 
        O cruzamento entre raças tem sido cada vez mais utilizado, mas afinal Cruzar touro Caracu com vaca Nelore vale a pena? Confira a resposta do especialista!
Em edição do quadro Zadra Responde, o zootecnista Alexandre Zadra, autor do blog “Crossbreeding” e supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, respondeu dúvidas de três produtores, todos interessados em saber as características dos animais que resultam do cruzamento Caracu x Nelore.
As perguntas vieram de Cristiano Gonçalves, de Formosa-GO; Gerônimo David Dias de Campos, de Novo São Joaquim-MT; e Juliano Pamplona, de Iturama-MG.
“A raça Caracu é uma raça tropical trazida pelos portugueses há 500 anos para o Brasil e é adaptada, é um taurino adaptado, o qual apresenta um biotipo continental, é um animal de grande porte. É como se fosse um europeu de grande porte, só que adaptado ao calor. Quando nós cruzamos o Caracu com o Nelore, nós temos um vigor híbrido desejado, ou seja, nós temos heterose de 100%, o resultado esperado é muito ganho em peso, o que acontece, é fato. O peso é espetacular nos meio-sangue Caracu x Nelore”, respondeu o especialista.
Zadra também comentou as características das fêmeas frutos deste cruzamento. “Quando você cruza o Caracu com o Nelore, você tem uma fêmea F1 de alta habilidade materna. Se a gente colocar as melhores no curral, a gente consegue tirar leite, mas o ideal é que ela seja uma ótima matriz para habilidade materna. Então quando você pensar em fazer cruzamento de pasto, cruzamento a pasto usando um touro de pasto, você pode utilizar o Caracu que você vai ter choque de sangue, vigor híbrido, heterose e resultado de maior ganho em peso, fêmeas espetaculares para habilidade materna. Sendo que estas fêmeas vão entrar no cio pela primeira vez com 340 a 350 quilos, com cerca de 18 meses”, concluiu.
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Características zootécnicas da raça
Segundo os entrevistados da raça Caracu, estes animais apresentam características favoráveis a criação. Confira abaixo alguns destes pontos fortes:
- Grande adaptabilidade em relação ao desafio das mais severas adversidades climáticas e ambientais;
- Resistência a endo e ectoparasitas, sendo seu manejo, em relação a esse quesito, igual a de um animal zebuíno;
- Pelagem baixa, adequada para o clima brasileiro;
- Casco preto e resistente – tanto para solos duros quanto encharcados;
- Prepúcio alto – ideal para pastagens brasileiras e
- Capacidade de digerir fibras grosseiras.
Adicionalmente, as fêmeas da raça apresentam boa habilidade materna, seguidas de:
- Fertilidade superior a 80%;
- Fêmeas F1 tem 10% a mais de fertilidade e 20% a mais de peso na desmama;
- Facilidade de parto, com bezerros nascendo com média de 32 kg.
- Fêmeas tem seu primeiro serviço reprodutivo aos 15 meses
- Primeiro parto entre 24 e 28 meses.
Segundo os entrevistados, vale ressaltar que as fêmeas F1, oriundas do cruzamento de Caracu x fêmeas zebuínas, são muito disputadas por criadores que realizam o cruzamento tricross ou necessitam de fêmeas para receptoras de embriões, devido a indiscutível habilidade materna, fertilidade, produtividade de leite se refletindo em um alto peso a desmama de seu produto (tricross ou embrião gerado por ela) e sua docilidade e facilidade no manejo com a cria, não perdendo no quesito de adaptabilidade nas adversidades ambientais e nutricionais impostas.
Os reprodutores, em sua grande maioria, são criados no estado do Paraná, e após feita a seleção e seu Registro Definitivo, são comercializados, em sua grande maioria, para pecuaristas da região norte do Brasil(RO, AC, PA, TO, MT) sendo carregados em pleno frio sulino e descarregados num período de 5 dias nas altas temperaturas do norte brasileiro, onde não precisam de período de aclimatação, apenas passam por um período de adaptação nutricional.
Já com relação a qualidade da carne, estes animais apresentam carne com maciez e suculência desejáveis. Além de bons resultados quanto ao rendimento de carcaça.

O técnico da ABCCaracu confirma esta afirmação com base em alguns animais terminados em confinamentos e abatidos aos 20 meses pesando 19@ de peso com 53% de rendimento de carcaça. Sendo que no período de confinamento os animais tiveram um ganho de peso médio na ordem de 1,7 kg/peso/dia.

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O gado indiano, quando cruzado com europeu, além da heterose, também adquire a habilidade materna, temperamento mais manso e menor seletividade em escolha de pastagens, características genuínas da raça Caracu.
A raça Caracu desempenha o cruzamento industrial em monta a campo tendo seu principal cruzamento feito com reprodutor Caracu em fêmea zebuína (nelore, guzerá, tabapuã, etc) visando um aumento no peso a desmama dos bezerros imprimindo também a tão buscada qualidade de carne nos produtos F1.
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