária tanto no leite, quanto no corte. Bezerro pesado, carcaça, volume de leite, docilidade, animal mocho, por isso que cresce que dá certo, que vem vindo numa linha de crescimento sempre para cima, e no outro lado os criadores com critérios justos e sempre fazendo o melhor para que a gente evolua e traga essas qualidades econômicas para o nosso campo”, finalizou.

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