USP: Boletim de Reprodução Animal indica retomada da IATF em 2024

As informações de mercado são disponibilizadas anualmente pela indústria de produtos farmacêuticos veterinários que comercializam protocolos de sincronização para IATF.

O Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) elabora, desde 2002, estudo para avaliar o desempenho do mercado de protocolos de sincronização para o emprego da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em bovinos. Esses dados são comparados com as informações divulgadas pela ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), quanto ao número de doses de sêmen comercializadas (INDEX ASBIA-CEPEA), buscando estimar a evolução da comercialização de protocolos para realização da IATF, associada ao mercado de venda de sêmen no Brasil.

Base de cálculo para o número de IATF

As informações de mercado são disponibilizadas anualmente pela indústria de produtos farmacêuticos veterinários que comercializam protocolos de sincronização para IATF. Para o cálculo do número de protocolos de IATF comercializados, considerou-se o número de dispositivos de progesterona vendidos com as respectivas reutilizações. Subtraiu-se desse número a quantidade de protocolos para sincronização de receptoras para transferência de embrião em tempo fixo (TETF; 1.440.000 protocolos em 2024, considerando 75% de taxa de aproveitamento das receptoras sincronizadas e 1.088.000 embriões transferidos; dados SBTE).

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Base de cálculo para o número de doses de sêmen comercializadas

Para o cálculo do número de doses de sêmen comercializadas no Brasil (estimativa para o número de inseminações realizadas por ano) foi utilizado o INDEX ASBIA-CEPEA (Elaboração: Cepea-Esalq/USP), com correção para 100% do mercado. Para o ano de 2024, foi considerado que o INDEX ASBIA representou 98% do mercado de sêmen no Brasil. O número de doses de sêmen comercializadas no mercado interno (cliente final, menos doses exportadas, mais prestação de serviços, mais ajuste para 100% do mercado) foi de 25.346.470, aumento de 2,6% em comparação ao ano de 2023 (24.709.209 doses).

Considerações sobre o mercado de IATF

Verificou-se aumento de 3,3% na comercialização de protocolos para IATF em relação ao ano anterior (2023 vs. 2024). Em 2023 foram comercializados 22.529.622 protocolos, comparados aos 23.267.777 em 2024, com aumento de 738.155 protocolos vendidos. O aumento nas vendas de protocolos para IATF (+3,3%) foi ligeiramente superior ao aumento da venda de sêmen (+2,6%), o que ocasionou aumento no percentual de animais inseminados por IATF. Em 2023, o percentual era de 91,2%, passando para 91,8% em 2024. O número de fêmeas bovinas inseminadas por IATF no Brasil continua em patamares elevados e reforçam a consolidação dessa tecnologia no mercado de inseminação artificial. Os dados com a evolução do mercado, desde 2002, estão presentados no Gráfico 1.

Crescimento anual da IATF de 2002 a 2024

O aumento da comercialização de protocolos de IATF em 2024 aponta para uma recuperação do mercado de sincronização e de inseminação artificial no Brasil. Após 2 anos de redução na comercialização de sêmen e de protocolos de sincronização para IATF (-9,3% em 2022 e -3,5% em 2023), o mercado está dando sinais positivos (crescimento de 3,3% entre 2023 e 2024).

Analisando o mercado de IATF desde 2002, verifica-se que a taxa de crescimento anual composta (CAGR: Compound Annual Growth Rate) de protocolos de sincronização comercializados foi de 26,7%. Nesse mesmo período (últimos 22 anos), o CAGR para venda de doses de sêmen no Brasil foi de 5,7%. No gráfico 2 estão apresentadas as taxas individualizadas de crescimento da IATF em relação ao ano anterior no período de 2002 a 2024. Nos primeiros anos de avaliação (2002 a 2006) foram verificadas expressivas taxas de crescimento (> 50% de taxa anual de crescimento). Essa elevada expansão de mercado foi associada ao reduzido número de procedimentos de IATF realizados no Brasil nesse período (em 2002 foram comercializados somente 100.000 protocolos para IATF que representavam apenas 1% das inseminações). Após 2007, quando o mercado atingiu 2 milhões de procedimentos de IATF ao ano (25% das inseminações), as taxas anuais de crescimento apresentaram redução, atingindo o menor índice em 2017 (3% de crescimento em relação ao ano anterior).

Entretanto, a partir de 2018 o mercado de IATF se recuperou com forte crescimento, apresentando taxas de crescimento acima de 15% ao ano, mesmo tendo atingido expressivo número de procedimentos (em 2018 o mercado superou 13 milhões de protocolos de IATF comercializados, representando 86% das inseminações). Após contínuo crescimento anual entre 2018 e 2021, quando a IATF atingiu o maior número de protocolos comercializados (26.480.025 em 2021), verificou-se redução de 5,3% em 2022 e de 10,2% em 2023.

O mercado de IATF acompanhou as quedas registradas pela ASBIA para o mercado de venda de sêmen (-9,3% em 2022 e -3,5% em 2023). Com as taxas positivas de venda de sêmen em 2024 divulgadas pela ASBIA, verificou-se retomada do mercado de IATF. Essas informações são indicativas de que a adoção dessa tecnologia pelos produtores segue em patamares elevados (91,8% das inseminações em bovinos foram realizadas por IATF em 2024).

Faturamento do setor de fármacos para sincronização

Considerando o valor de comercialização de todos os fármacos que compõem um protocolo de sincronização para a IATF é possível prever o faturamento anual do setor. Em 2024, estima-se que o valor médio do protocolo foi de R$ 20,00, projetando faturamento de R$ 465,4 milhões com a venda de protocolos de IATF para o setor de reprodução animal.

Profissionais especializados programas de IATF nas fazendas

Considerando média de 3.500 IATF controlada por cada profissional qualificado, estima-se que aproximadamente 7.000 especialistas prestam serviços na organização, no controle e na análise dos resultados dos programas de IATF, que superaram 23 milhões de sincronizações nas fazendas de leite e de corte no Brasil.

Fonte: Asbia

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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