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US$ 5 milhões serão investidos em soja sustentável

Alguns projetos são voltados a análises de políticas públicas ou até de ciências comportamentais, para mapear os critérios que influenciam o produtor

Sete projetos foram selecionados na segunda rodada de investimentos do Land Innovation Fund (LIF), fundo criado pela norte-americana Cargill para apoiar e financiar iniciativas voltadas à produção de soja sustentável na América Latina. Ao todo, os projetos irão receber até US$ 5 milhões nesta fase, para executarem seus planos. São quatro iniciativas no Brasil, com foco especial para a Amazônia, e três na Argentina, com foco na inóspita região do Chaco, localizada ao norte do país vizinho.

Nesta rodada, alguns projetos são voltados a análises de políticas públicas ou até de ciências comportamentais, para, por exemplo, mapear os critérios que influenciam o produtor na tomada de decisão para o uso da terra, diferentemente do que aconteceu na primeira chamada, quando o objetivo era mapear e investir em inovações tecnológicas. A partir de então, a ideia é desenhar mecanismos para a conservação da vegetação nativa e adoção de práticas sustentáveis no campo. Conheça abaixo as sete iniciativas selecionadas nesta segunda rodada de investimentos do LIF e as propostas de trabalho de cada uma.

1. Climate Policy Initiative: o objetivo é alavancar o instrumento de reposição financeira no Código Florestal brasileiro para promover o desenvolvimento sustentável, aumentar a transparência, o acesso aos dados e a integração de informações para aprimorar a tomada de decisão e fortalecer os mecanismos ecossistêmicos no país. O projeto utilizará pesquisas aprofundadas, diálogos estruturados e ampla divulgação para garantir a regulamentação e implementação da reposição florestal em todos os estados produtores de soja no Brasil, com ênfase nos biomas Cerrado e Amazônia. A meta é criar condições para abertura de corredores ecológicos e proteção de áreas prioritárias para conservação.

2. Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS): focado no bioma Cerrado, o projeto visa aplicar as ciências comportamentais de forma inovadora explorando o papel da economia comportamental no desenho de incentivos e intervenções políticas para conservar e restaurar voluntariamente a vegetação nativa e adotar práticas sustentáveis; testando como intervenções comportamentais podem aumentar a disposição para aceitar tais incentivos; e contribuindo para a implementação de políticas privadas, públicas e multilaterais favoráveis à agricultura responsável.

3. Produzindo Certo: o hub digital de negócios verdes irá desenvolver novas funcionalidades para a plataforma já existente e aprimorar a experiência do usuário; treinar 60 multiplicadores para agregar valor aos serviços realizados pelo produtor rural; adicionar pelo menos 500 mil hectares de terra à base de dados da plataforma, oferecendo um diagnóstico socioambiental detalhado e um plano de ação para corrigir eventuais não-conformidades; oferecer aos agricultores acesso ao aplicativo “Eu produzo certo”, com novas oportunidades de negócios verdes; agregar três novos contratos comerciais ao catálogo de empresas atendidas pela plataforma, e oferecer até R$50 milhões em volume de crédito verde para financiamento da produção sustentável de soja no país, criando condições técnicas e financeiras para uma prática agrícola responsável.

4. Treevia: focado em áreas de Cerrado do Estado do Tocantins, o projeto da Treevia, em parceria com a GSS Carbono e Bioinovação, visa facilitar o acesso do produtor rural a diferentes ferramentas tecnológicas e instrumentos financeiros que permitam o pagamento por serviços ambientais, gerando receita adicional que incentive a conservação de áreas nativas, evitando o desmatamento e a conversão de novas áreas na cadeia da soja. A iniciativa será implementada em duas frentes: o desenvolvimento de uma ferramenta de software e hardware que permita a aplicação de metodologias de monitoramento, relatório e verificação (MRV), e terá como base a ferramenta SmartForest da Treevia; e a construção de instrumentos técnicos, jurídicos e financeiros que permitam aos produtores rurais gerar renda adicional para a manutenção da floresta em pé, por meio da comercialização de ativos ambientais em uma plataforma inovadora. 

5. Sustentabilidade no Chaco: criar modelos de produção agrícola inovadora e sustentável para a região do Gran Chaco: este é o objetivo do projeto da Associação argentina de consórcios regionais de experimentação agrícola (AACREA), em parceria com a Associação argentina da cadeia de suprimentos da soja (ACSOJA). A iniciativa pretende estabelecer e validar, com pelo menos 100 agricultores em uma área de cerca de 250 mil hectares do bioma na Argentina, modelos de intensificação ecológica agrícola que mantenham ou aumentem os rendimentos do produtor rural; reduzam as perdas de colheitas; conservem as áreas naturais dentro das fazendas; contemplem a restauração de solos e ambientes degradados; e apliquem indicadores ambientais, com foco em carbono do solo e biodiversidade.

6. VISEC: a proposta da Câmera da Indústria de Óleos Vegetais da Argentina (CIARA), em parceria com Peterson-Control Union (PCU) e a Bolsa de Comercio de Rosario, é estabelecer uma plataforma de rastreabilidade e monitoramento inovadora para avaliar os impactos ambientais, sociais e econômicos da produção de soja e outras commodities em áreas prioritárias da Argentina, começando pelo Gran Chaco. A plataforma VISEC reunirá, em um único sistema, dados de monitoramento e verificação de toda a soja comercializada na Argentina, unificando parâmetros e requisitos de sustentabilidade relevantes para a comercialização do grão. A iniciativa envolve a contribuição e o engajamento de diferentes atores, desde produtores até exportadores e ONG’s, e propõe-se a gerar dados de forma transparente, confiável e acessível ao público, contribuindo para a produção e comercialização de bens essenciais de forma ambientalmente sustentável, principalmente a soja e seus derivados.

7. Boas práticas e sequestro de carbono: a Fundação ProYungas, em parceria com a Associação Argentina de Produtores de Plantio Direto (AAPRESID) e Fundação Moisés Bertoni, apoiará a adoção de boas práticas agrícolas e estimulará a conservação e restauração da vegetação nativa em fazendas de soja do bioma Gran Chaco, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e a valorização da floresta em pé. O projeto será implementado em cinco fazendas-piloto de soja na Argentina e no Paraguai, abrangendo pelo menos 50.000 hectares, onde serão realizadas a quantificação de carbono da atividade produtiva; a avaliação do estoque de carbono da vegetação nativa; a classificação por categoria – se emissor de carbono, carbono neutro ou sumidouro de carbono); o desenvolvimento de um projeto de compensação de emissões de carbono da área de vegetação nativa, com credenciamento internacional, e o desenvolvimento de uma plataforma de informação online que garanta transparência aos projetos.

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