Tendências e perspectivas no mercado da soja e milho após relatório do USDA

O mercado da soja iniciou a semana com uma leve alta comparado a quinta-feira; o mercado de milho na B3, observa-se estabilidade com tendência de queda para os contratos até novembro de 2024.

Embora os dados do USDA tenham sido considerados baixistas para a soja, devido ao aumento na área de plantio e nos estoques trimestrais, essa tendência já era esperada pelo mercado. Consequentemente, o impacto não foi tão significativo quanto poderia ser. Atualmente, o mercado da soja enfrenta uma ausência de fundamentos altistas. Mesmo com o aumento da demanda da China, os estoques nos Estados Unidos, Argentina e Brasil permanecerão consideravelmente elevados. Análise completa é do Filipe Soares da Agroares Consultoria.

À medida que a colheita avança, é provável que ocorra mais quedas nos preços da soja. Isso é evidenciado pelo Farmer Selling, que é o indicador de vendas dos produtores rurais para os compradores, atualmente está em cerca de 40%, indicando que ainda resta 60% da produção brasileira a ser comercializada. 

soja
CASCAVEL/PR – 09 03 2018 -Produtores paranaenses começam a se beneficiar do aumento nos preços da soja e do milho nos mercados externo e interno. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, neste ano o preço da soja já subiu 11% e do milho, 8%.-. Foto Jonas Oliveira Foto: Jonas Oliveira

O Rio Grande do Sul é o estado menos comercializado, com apenas cerca de 15% da produção negociada.

Devido à sua colheita tardia, e que coincide com a da Argentina, pode aumentar ainda mais a pressão sobre os preços devido à grande oferta de soja na américa do sul que estará disponível em abril e junho.

Por outro lado, um fator altista a ser considerado é o esmagamento de soja.

Atualmente, o óleo de soja registra um aumento de 1% nas cotações, e há expectativas de um crescimento na produção desse óleo em cerca de 24% nos próximos três anos nos Estados Unidos, principalmente para uso no biodiesel.

Contudo, é importante lembrar o impacto do aumento na produção de óleo de soja sobre a oferta de farelo, que pode aumentar muito conforme o esmagamento, e exercer pressão negativa sobre os preços da soja.

Esse é o momento de aproveitar oportunidades para compra de alguns fertilizantes que estão em cotações abaixo das medias, e realizar vendas conforme as necessidades.

Milho
Foto: Tony Oliveira/CNA

Perspectivas do Mercado de Milho: Análise Pós-Relatório do USDA e Previsões para 2025

Após a divulgação do relatório do USDA, o mercado de milho na B3, observa-se estabilidade com tendência de queda para os contratos até novembro de 2024. No entanto, os contratos para 2025 registram um aumento superior a 1%.

Essa disparidade entre os contratos é atribuída principalmente à situação dos estoques mundiais de milho, que ainda permanecem elevados.

Além disso, é importante ressaltar que o preço do milho brasileiro continua acima do preço de paridade de exportação. Esse cenário sugere que o mercado só enxerga um aumento nos preços a partir de 2025, visto que, em 2024, à medida que o Brasil avançar na colheita, espera-se que a pressão sobre os preços aumente.

Isso se deve ao fato de que, conforme os preços ultrapassam os 60 reais por saca, as tradings enfrentam dificuldades para exportar o milho adquirido a esse valor.

Nesse contexto, as melhores oportunidades para venda de milho ao longo do ano provavelmente serão direcionadas às usinas de etanol e fábricas de rações.

Esses setores, ao contrário das empresas de trading, não estão tão vinculados aos compradores internacionais e, portanto, podem trabalhar com ofertas de compras mais vantajosas no mercado interno.

Resumindo, o cenário para o mercado de milho aponta para um horizonte de aumento de preços no brasil a partir de 2025, impulsionado pelo aumento da produção dos biocombustíveis e diminuição da área plantada nos estados unidos.

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