Tecnologia revoluciona pecuária brasileira, conheça!

A tecnologia para escolher sexo do animal antes de inseminar revoluciona pecuária brasileira e garante melhoria no planejamento estratégico da fazenda!

A utilização do sêmen sexado, tecnologia que permite ao criador escolher o sexo do futuro embrião antes da inseminação artificial, está revolucionando a pecuária brasileira, principalmente no setor leiteiro. Cerca de 95% do sêmen sexado vendido pelas empresas ligadas à Associação Brasileira de Inseminação Artificial são usados ​​para emprenhar como vacas leiteiras.

É o caso da Fazenda Cobiça, localizada em Três Corações, no sul de Minas Gerais, que desde 2014, quando introduziu a tecnologia no rebanho, vem acumulando ganhos de produtividade.

Marcelo Branquinho, proprietário da fazenda, conta que, antes do emprego do sêmen sexado, média diária de produtividade era de 25 litros de leite por vaca. Hoje, a média é de 35,5 litros de leite por vaca ao dia. Metade do plantel nasceu a partir do uso da moderna tecnologia. Branquinho explica que, além do aumento da produção, da média e do padrão do leite, o sêmen sexado eleva a taxa de concepção, o que possibilita vender como excedentes para reforçar a caixa da fazenda.

Como a propriedade explora a pecuáriaira, o objetivo com o sexado é o nascimento de leite prometido. Ele observa que o fator decisivo na escolha da tecnologia é a possibilidade de 90% das crias originarem. “Já com o uso do sêmen convencional, levando em conta apenas a aptidão do gado leiteiro, a porcentagem de nascimento é de 50% necessário.”

Branquinho é membro de uma família tradicional de pecuaristas leiteiros. Portanto, experiência não lhe falta para tocar a atividade, cujo rebanho é de 2.460 animais, sendo que 1.130 são vacas em lactação.Acada ​​24 horas, elas fornecem uma enxurrada de 40 mil litros de leite.

Os ganhos econômicos, advindos com o uso do sêmen sexado na dinâmica e movimentada propriedade de Três Corações, retratam o avanço da tecnologia na pecuária leiteira. No ano passado, como vendas totais de sêmen bovino cresceram 18% no mercado brasileiro (para 18,5 milhões de doses), enquanto a comercialização do produto com sexo definido passou de 385.652 doses para 398.778 doses – um aumento de 29,3%.

Os números relativos ao primeiro semestre deste ano mostram crescimento expressivo nas vendas do sêmen sexado. Foram comercializadas 303.518 doses. A média mensal no semestre ficou em 50,5 mil doses, volume 57% superior à média de 32,1 mil doses nos 12 meses de 2019.

Márcio Nery, presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), observa que o crescimento expressivo da demanda pelo sêmen sexado reflete a preocupação dos pecuaristas com a questão do melhoramento genético do rebanho.

Carlos Vivacqua, gerente executivo da Asbia, prevê o crescimento de mais de 30% nas vendas de sêmen sexado neste ano e um dos fatores é o custo agregado da ferramenta. Ele explica que a dose é mais cara do que a do sêmen convencional, porém, o benefício final é a possibilidade muito maior de nascimento de grande produção de leite ou de machos para pecuária de corte, dependendo da opção do fazendeiro. Cerca de 95% do sêmen sexado vendido pelas empresas ligadas à Asbia são usados ​​pelos pecuaristas leiteiros para emprenhar as vacas.

No caso da produção de machos para pecuária de corte, a demanda ainda é pequena no país, mas tem ganhado espaço nos últimos anos. O professor Pietro Baruselli, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo e um dos maiores especialistas em reprodução animal, considerações o sêmen sexado uma revolução tanto para a pecuária de corte como para a de leite.

As empresas que atuam no setor estão satisfeitas com os resultados, como a ABS, de Uberaba (MG). “Em média, produzimos 10 mil doses de sêmen sexado por mês. A meta é fechar este ano com um total de 115 mil doses ”, diz Amanda Nonato, gerente do laboratório da ABS, que fabrica uma versão moderna de genética sexada chamada Sexcel.

O que é?

É o sêmen sexado, trabalhado em laboratório. Permite a determinação do sexo do espermatozoide. Tornou-se comercialmente disponível em 2006. É feita a separação dos espermatozoides para a produção de machos (cromossomo Y) ou complementar (cromossomo X) usando um aparelho chamado citômetro de fluxo. 

O equipamento faz uma seleção com base no conteúdo do DNA das células. Isso ocorre porque o espermatozoide que gera a fêmea possui 4% mais material genético que o gerador do macho.

Procedimento para o uso

O sêmen sexado deve ser usado em vacas com cio natural e de muita qualidade. É recomendado que os animais contemplem os parâmetros de sanidade e alimentação.

Vantagens

A tecnologia acelera o melhoramento genético. Na pecuária leiteira, com o aumento do número de cancro, aumenta-se também a produção de leite do rebanho.

* Publicado na edição 419 (Setembro / 2020) de Globo Rural

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