Tilápia é realmente um peixe? Descubra por que tanta gente duvida

Parte da confusão vem do fato de a tilápia ser criada predominantemente em sistemas de aquicultura

Presente nas mesas brasileiras com frequência, a tilápia se tornou uma das principais apostas da piscicultura nacional, tanto pela facilidade de cultivo quanto pelo sabor suave e pelo valor nutricional. Em 2025, o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas produzidas desse peixe, que hoje responde por mais de 72% da produção nacional de pescados em cativeiro, segundo o Anuário da Piscicultura da Peixe BR. Apesar do sucesso, uma polêmica ainda cerca a espécie: afinal, a tilápia é realmente um peixe?

Pode parecer estranho, mas essa dúvida é mais comum do que se imagina. Parte da confusão vem do fato de a tilápia ser criada predominantemente em sistemas de aquicultura. Isso leva algumas pessoas a pensar que ela seria um organismo artificial ou até mesmo um peixe geneticamente modificado. Mas será que essa desconfiança faz sentido?

Um peixe de verdade com nome genérico

Antes de mais nada, é importante esclarecer que o termo “tilápia” não se refere a uma única espécie, mas sim a um grupo de peixes de água doce da família Cichlidae, originários da África. No Brasil, a mais comum é a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), espécie amplamente cultivada por sua rápida taxa de crescimento e boa adaptação a diferentes ambientes.

Esses peixes são 100% reais — ou seja, não são criados em laboratório nem geneticamente modificados. O que acontece, na verdade, é o uso de melhoramento genético tradicional, feito por meio de cruzamentos seletivos, prática comum na agropecuária. O objetivo é desenvolver linhagens mais resistentes a doenças, com crescimento mais rápido e carne de melhor qualidade.

O apelido “frango das águas” e os mitos que ele carrega

Por serem amplamente cultivadas, com tempo de engorda curto e alto rendimento, as tilápias acabaram ganhando o apelido de “frango das águas” (ou aqua-chicken, em inglês). O termo, embora popular, ajuda a reforçar equívocos, como a ideia de que o peixe seria um produto “fabricado” ou artificial.

No entanto, isso está longe de ser verdade. De acordo com a plataforma Seafood Health Facts, a criação em larga escala de tilápias segue padrões rigorosos de sanidade e controle ambiental. Inclusive, o consumo regular do peixe é recomendado por nutricionistas por conter proteínas magras, vitaminas do complexo B, fósforo e ômega-3.

Segurança alimentar e informação de qualidade

As dúvidas em torno da tilápia revelam um desafio cada vez mais importante: desmistificar informações falsas sobre alimentos produzidos em sistemas modernos de produção. Embora o cultivo em cativeiro possa gerar desconfiança, ele é essencial para garantir oferta estável, menor pressão sobre recursos naturais e preços mais acessíveis ao consumidor final.

Portanto, a resposta definitiva é: sim, a tilápia é um peixe de verdade — e, mais do que isso, é um dos pilares da produção aquícola brasileira, alimentando milhões de pessoas com qualidade e sustentabilidade.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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