
Estudo da Neogrid mostra que produtos antes exportados aos Estados Unidos registraram redução – como no caso dos cortes bovinos, que registraram queda de 5% no valor médio na região.
Os brasileiros pagaram menos em agosto por produtos listados nas tarifas de exportação dos Estados Unidos. Alimentos como ovos assistiram a uma queda de 4% em seu preço médio, enquanto as carnes vermelhas tiveram redução de até 3,4%, de acordo com um novo levantamento da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo.
O estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões” revela que a maior retração ocorreu na categoria de legumes, com queda de 6,7% que foram influenciados por melhores condições climáticas e consequente maior oferta. Entre os produtos de origem animal, os cortes bovinos passaram de R$ 38,07 em julho para R$ 36,77 em agosto, uma retração de 3,4%, enquanto a carne suína caiu de R$ 19,45 para R$ 18,87 – um recuo de 3%. A farinha de mandioca também registrou baixa de 2,5%.
Um dos fatores que mais influenciou o comportamento dos preços em agosto foi o aumento da taxação de importados. “Como os Estados Unidos são um dos maiores compradores de carnes e derivados de soja do Brasil, o ‘tarifaço’ reduziu o volume exportado, o que elevou a oferta interna e pressionou os preços para baixo nessas categorias”, explica Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid.
“O efeito não fica restrito à balança comercial, pois impacta diretamente o carrinho de compras dos brasileiros. Para os próximos meses a expectativa é de que os preços permaneçam estáveis, refletindo uma inflação mais controlada”, analisa Fercher. Ela alerta, no entanto, que o mercado segue sensível a fatores como safra, logística e câmbio.
Em contrapartida, outras categorias registraram alta em agosto, como creme dental (1,9%), margarina (1,7%), óleo de soja (1,6%) e sal (1,6%), que tiveram incremento nos preços médios. Entre os itens de lazer e bebidas, a cerveja apresentou elevação de 1,2%.
Maiores altas acumuladas em 2025
Considerando o acumulado de dezembro de 2024 até agosto de 2025, o café, tanto em pó quanto em grãos, continua a liderar com o preço médio por quilo de R$ 73,75, apresentando variação de 37,6% no período analisado. Outros produtos que registraram aumentos foram margarina (6,3%), creme dental (5,7%), pão (2,1%) e refrigerantes (1,3%).
Variações de preços em julho no sudeste
Na região sudeste, as categorias que apresentaram maior elevação de preço foram cremes dentais (1,5%), óleo de soja (1,5%), margarina (0,6%), sal (0,6%) e pão (0,5%). Em contrapartida, os maiores recuos foram observados em legumes (-5,7%), carne bovina (-5%), arroz (-3,5%), feijão (-3,4%) e frango (-3,1%).
Fonte: Neogrid
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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