
Especialistas exploram como rebanhos desenvolvem características linguísticas regionais ao interagir com o ambiente. A pergunta é: “Vacas mugem em diferentes sotaques?”
Um estudo curioso de 2006 da Universidade de Londres revelou que vacas podem, de fato, mugir com sotaques regionais distintos, conforme reportado pela BBC. Assim como os humanos adaptam sua fala ao ambiente em que vivem, os bovinos parecem refletir características linguísticas do local de criação, especialmente em rebanhos menores e mais coesos.
Lloyd Green, um fazendeiro de Glastonbury, no West Country, compartilhou suas observações: “Eu passo muito tempo com os meus e eles definitivamente mugem com um sotaque de Somerset. Outros fazendeiros da região também notaram que seus animais apresentam um desenvolvimento semelhante em seus rebanhos.” Green acredita que o vínculo próximo entre fazendeiros e seus animais contribui diretamente para essas diferenças. “Funciona como com os cães – quanto mais próxima a relação, mais forte o sotaque compartilhado”, acrescentou.
John Wells, professor de Fonética na Universidade de Londres, investigou as alegações e validou as percepções dos fazendeiros. “Esse fenômeno é amplamente documentado em aves, onde chilreios de uma mesma espécie variam conforme a região. Com populações pequenas, como rebanhos, surgem variações dialetais claras, influenciadas pelo grupo social imediato“, explicou Wells.
A Dra. Jeanine Treffers-Daller, especialista em linguística da Universidade do Oeste da Inglaterra, em Bristol, corroborou a ideia, comparando-a ao aprendizado humano. “Quando aprendemos a falar, adotamos uma variante local da língua usada por nossos pais. É razoável pensar que o mesmo mecanismo ocorre nos mugidos de vacas, especialmente em regiões como o West Country.”
Esse achado abre um novo campo de pesquisa em linguística animal, sugerindo que os rebanhos não só comunicam informações práticas, mas também incorporam traços culturais e sociais do ambiente em que vivem. Embora a ideia de vacas com sotaques regionais possa parecer inusitada, o estudo reflete a complexidade das interações entre humanos e animais em contextos agrícolas.
A conexão emocional e a frequência de interação entre fazendeiros e seus rebanhos desempenham um papel crucial nesse fenômeno, destacando a influência do ambiente sobre os comportamentos naturais. Para os pesquisadores, esse estudo representa um passo significativo para compreender como os animais podem se adaptar culturalmente ao convívio humano.
Em suma, as vacas, com seus sotaques regionais, trazem uma nova perspectiva sobre como a convivência estreita entre humanos e animais pode moldar até mesmo as formas de comunicação mais primitivas.
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