
Doença incurável, a tuberculose bovina causa prejuízos bilionários e coloca em risco a pecuária e a saúde pública
A tuberculose bovina é um dos maiores desafios enfrentados pela pecuária nacional. Silenciosa e sem cura, a doença causada pela bactéria Mycobacterium bovis provoca perdas bilionárias ao setor, pois desabilita lotes inteiros de gado para exportação. Além do impacto econômico, trata-se de uma zoonose, ou seja, também pode ser transmitida aos seres humanos, elevando a gravidade da questão.
O que é e por que preocupa
A doença é infecciosa e crônica, caracterizada pela formação de lesões (granulomas) nos órgãos dos animais. O grande problema está no fato de ser, em muitos casos, subclínica: o bovino infectado aparenta estar saudável, mas transmite a bactéria ao rebanho e ao ambiente por meio de secreções, fezes e urina.
Sem cura e sem tratamento disponível, a única solução diante da confirmação da doença é o sacrifício imediato do animal, medida necessária para impedir a disseminação da bactéria.
Impactos econômicos: do curral ao comércio internacional
O diagnóstico positivo de tuberculose em apenas um animal pode resultar na desclassificação de todo o lote para exportação, gerando prejuízos milionários ao produtor. Esse efeito dominó atinge diretamente a competitividade do Brasil no mercado internacional de carnes, já que importadores exigem garantias sanitárias rígidas.
Para o pecuarista, a perda envolve não só o valor da engorda, mas também todo o investimento em sanidade e manejo, inviabilizando a comercialização em mercados mais rentáveis.
Prevenção para turberculose bovina: a única arma contra a doença
Com a impossibilidade de cura, a prevenção é a principal ferramenta no combate à tuberculose bovina. Entre as medidas destacadas por especialistas estão:
- Certificação sanitária: exigir atestados emitidos por médicos-veterinários garantindo que o gado esteja livre de tuberculose e brucelose.
- Teste de tuberculinização: realizado por profissionais habilitados, permite a detecção precoce de animais infectados.
- Higiene das instalações: limpeza e desinfecção constantes reduzem a sobrevivência da bactéria no ambiente.
- Ronda sanitária diária: acompanhamento próximo do rebanho para observar sinais suspeitos e agir com rapidez.
Instituições como o Instituto Biológico de São Paulo oferecem diagnóstico especializado e fornecem antígenos para a realização dos testes. Além disso, empresas do setor, como a Friboi, desenvolvem materiais de apoio, incluindo e-books, para orientar produtores sobre boas práticas de prevenção.
Saúde pública em alerta
Por ser uma zoonose, a tuberculose bovina também representa risco à saúde humana, especialmente para trabalhadores rurais e pessoas em contato direto com o rebanho. O consumo de produtos de origem animal sem inspeção adequada amplia ainda mais o perigo.
📌 Em resumo: A tuberculose bovina é uma ameaça silenciosa, sem cura, que impacta a pecuária e a saúde pública. Com prejuízos milionários e risco de travar exportações, a prevenção se torna o único caminho viável para garantir a sanidade do rebanho, a segurança alimentar e a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.