Nova aposta da montadora promete reviver o legado do Bandeirante; Opção mais barata, já vendida na Ásia, a Toyota Hilux Champ é uma opção bem mais simplificada e mais acessível para quem precisa de uma picape para trabalho
A Toyota está prestes a mexer novamente no mercado de utilitários na América Latina. Após registrar no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) imagens completas da Toyota Hilux Champ, a marca japonesa sinaliza com força seu interesse em lançar por aqui uma picape de entrada, voltada para o trabalho, com proposta simples, robusta e preço mais acessível.
Com uma história consolidada no Brasil, onde a Hilux se tornou referência em durabilidade e desempenho, a Champ surge como um produto complementar: uma picape menor, de proposta mais utilitária, voltada para pequenos empreendedores, produtores rurais, frotistas e até mesmo consumidores que buscam uma alternativa mais versátil ao tradicional modelo médio.
Plataforma simplificada, mas cheia de possibilidades
Desenvolvida sobre a plataforma IMV e apresentada mundialmente durante o Japan Mobility Show de 2023, a Hilux Champ foi inicialmente pensada para mercados emergentes como o da Tailândia — onde já é comercializada. A picape possui 5,30 metros de comprimento, entre-eixos de 3,08 metros e capacidade de carga de 1.000 kg, com design funcional que facilita modificações.
O que chama atenção no projeto é o conceito de personalização: a estrutura da caçamba conta com orifícios para fixação de acessórios e laterais que se abrem, permitindo adaptar o veículo conforme a necessidade de cada cliente. Além disso, a Toyota já coopera com mais de 100 empresas de acessórios na Ásia, o que pode indicar um futuro de grande flexibilidade também por aqui.
Opções de motorização e versões pensadas para o uso prático
Na Tailândia, a Hilux Champ é oferecida com três motores:
- 2.4 turbodiesel de 150 cv,
- 2.0 a gasolina com 130 cv e
- 2.7 a gasolina com 166 cv,
todos com câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis velocidades.
O Brasil pode receber uma configuração adaptada, com versões de cabine simples e dupla, ideais tanto para transporte de carga quanto para quem deseja conciliar trabalho com lazer. Transmissão manual de seis marchas deve ser o padrão, embora uma versão automática também esteja em análise.
Produção da Toyota Hilux Champ na Argentina está nos planos
Inicialmente, o plano de fabricar a Hilux Champ na planta de Zárate, na Argentina, havia sido adiado devido ao alto custo de nacionalização de componentes. Estudos apontavam que a produção local tornaria a picape de 15% a 25% mais cara que a versão importada da Ásia. No entanto, mudanças econômicas e políticas no país vizinho reacenderam as chances de viabilidade industrial, o que pode facilitar a chegada da Hilux Champ ao mercado brasileiro com preço mais competitivo.
Caso a fabricação se confirme na Argentina, a logística de importação será simplificada, e a Toyota poderá reposicionar a Champ abaixo da atual Hilux cabine simples vendida no Brasil, que parte de R$ 249.390. Na Tailândia, o modelo é vendido por cerca de R$ 100.900 (convertido), mas aqui deve custar mais por conta de impostos e adaptações locais.
O “espírito Bandeirante” de volta?
Vários especialistas e entusiastas veem a Hilux Champ como uma espécie de sucessora espiritual do Toyota Bandeirante, clássico utilitário nacional conhecido por sua robustez e confiabilidade no campo. A comparação não é por acaso: a proposta da Champ é clara — simplicidade, força e funcionalidade, sem luxo, mas com a essência que cativou gerações de trabalhadores rurais e pequenos empreendedores brasileiros.
Com a Hilux Champ, a Toyota parece disposta a preencher uma lacuna importante no mercado de utilitários leves, oferecendo um veículo resistente, versátil, acessível e com capacidade real de trabalho pesado. A movimentação nos registros, as especulações sobre produção na Argentina e o próprio histórico da marca no Brasil indicam que o lançamento pode estar mais próximo do que se imagina.
Se chegar com um preço competitivo, a Hilux Champ poderá redefinir o segmento de entrada entre as picapes e reacender o interesse por modelos simples, porém eficientes, em um mercado cada vez mais carente de opções acessíveis e robustas.
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