Vaquejada movimenta mais de R$ 800 milhões por ano e sustenta milhares de famílias

Muito mais do que tradição nordestina, a vaquejada se consolidou como um dos pilares culturais e econômicos do Brasil. Reconhecida como patrimônio imaterial, a modalidade emprega mais de 700 mil pessoas e injeta milhões na economia nacional.

A vaquejada é uma manifestação cultural que nasceu do manejo de gado nas fazendas nordestinas e se transformou em um dos esportes mais populares e economicamente relevantes da região. Em 2016, a prática foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil por meio da Lei nº 13.364, garantindo sua preservação e valorização.

Hoje, a vaquejada representa um setor profissionalizado, com eventos de grande porte, transmissões ao vivo, premiações milionárias e estrutura cada vez mais alinhada às normas de bem-estar animal.

Quanto a vaquejada movimenta no Brasil?

De acordo com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), a atividade movimenta mais de R$ 800 milhões por ano e gera aproximadamente 720 mil empregos diretos e indiretos. Essa cadeia produtiva inclui vaqueiros, organizadores de eventos, criadores de cavalos, comerciantes, costureiras de gibão, caminhoneiros, veterinários, artistas, entre outros.

Cidades que recebem vaquejadas registram aumento na demanda por hospedagem, alimentação, transporte e serviços diversos, aquecendo economias locais, principalmente em períodos de competição.

Principais cidades e eventos de vaquejada no Brasil

Diversos municípios se destacam como polos da vaquejada, sediando as provas mais tradicionais e disputadas do país:

  • Serrinha (BA) – Sedia uma das maiores vaquejadas do Brasil, com público superior a 50 mil pessoas, shows, feira agropecuária e provas de alto nível.
  • Lagarto (SE) – Reconhecida por seu papel central na história da vaquejada, foi tema de projeto de lei que propõe torná-la a Capital Nacional da Vaquejada.
  • Campina Grande (PB) – Além da vaquejada, o evento local promove cultura e turismo, com impacto direto na economia regional.
  • Mossoró (RN) – Destaca-se pela organização, premiações atrativas e estrutura profissional para receber competidores de todo o país.

Além disso, eventos oficiais da ABQM, como o Potro do Futuro e o Campeonato Nacional de Vaquejada, premiaram juntos mais de R$ 22 milhões somente em 2022.

Emprego, renda e histórias que mudam de rumo

A vaquejada é, para muitos, o único sustento. Exemplo disso é Adnailza Maria de Moraes, auxiliar de limpeza que trabalhou em mais de 40 eventos ao longo de 2023. A renda extra permitiu à trabalhadora garantir educação para os filhos e manter o lar.

Esse cenário se repete em diversas comunidades, onde a realização de uma vaquejada significa oportunidade de trabalho temporário, movimentação do comércio e dignidade para centenas de famílias.

Vaquejada e bem-estar animal: evolução e responsabilidade

Com os avanços técnicos e regulamentações mais rígidas, a vaquejada passou por transformações importantes. Hoje, os eventos contam com:

  • Veterinários presentes em tempo integral
  • Pistas com areia fofa para minimizar impactos
  • Pontuação eletrônica e transparência nas avaliações
  • Uso de cavalos preparados geneticamente para a modalidade

Essas práticas tornam a modalidade mais segura e ética, ampliando seu reconhecimento também fora do Nordeste.

A vaquejada é mais que um esporte. É cultura, é sustento, é economia em movimento. Em cada prova, está presente a herança de um povo resiliente que transformou seu modo de vida em espetáculo, fonte de renda e motivo de orgulho.

Muito além da arena, a vaquejada segue derrubando obstáculos e levantando o Brasil.

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