Segundo fontes da indústria, a Unigel, que se tornou a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do país após o arrendamento das Fafens, tem atrasado o pagamento a fornecedores de seu negócio agro.
Depois de suspender as operações na fábrica de fertilizantes (Fafen) de Sergipe, a Unigel também hibernou temporariamente a unidade fabril de Camaçari, na Bahia, enquanto tenta renegociar contratos de fornecimento de gás natural, usado como matéria-prima para a obtenção de amônia e ureia, e luta para evitar o agravamento de sua situação financeira, apurou o Valor.
Segundo fontes da indústria, a Unigel, que se tornou a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do país após o arrendamento das Fafens, tem atrasado o pagamento a fornecedores de seu negócio agro, por causa do momento financeiro delicado e da suspensão das operações nas unidades, e tenta negociar a suspensão dos contratos de trabalho (“lay-off”) nas duas plantas.
A medida foi criticada pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), que defende a retomada, pela estatal, da gestão das fábricas cedidas em regime de arrendamento à companhia privada. Para a entidade, a Unigel está agindo para pressionar a Petrobras a fornecer gás natural em condições subsidiadas. O comando da estatal, contudo, já indicou que a companhia deverá buscar uma solução de mercado para essa questão.
Dois anos depois de retomar as atividades na Fafen de Laranjeiras (SE), a Unigel iniciou há quase dois meses uma parada programada para manutenção na unidade e acabou estendendo o período de suspensão das operações até o fim de agosto, inicialmente. A hibernação ocorreu em meio a negociações com a Petrobras relativas ao preço do gás natural, que caiu menos do que os da ureia e da amônia no mercado internacional, inviabilizando economicamente o negócio.
Na semana passada, a Unigel enviou ao Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL-SE) um ofício pedindo a suspensão da assembleia convocada para o dia 21, que deliberaria sobre o “lay-off” de três meses na unidade.
A Fafen da Bahia vinha produzindo normalmente, mas também entrou em parada para manutenção. Agora, a indicação é que a suspensão das operações deve se dar por tempo indeterminado, segundo uma fonte.
Em nota ao Valor, a Unigel confirmou que “ambas as unidades de fertilizantes nitrogenados estão em estado de hibernação temporária, enquanto acontecem as negociações de suspensão dos contratos de trabalho, com sua força de trabalho ativa em atividades de manutenção preventiva e movimentação de estoques”.
“Adicionalmente, em função da baixa do ciclo da indústria, a empresa adotou uma política restritiva de investimentos e vem buscando renegociar seu endividamento de curto prazo. Demais compromissos financeiros seguem em dia”, acrescentou, ressaltando que segue empenhada em retomar a produção nas unidades “oportunamente”.
No início do mês, a Petrobras assinou um acordo de confidencialidade com a Unigel para desenvolver negócios conjuntos em fertilizantes, hidrogênio verde e projetos de baixo carbono. A companhia tem um projeto de hidrogênio verde na Bahia e contratou o Citi para buscar um sócio.
Unigel adia projeto e atrasa pagamento a fornecedor
Em maio, o mesmo “Valor” revelou que a Unigel estava adiando um de seus principais projetos de crescimento e renegociando prazos de pagamento a fornecedores, numa tentativa de conter a crise desencadeada pela forte compressão das margens nos negócios agro e de químicos desde o segundo semestre de 2022.
Conforme a publicação, a companhia teria atrasado em 60 dias o pagamento a pequenos fornecedores. Outra fonte, próxima ao grupo, afirmou que a Unigel está buscando alongar os prazos de pagamento, mas somente junto aos fornecedores do projeto de produção de ácido sulfúrico na Bahia, que foi postergado por causa do momento financeiro delicado. “É pontual”, afirmou.
Com 80% das obras já encaminhadas, a fábrica com capacidade de produção de 450 mil toneladas por ano de ácido sulfúrico entraria em operação no fim deste semestre. Agora, a partida está estimada para o começo de 2024. O grupo emitiu R$ 500 milhões em debêntures de cinco anos, em 2022, com vistas a financiar o projeto.
As informações são da Valor Econômico, adaptadas pela Equipe Compre Rural
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