Turfe brasileiro movimenta R$ 253 milhões em 2024 e Jockey Club de Sorocaba se destaca

Mais do que um esporte, o turfe brasileiro se consolida como atividade econômica que gera renda, empregos e atrai grandes investimentos para a equideocultura nacional

O turfe brasileiro, tradicionalmente associado ao glamour das corridas de cavalos e ao fascínio das apostas, mostrou em 2024 que é muito mais do que entretenimento. Dados oficiais do Ministério da Agricultura (MAPA) e da Comissão de Política de Apostas (CBPA) apontam que o setor movimentou R$ 253,4 milhões em apostas apenas nos Jockey Clubs autorizados. Um número expressivo, que reforça a força da atividade no país e que encontra no Jockey Club de Sorocaba (JCS), palco da histórica Corrida do Milhão, um retrato claro dessa vitalidade.

Reconhecido como a capital do Quarto de Milha de velocidade no Brasil, o Jockey Club de Sorocaba foi inaugurado em 1991 e é referência internacional em estrutura e segurança. Sua pista está entre as melhor da América Latina, com alto padrão técnico, e o complexo conta com vila hípica para mais de 500 cavalos, além de restaurantes, amplo estacionamento e arquibancadas com capacidade para 3.000 pessoas. O local realiza corridas entre março e novembro e distribui, anualmente, mais de R$ 10 milhões em premiações e apostas. A entrada é gratuita para o público em todos os eventos.

Cabe destacar que o local vem passando por uma reforma estratégica que visa a melhora da estrutura e criação das novas raias de corrida. Além disso, as obras seguem a toda velocidade – como os cavalos que por ali passam – pois a data de inauguração já está marcada: evento acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro. Segundo o presidente do JCS Jonatas Dantas, “o JCS preparou um fim de semana de grandes emoções, corridas e premiações dignas do turfe brasileiro”.

A engrenagem econômica por trás do turfe

Por trás das arquibancadas lotadas e da emoção das corridas, o turfe movimenta uma cadeia produtiva complexa que envolve criadores, profissionais, proprietários e o público apostador. O levantamento mostra como os valores foram distribuídos em 2024:

  • R$ 4,7 milhões ficaram com os criadores, responsáveis pela genética e seleção de animais que podem valer fortunas e definir campeões.
  • R$ 11,19 milhões foram destinados aos profissionais do turfe, como treinadores, jóqueis e equipes técnicas, que sustentam a preparação dos cavalos.
  • R$ 41,26 milhões chegaram aos proprietários dos animais, que investem pesado na manutenção e participação em provas.
  • A maior parte, R$ 194,95 milhões, retornou ao público em prêmios pagos aos apostadores, garantindo que 76,9% do total apostado voltasse diretamente à base que mantém o esporte ativo.

Esse ciclo financeiro explica por que o turfe continua sendo uma atividade capaz de gerar renda e oportunidades para milhares de pessoas em todo o país.

Corrida do Milhão: símbolo da grandeza do turfe

Se os números impressionam, os eventos que movimentam o setor dão ainda mais dimensão ao fenômeno. Em 2025, o Jockey Club de Sorocaba, referência nas corridas de Quarto de Milha, foi palco da 25ª edição do Mega Race Gianni Franco Samaja, também conhecido como “a Corrida do Milhão”.

A prova, que atrai competidores, investidores e apostadores de diferentes regiões do mundo, distribuiu prêmios milionários e reafirmou o Brasil como um polo relevante no cenário mundial da raça. Mais do que a competição em si, a Corrida do Milhão é um símbolo da importância cultural e econômica do turfe, mostrando como o esporte é capaz de unir tradição, paixão e negócios em um mesmo ambiente.

Impostos, fiscalização e sustentabilidade

Outro ponto que chama atenção é o papel do turfe na arrecadação e na manutenção de padrões de bem-estar animal. Em 2024, foram R$ 179,9 mil arrecadados em tributos, enquanto R$ 94,4 mil foram destinados à fiscalização e ao fomento da equideocultura no Brasil.

Esses valores, embora menores que os da cadeia produtiva, garantem que a atividade seja monitorada e cumpra normas de sustentabilidade, segurança e respeito aos animais, algo cada vez mais cobrado pela sociedade e essencial para a longevidade do setor.

Turfe brasileiro: Muito além das apostas

Ao analisar os dados, fica claro que o turfe não se resume às corridas ou à emoção dos prêmios milionários. Ele representa um segmento que:

  • Gera empregos diretos e indiretos em diferentes regiões do Brasil;
  • Impulsiona a criação de cavalos de alto desempenho, movimentando o mercado de genética e reprodução;
  • Atrai investidores e patrocinadores, interessados no potencial econômico e cultural do esporte;
  • Mantém viva uma tradição centenária, que dialoga com o futuro ao buscar sustentabilidade e regulamentação mais moderna.

Diante disso, com R$ 253 milhões movimentados em 2024 e provas como a Corrida do Milhão em Sorocaba, o turfe brasileiro prova que segue relevante, moderno e estratégico para a economia rural e urbana. Trata-se de um setor que alia paixão, tradição e negócios, garantindo renda para criadores, profissionais e proprietários, retorno para o público apostador e arrecadação para o Estado.

No Brasil, o turfe não é apenas corrida: é movimento econômico, cultura e espetáculo.

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